quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Tsipras com programa de governo reformista, liberal e de forte contenção orçamental, quem diria...


  1. A notícia, como seria de esperar, passou quase despercebida junto dos “media” em Portugal : o novo governo grego, liderado por Alexis Tsipras, apresentou esta semana um programa para os próximos 4 anos, que está nos antípodas do que foi a epopeia delirante do anterior governo, dinamizada por essa extraordinária figura chamada Varoufakis…
  2. …programa de governo que inclui medidas orçamentais para os próximos 15 meses, a verter num Orçamento Rectificativo de 2015 e depois num Orçamento para 2016, e que se traduzem numa redução das necessidades de financiamento em € 6,4 mil milhões, distribuída entre aumentos de impostos (nomeadamente do IVA) e redução de despesas, nomeadamente com pensões.
  3. Quanto às vertentes reformista e liberal, cabe referir: (i) a recapitalização dos bancos, duramente afectados pela aventura Varoufakis, (ii) um vasto programa de privatizações de empresas públicas e de outros activos detidos pelo Estado, (iii) uma profunda reforma da administração pública, visando trona-la mais eficiente, (iv) uma reforma fiscal rotulada de “radical”, visando diminuir a evasão e a fraude fiscais que na Grécia, como se sabe, atingem ainda proporções inauditas e (v) medidas de incentivo ao investimento privado, nacional e estrangeiro…
  4. Tsipras afirmou, na apresentação deste programa, que o cenário de saída do Euro e de concomitante bancarrota se encontrava definitivamente afastado, abrindo-se agora um novo período que deverá permitir à economia grega encontrar o caminho do crescimento sustentável, com um firme propósito de cumprir as regras do Euro…
  5. Quem diria, Alexis Tsipras transformado num social-democrata moderno e de tendência liberal…
  6. Quanto têm ainda a aprender com Tsipras os fervorosos ilusionistas da chamada esquerda radical em Portugal, tanto os/as do Bloco de Esq como os do É Tempo de Recuar…e tantos outros! Aprender que existe uma diferença abissal entre as fantasias pseudo-    revolucionárias, de um lado, e as exigências da mais simples realidade das coisas do outro…

5 comentários:

  1. A verdade é que a Grécia tem hoje um incalculável capital que Portugal não tem. O conhecimento do que é passar em 3 meses do primeiro mundo para estar no hall de entrada do 3º, capital que tivemos a possibilidade de adquirir nos primeiros meses da falência ao atrasar os pagamentos do estado e não aproveitamos. Por isso, hoje, nem acho assim tão mau que o Bloco, o PCP mas, fundamentalmente, aquela senhora agradável dos Verdes, possam formar governo para que, agora sim, possamos saber o que isso significa.

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  2. BREAKING NEWS: Yanis Varoufakis vai estar no dia 17 de outubro na Universidade de Coimbra para falar sobre a "Democratização da zona euro", no arranque dos programas de doutoramento do Centro de Estudos Sociais (CES).

    Um verdadeiro epicentro de pseudociência!!!

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  3. Caro Pires da Cruz,

    Não posso deixar de lhe dar razão: aos gregos foi ministrada uma vacina anti delirium crescimentista, que certamente não vão querer saber mais disso durante muitos e bons anos...
    Tivessemos nós também deixado passar o PEC/4, o PEC/5 e, talvez ainda um PEC/6 e não existiriam as aspirações crescimentistas que muito boa gente ainda manifesta.
    Quanto á anunciada conferência de Varoufakis, antecipo que vai terminar em delírio, com o homem transportado em ombros pelas ruas da velha urbe coimbrã, ladeado de uma comitiva de ilustres académicos a começar no venerando Prof. Boaventura...até desaguarem no Rei dos Leitões, na Bairrada, onde serão dados vivas e FRA's ao Dracma e ao Escudo!

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  4. Talvez já não falte muito para que as fantasias pseudo-revolucionárias se rebelem violentamente contra as exigências da mais simples «realidade»...

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  5. Na minha opinião, Portugal vai transformar-se numa mega-feira de Carcavelos. Os ciganos vão continuar a discutir a qualidade das t-xirts e os "clientes" a regatear o preço... até daqui a 4 anos, contráriamente aos vaticinios que por aí polulam.

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