segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Olhando para a nuvem que passa - III

O Expresso regista as palavras de Manuel Alegre quando soube do sim comunista à união de facto com o PCP e BE: “ouvi com emoção Jerónimo de Sousa”.
Foi imediata a reação dos simpatizantes da coligação ainda no governo a esta emotiva manifestação, em especial  nas redes sociais onde Alegre é zurzido sem dó nem piedade. Injustamente, creio eu. Se o acordo com os partidos à esquerda deixa muita gente do PS inquieta e incomodada - conheço uns tantos com estes sentimentos -, também é verdade que nas fileiras do PS existem muitos outros que, como o poeta, desejavam ardentemente que este dia chegasse. Dou, aliás, mais valor ao jubilo franco de Manuel Alegre, do que à satisfação interesseira de quem se comove pela pituitária, sensível à proximidade do poder.
E, convenhamos, para toda uma geração de gente do PS ou é agora ou será nunca...

5 comentários:

  1. A idade não perdoa, caro Dr. José Mário.
    E olhe que o meu Amigo também lá irá chegar...
    ;) ;)
    Mas, para além de poesia, Manuel Alegre escreveu prosa, também. Estou a recordar-me do seu pequeno livro «Cão como nós» no qual o autor descreve a relação do seu cão, um "Épagneul-breton" com a... sua família.
    (estive ali a rebuscar nas estantes e não consegui encontrar o livro, por isso sucorro-me de um texto da net)
    "Este cão é um sacana, caça um bocado e depois põe-se a fazer a parte..."
    :D :D :D
    A vida de gente é realmente uma festa!!! Há que aproveitar!!!

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  2. Meu caro Bartolomeu, a idade não perdoa mesmo. Sinto-me ensandecer...
    Todavia, bem disposto, para o que sempre contribui a nota de
    bom humor com que tempera os seus comentários. E assim deve ser.

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  3. Caro Ferreira de Almeida:
    Até admito que no PC possa haver algum júbilo franco. No PS, apenas, e como diz,"satisfação interesseira de quem se comove pela pituitária, sensível à proximidade do poder". A começar por Manuel Alegre.
    PS: Gosto do poeta Manuel Alegre e tenho muitos dos seus livros. E lembro-me das suas intervenções lúcidas e corajosas, quando o PC queria impor a unicidade sindical. Depois disso, e como político, valha-me Deus...sempre a mesma linguagem de esquerda gongórica, cheia de palavreado, mas vazia de conteúdo.
    O homem foi deputado notável durante quarenta anos. Alguém se lembra de alguma intervenção no Parlamento?

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  4. ...quero dizer, alguém se lembra de o ter visto ou ouvido intervir no Parlamento? Sendo deputado profissional?

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  5. Intervenção parlamentar de Manuel Alegre? Ó meu caro Pinho Cardão, quando é que os Alegres da política portuguesa precisaram de intervenções parlamentares, ou qualquer outra participação útil no espaço público, para serem políticos notáveis?
    O post tem destinatários certos, os que não sendo Alegres - apesar de tudo Alegre nunca escondeu simpatia pelas estratégias frentistas à esquerda -, no PS vendem a alma por causa do pote. Não estranhou o meu Amigo que tenha sobrado tanto leitão na 5.a feira?

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