Não esperava de um país como a Dinamarca a decisão de confiscar bens e dinheiro aos refugiados que sejam apanhados com mais de 1.340 euros. Uma forma inovadora de erguer um muro. Medida justificada pela necessidade de o país ter que custear o acolhimento dos refugiados. De fora ficam bens com valor sentimental, as alianças por exemplo. Os telemóveis também são poupados. Juntando os entraves também aprovados para dificultar a reunião familiar, com o tempo de espera fixado em três anos, a nova lei espera dissuadir os refugiados de subirem até ao reino da Dinamarca. O primeiro ministro dinamarquês chamou à nova lei "a lei mais mal compreendida da história da Dinamarca". Acredito, mas é difícil acreditar que este tipo de medidas ajudem a Europa a resolver a crise dos refugiados. É um sinal de que a Europa está em grandes dificuldades, cada país vai tratando da sua vida...
Cara Margarida, permita-me que comece pelo final, pela parte em que diz que cada país vai tratando da sua vida. Bom, o que há de novo nisso? Sempre aconteceu e, o que é mais, era previsivel que acontecesse em geral quanto mais em coisas graves. Nada de novo debaixo do sol. Mais digo; inverosímil é que não acontecesse. Desde que a saudosa CEE se converteu nesta coisa chamada UE que digo - provavelmente já o terei escrito nos comentários que aqui faço algumas vezes - que o fim da UE advirá precisamente de que cada país acaba sempre por defender os seus interesses, as suas alianças, os seus objectivos. Parece-me algo óbvio e elementar, aliás.
ResponderEliminarQuanto à lei passada pelo Parlamento Dinamarquês, embora entendendo o objectivo de dissuadir os refugiados de irem para a Dinamarca não concordo com este tipo de medidas que tentam atingir os seus propósitos por tabela. Faria muito mais sentido adoptar uma política de asilo com pés e cabeça como, de resto, fazem a Austrália, o Canadá, os Estados Unidos e vários outros países. Nomeadamente todos aqueles que são grandes receptores de migrantes. O que não tem pés nem cabeça e é um absurdo total é a forma como a UE e particularmente o Governo Alemão estão a lidar com isto, tentando fazer dos países Europeus o cabaret da coxa. Não, minha cara Amiga, os refugiados não têm o direito de cá entrar. Não, os países Europeus não têm qualquer obrigação de os receber. Refugiados há há décadas largas. Porque é que esta gente é tratada de forma diferente dos Somalis que estão no Quénia naquele que é o maior campo de refugiados do mundo e tantos outros refugiados que há pelo mundo fora? Os governos dos países Europeus têm para com os seus contribuintes e cidadãos a obrigação de defender as suas sociedades, como, de resto, fazem os restantes países civilizados. Não entra quem quer. Entra quem cumpre os critérios para entrar e segundo as necessidades do país de acolhimento. É assim nos Estados Unidos, é assim no Canadá, é assim na Austrália. Quem é que os Europeus julgam que são para se porem com moralidades idiotas que, no fim, acabam a dar cabo das sociedades Europeias? Já chega deste ridiculo comportamento de velha senhora arruinada que a Europa persiste em manter e redunda, finalmente, em seu prejuízo e até daqueles que pensa que defende.
Em suma, cara Margarida, realmente não concordo com o que fez o Governo Dinamarquês. Percebo porque o fez mas não concordo. A solução teria sido regular devidamente a entrada e estabelecimento dos refugiados.
É triste a situação dos refugiados? Sim, sem dúvida que é. Mas não podemos reagir emocionalmente a estas questões e pensar em penas e penachos. Há que lidar com o assunto com muita calma, muita cabeça fria e, sobretudo, muita ponderação sobre os efeitos demográficos, sociais, económicos e de saúde pública a longo prazo. Infelizmente parece que cabeça fria e pragmatismo têm andado arredados desta história toda. Com resultados que já se vão vendo, aliás.
Estão, a meu ver, diferentes valores em equação.
ResponderEliminarMas agora, que os milhares de refugiados/emigrantes/futuros cidadãos de pleno direito já invadiram a Europa e graves incidentes começam a suceder, torna-se cada dia mais difícil encontrar uma solução que permita ajudar quem chega, sem colocar em risco a integridade de quem já cá estava. Para além da forma como a integração destes refugiados, deve decorrer e dos apoios que lhes devem ser prestados, a Europa e os restantes países, deveriam adotar medidas sérias para extinguir os motivos que os levaram a fugir dos seus paises. Seria mais correto e equilibrado, encontrar um consenso e deliberar uma intervenção militar capaz de restituir a segurança e permitir o retorno dos que saíram. Os apoios a nível económico, capazes de permitir a instalação de meios de produção que garantissem a estabilidade e a sustentabilidade das populações seria certamente menos lesante para as economias dos paises que os recebem.
É muito fácil falar da "insensibilidade" dos Dinamarqueses, que afinal se limitam a aplicar as mesmas regras aos refugiados que já são aplicadas aos nacionais, ou de como a Suécia se prepara para "expulsar" 80000, menosprezando o facto desse país, com cerca de 8,5 milhões de pessoas, ter recebido no ano passado 160000 pessoas.
ResponderEliminarQuantos refugiados foram acolhidos em Portugal? 3, 4, talvez 20.
É graças a esta capacidade de enfrentar os problemas, não se escondendo em mantras poéticos, que os Nórdicos, conseguiram ajudar a Europa na explosão da vaga migratória do último ano. Porque no fundo, com atitudes como estas, agora tão criticadas, ao longo de dezenas ou centenas de anos, construiram uma sociedade com um equilibrio interno muito superior a quase toda a Europa do sul. Uma coisa não é indissociável da outra. O "welfare state" não se mantém, abdicando dos seus principios base. A lei Dinamarquesa é apenas o reforço da fundação desse edificio. Pragmatismo, tão só.
Estou à vontade, já vivi entre eles, experiência enriquecedora, que aliás me permite entender melhor como a massa de que sou feito não encaixa ali. Mas sinto-me obrigado a respeitar os parametros com que decidem viver e, repetindo-me, porque essa ideia é importante, admiro o equilibrio que conseguem manter. Sem hipocrisias.
Caro Bartolomeu, mas qual é a dificuldade? É uma não questão e um problema para o qual as soluções existem há muitos anos em todo o lado. Claro que nesta Europa Ocidental complexada e totalmente perdida tenta-se reinventar a roda em tudo o que tenha a ver com o terceiro mundo acabando normalmente a sair quadrados e triângulos. Rodas? Muito raramente.
ResponderEliminarBasta haver um princípio que norteie não apenas as questões de asilo mas a imigração em geral. Principio, aliás, que é aquele que têm todos os blocos receptores de imigrantes e mesmo países que o não são. A imigração destina-se a satisfazer os interesses das sociedades de acolhimento. E este princípio é seguido na generalidade do mundo tal como era seguido na Europa até há um ano atrás. Alguma vez se colocou a questão em relação aos Somalis que andam pelo Quénia? Ou aos Palestinianos que andam pelo Líbano e Jordânia? Ou aos Tamil que estão na Índia? Ou a tantos outros milhões que vivem em campos de refugiados em vários pontos do mundo? Não, pois não? Então porque é que se coloca em relação aos Sírios e redundou nesta infâmia a que assistimos? O pior é que, parece-me, ainda a procissão vai no adro.
Caro Zuricher; é obvio que qualquer opinião que possamos aqui deixar expressa, não passa e nunca passará, disso mesmo.
ResponderEliminarMas, uma vez que nos dispomos a fazê-lo, é sensato que ponhamos as "coisas" em perspectiva para que as possamos entender.
E se assim o fizermos, concluiremos que muitos valores e interesses, nestas matérias que só são de dimensão humana para os falsos observadores, decisores e comentadores, por terem na sua origem estupros hediondos, divergem em toda a linha, da eclusão de uma solução... mágica. Isto para não falar (ainda) dos muitos candidatos ao "prémio" atribuido pelo Comité de Oslo, beatíficamente aureolados de Aristides de Sousa Mendes.
Caro Bartolomeu, não vejo onde é que o meu comentário enferma de falta de perspectiva.
ResponderEliminarQuando fala nos muitos interesses penso que se refira ao objectivo de haver mão de obra barata. Esse interesse fica plenamente acautelado com uma política de imigração capaz e com pés e cabeça. Como disse, a imigração destina-se acima de tudo a servir os interesses das sociedades de acolhimento.
Caro Zuricher,
ResponderEliminarNão estou de forma alguma, a contradizer a sua opinião. Estou simplesmente a acrescentar a minha.
Cara MCA,
ResponderEliminarcomo sempre uma visão lucida e solidária, ou seja uma visão social democrata, para com os mais fracos sejam eles europeus ou refugiados desprotegidos
Parabéns.
Caro Zuricher
ResponderEliminarNão há nada de novo, mas perante as ameaças e riscos objectivos que cercam a Europa esperava-se uma actuação conjunta, um plano, uma coordenação. Estamos à espera, pelo menos para quem acredita que é possível agir de forma civilizada e favorável ao futuro da Europa enquanto espaço de desenvolvimento económico e social, inclusivo e humanista, que a Europa definisse uma política adequada ao acolhimento dos refugiados. Na ausência desta política diversos países já anunciaram que vão "devolver" à procedência milhares de refugiados.
Caro Zuricher, onde está a muita calma, muita cabeça fria e muita ponderação que sublinhou no final do seu comentário?
Caro Bartolomeu
A Europa não geriu bem a situação. A crise está instalada. O que é extraordinário é que a Europa não faça do acolhimento dos refugiados uma mais valia para o seu futuro. Mostra uma total incapacidade para fazer face aos seus próprios problemas, como por exemplo o declínio demográfico ou a falta de qualificações em diversas áreas que travam o desenvolvimento. Havendo, apenas para dar um exemplo, falta de médicos na Europa o que explica que os médicos sírios refugiados não tenham uma oportunidade?
Caro Carlos
Compreendo a sua abordagem.
O problema não é regional, é, a meu ver, um problema de um espaço alargado chamado Europa. Medidas como aquela que tratei no meu texto não são uma solução. Espera-se da Europa, eu esperava, muito mais.
Também sou uma admiradora dos países nórdicos. Estudei algumas das reformas estruturais destes países. Será que a defesa do "welfare state" passa por medidas como a que tomou a Dinamarca? Fiquei, sinceramente, admirada.
Cara Margarida, perdoe-me a franqueza mas é realmente necessária muita fé para acreditar que iria haver uma resposta conjunta da Europa a um problema destes. Com os bastos e vastos exemplos do passado em coisas muito mais comezinhas (até a questãozinha dos critérios de entrada nos Estados Unidos e a colaboração das autoridades dos países Europeus!) em que os países têm falado cada um para seu lado e defendido cada um os seus interesses como é possivel supôr que numa coisa desta gravidade é sequer viavel a existência duma política comum? Já reparou, cara Amiga, que precisamente por cada país agir da forma que melhor defende os seus interesses a política externa comum nunca passou dum nado-morto? Penso, aliás, que a própria Comissão já não tem quaisquer ilusões a este respeito.
ResponderEliminarNo meu post pretendi dizer que a atitude inicial de alguns países com a Alemanha à cabeça foi tudo menos calma, ponderada e com cabeça fria. Não, de todo, o contrário. Deixou-se entrar uma chusma de gente sem qualquer controlo. A UE já é o bloco económico para onde mais fácil é migrar legalmente. A generalidade dos países tem requisitos muito baixos, é é, aliás, o único bloco económico - além duma série doutros países como todos os das Caraíbas, por exemplo - para onde é possivel ir viver sem passar uma série de critérios médicos! Nos momentos iniciais desta coisa toda a loucura chegou a tal extremo que até os critérios já de si baixos foram eliminados. Foi a loucura total. Que, claro, não podia senão dar asneira. Era evidente que daria e, aliás, num seu post anterior quando esta maluqueira começou parece-me ter falado precisamente dos maus resultados que isto tudo certamente iria dar. E está a dar, como se está a ver. Era utópico sonhar que iria haver essa integração e inclusão e mais harpas e violinos. É evidente que não poderia haver, nem com estes refugiados nem com nenhuns outros nem em sítio nenhum. Nenhuma sociedade consegue integrar tão rapidamente gente tão diferente de culturas tão diferentes e com costumes tão diferentes. Nem, por outro lado, em grupos tão grandes tem os migrantes qualquer incentivo a integrar-se. O ser humano não funciona assim, simplesmente.
Agir de forma civilizada é controlar muito bem quem entra pensando nos efeitos a médio e longo prazo da entrada de elementos estranhos. Isto sim é que permite o desenvolvimento económico e social e isto sim é uma atitude humanista. As abordagens do «coitadinho» nunca beneficiaram absolutamente ninguém. Bem pelo contrário. Não sei se já reparou mas os ataques aos refugiados estão a multiplicar-se em vários sítios. Para cúmulo - e é compreensivel ainda que não defensaveis os métodos - até na Suécia, um país que tradicionalmente tenta acolher toda a gente e mais alguma já há problemas e reacção por parte da população ao que está a acontecer. Diga-me, minha cara, é humanista e mais essas coisas todas que disse, receber gente sem ter meios para os acomodar e integrar devidamente expondo-os à fúria da populaça quando as coisas correm mal e inevitavelmente algo irá sempre correr mal? É isso humano? Perdoar-me-á mas parece-me que isso é ter o pior de dois mundos. É mau para os que chegam, é mau para os que já estão e são imigrantes que acabam a levar por tabela e é mau para as sociedades de acolhimento no seu global que ficam totalmente viradas de pernas para o ar sem necessidade nenhuma.
Permita-me uma achega sobre algo que escreveu na sua resposta ao Bartolomeu. Claro que os médicos Sírios podem ser integrados... depois de aprenderem a falar correctamente a língua do país de acolhimento. Isso parece-me realmente uma mais-valia, sem sombra de dúvida. Aliás, a política de imigração dos sítios com pés e cabeça destina-se precisamente a atrair quadros técnicos duma série de ramos do saber, a medicina um deles. Nos EUA há (ou havia...) até uma categoria de imigração destinada especificamente a médicos que se disponibilizassem a ir viver para zonas rurais. Mas isto não exime os médicos Sírios de fazerem os procedimentos necessários de imigração desde logo e ao reconhecimento das suas formações como quaisquer outros imigrantes.
ResponderEliminarLamento, minha cara Margarida, mas este assunto é demasiado importante e tem demasiadas implicações a médio e longo prazos para ser decidido com o coração. Se há assunto que requer muita cautela, muitos caldos de galinha e muita ponderação é este.
Cara Margarida e demais comentadores. Peço desculpa mas o meu comentário anterior ficou demasiado longo pelo que não tive alternativa senão parti-lo em dois. As minhas desculpas pelo alongado da prosa.
ResponderEliminarCaro Zuricher
ResponderEliminarSão sempre bem vindas as suas reflexões, não importa o tamanho do texto ou o número de comentários.
Sou humanista, sim. Também por isso, o que se está a passar na Europa em relação aos refugiados não me seja indiferente. A Europa tem andado muito mal e vai pagar caro a falta de uma política comum em relação a esta matéria. Não admira, a Europa nunca teve, aliás, uma política externa comum. Uma situação que vai piorar à medida que cada país vai resolvendo os problemas pelas suas próprias mãos. Os "caldos de galinha", que o Caro Zuricher reclama serem necessários, têm sido muitos ou tão poucos que os resultados estão bem à vista.
Cara Margarida, a utopia é precisamente supôr que é possivel sociedades diferentes com histórias diferentes, valores e traumas diferentes, condições diferentes, interesses diferentes, relações e alianças internacionais diferentes, objectivos diferentes, visões diferentes do homem, da vida e do mundo, enfim, tudo diferente, podem ter posições externas comuns. É esta, aliás, a utopia sobre a qual se baseia a União Europeia. Sempre foi uma utopia, sempre se viu que o é e esta questão dos refugiados é uma mais onde a utopia se manifesta.
ResponderEliminarAtendendo a este caso em particular sinceramente não vejo como seja possivel haver uma política comum num assunto destes. Temos sociedades, como a Alemã, maioritariamente protestante e que tentam passar uma imagem de abertura e cosmopolitismo... o que nem sequer é uma verdade absoluta para toda a Alemanha. Os Bávaros não são nada assim. Depois temos sociedades como a Francesa a braços com problemas de terrorismo islâmico que não conseguem engolir refugiados aos montões por muita cobertura de chocolate e açucar glacé que lhes ponham em cima. Depois sociedades como a Polaca, uma sociedade católica conservadora, muito razoavelmente fechada, algo racista até. E por aí fora. Repare, estou a falar de sociedades. Não de governos, não de países. Estou a referir-me às pessoas, à generalidade do povo que constitui as sociedades. Acha possivel no meio disto tudo sociedades tão diferentes conseguirem ter uma política comum sobre o assunto dos refugiados? Bom, talvez... se essa política comum for o mínimo denominador comum, ou seja, a manutenção do status quo, ou seja, não entram refugiados e mantêm-se as sociedades como estavam antes desta vaga. Que, convenhamos, seria o melhor dado que uma política diferente em cada país, na practica inviabiliza a existência de Schengen que, convenhamos, está mais para o outro mundo do que para este. E a Comissão, coitada, pouco pode fazer. O Sr. Juncker lá vai reagindo conforme as coisas se lhe apresentam, atrás dos acontecimentos mas sem conseguir minimamente influencia-los. Agora, post-facto anda a tentar ver como é que dá uma capa de legitimidade Europeia às decisões unilaterais de vários países de reporem os controlos fronteiriços.
A UE está em crise. O assunto do Reino Unido está a abanar muito a União e por se fosse pouco, o Governo Polaco solidarizou-se esta semana com o Governo Britânico o que auspicia que se calhar irão defender alguns opt-outs para si próprios ou mesmo uma reversão da integração Europeia. É expectavel que países como a Eslováquia, a Húngria e mesmo, talvez, a Áustria (demos tempo ao tempo...) afinem pelo mesmo diapasão. Será que faz um bom serviço à causa da UE criar ainda mais clivagens em cima das que já existem? Para mais com um assunto tão sensivel como este? Um assunto que mexe com questões identitárias, com o fundo da psique das sociedades?
Percebo o seu ponto de vista mas parece-me e, dado o que vamos vendo agora e vimos nos últimos 20 anos, acredito ferreamente que tentar forçar uma posição comum onde ela não é possivel só serve para criar ainda mais anticorpos do que os que já existem e, por corolário, fragilizar ainda mais a UE. Que, aliás, muitas vezes me questiono se ainda existe mais do que como pro-forma. Nunca acreditei na viabilidade da União Europeia para o longo prazo. Desde sempre tenho dito que é uma utopia. Tenho por certo que irá implodir. Porém gostaria que dos cacos dessa implosão - tenho a esperança embora cada vez menos veja que possa acontecer... - pudesse recriar-se o que era a antiga CEE. Pelo menos isso. Será que tentar forçar uma posição comum num assunto tão sensivel como este não é deitar gasolina ao fogo que consome essa possibilidade cada vez mais?
Indo agora a outro lado, vejamos como estão as populações a reagir a este assunto. O que dizem as sondagens eleitorais?
ResponderEliminar- Não vale a pena falar de França porque todos sabemos como andam as coisas e onde está a FN;
- E na Alemanha? A CDU em queda a pique, SPD por ali sem andar para cima nem para baixo mas a AFD quadruplicou as suas intenções de voto desde o Verão;
- Na Noruega o partido progressista, um partido de direita conservadora com posições anti-imigração está no governo e com as intenções de voto em ascensão franca;
- Na Suécia o SD, mesmo apoiando o actual governo continua a sua alegre subida nas intenções de voto;
- Na Húngria um governo de direita muito conservadora;
- Na Polónia um partido com posições anti-imigração e com algumas reservas em relação à integração Europeia ganhou as eleições;
Provavelmente podíamos continuar. E, repare, estas intenções de voto e vitórias em eleições não acontecem por acaso. Acontecem porque as populações sentem uma série de ameaças vindas de vários lados portanto votam em quem sentem que as irá defender dessas ameaças. Tirando casos pontuais, estamos a falar apenas de partidos de direita, democráticos e não xenófobos. Isto desde logo corta logo cerce a possibilidade duma política única da UE quanto ao assunto. Mas há ainda outro aspecto da coisa. É que se as populações não se sentirem defendidas por estes partidos, a paragem seguinte pode muito bem ser partidos verdadeiramente fascistas e mesmo neo-nazis nalguns países. E aí o assunto tornar-se-á muito mais complicado. Mais complicado desde logo para os refugiados e imigrantes legais ou ilegais. Perante este cenário vale a pena forçar o impossivel? Forçar serve apenas para gerar ainda mais acrimónia, debilitar a UE e, acima de tudo, afrontar as populações.
O óptimo é inimigo do bom. Aqui talvez o mais prudente seja contentarmo-nos apenas com o possivel. Sob pena de acabarmos com o péssimo.
Uma vez mais o comentário ficou demasiado grande. Porém é um assunto que me interessa sobre-maneira - não por si mas inserido no assunto mais vasto do futuro da Europa enquanto continente - e acabo por começar a escrever sem conseguir condensar o que pretendo transmitir. Obrigado pela sua aceitação quanto a isto, cara Margarida. :-)
ResponderEliminarOs árabes que dêem guarida aos árabes.
ResponderEliminarA europa nada tem a ver com guerrilhas árabes.
Caro Zuricher
ResponderEliminarLi com muito interesse o seu comentário. Como refere é o Futuro da Europa que está em jogo.
O assunto merece grande atenção e presta-se a polémica. Se não existir uma política comum as coisas não funcionarão bem como estamos a assistir. Política comum? Difícil não haja dúvidas e impossível, talvez. Há países que já nem querem falar do assunto. Decidiram as suas próprias regras.