Aproveitei uma pausa para dar uma vista de olhos no centeno, digo, na centena de medidas a cujo conjunto o governo da república chama PNR - Programa Nacional de Reformas.
Entre o lero-lero habitual do discurso dos "desafios", o banal, medidas de gestão corrente e algumas propostas de mudanças mais estruturais, aí está um documento que pode bem agradar aos gregos e troianos pouco preocupados com o caráter vago e proclamatório dos enunciados ou a falta de prioridades.
Reforço a minha convicção, colhida outrora em experiências mais próximas do poder, de que nos dias de hoje as orientações estratégias de uma governação resumem-se a isto e a não mais do que isto. A banalização da locução 'reforma', facilita...
No demais, registo que se continua a fazer gato sapato da língua. Uma entre várias pérolas, colhida ao acaso: "2016 – Estudo de avaliação da adequação da introdução de especialização em função da complexidade das matérias e /ou do valor das causas" (a propósito da justiça administrativa e fiscal).
Cheira-me que este Centeno ainda acaba processado pelos laboratórios farmaceuticos.
ResponderEliminarIsto é concorrência desleal aos soporíferos... só de ler a lengalenga da "pérola" escolhida, deu-me uma soneira...
Também dava: "2016 – Estudo da adequação da avaliação da introdução da especialização em função da complexidade das matérias e /ou do valor das causas"...
ResponderEliminarTudo serve à direita para desacreditar o governo. É o “lero-lero” do PNR. É o plano B, é que o Centeno mentiu…
ResponderEliminarO certo é que continua com mau perder e inconformada com a perda da gamela da governação.
A manobra é bem visível.
Arredados do governo, o PPD de Coelho e o CDS de Portas e Cristas, esforçam-se desde então por manter um clima de instabilidade no país, aproveitando-se naturalmente da elite mediática que permanece fiel às políticas neoliberais da austeridade sem fim.
É a novela do plano B, um plano de austeridade que o governo de António Costa, dizem, tinha “escondido” e que todos os dias foi levantada nos meios de comunicação social pelos mesmos de sempre. Agora que o Plano de Estabilidade foi apresentado e nele não constam cortes nas pensões e salários nem aumentos do IRC, IRS ou IVA (o tal plano B), ai Jesus que “tais cortes e aumentos não aparecem agora mas virão mais tarde”.
O objectivo desta direita extremista, radical, é continuar a fomentar nos portugueses a insegurança e a instabilidade do seu dia a dia.
O que esta direita reaccionária teme é que o país e os portugueses regressem á normalidade, à paz e a uma vida mais tranquila, depois do sobressalto constante dos últimos quatro anos.
Caro Carlos Sério,
ResponderEliminarpode ter toda a razão naquilo que escreve, mas ainda está por provar a diferença, a segurança e estabilidade que os portugueses anseiam. A estabilidade da economia, dos empregos, nos impostos, etc.
Não podemos, digo eu, olhar para a ascensão do PS a governo, de uma forma "en passant". A maioria concorda que o governo Passos/Portas, foi ditatorial em muitos aspetos, foi demasiadamente lesivo para os mais desfavorecidos e demasiadamente permissivo para "os donos disto tudo". Mas os resultados da contagem dos vontos... foi o que foi, apesar de eu não discutir a necessidade de mudança e de o país infletir um pouco mais à esquerda (isto, se é na esquerda moderada que é possível encontrar-se algum equilíbrio social - algo que também não se encontra ainda provado).
Agora, que já é mais que tempo de os ex-coligados de direita pararem com a crítica raivosa a tudo o que vem do governo e criticarem com efectiva substância aquilo que for criticável, sem imperativamente se esquecerem de apontar, não aquilo que foi dito ou feito ha anos atrás, mas o que deve ser feito em substituição do que está em aprovação ou em estudo, disso não tenho qualquer dúvida.
Se assim não for, nunca passaremos deste impasse: eles são maus, eu é que sou bom. Não, eles é que são maus, eu é que sou bom.
É verdade caro Carlos Sério, temos uma direita que é tudo isso que descreve e ainda por cima incorrigível!
ResponderEliminarCaro JMFA
ResponderEliminarPoderia não ser assim, mas ainda bem que o reconhece.
Na verdade existe uma outra direita, que não se revê na direita radical agrupada no parlamento em torno de Coelho e Portas.
Uma direita com sentido social e não alinhada com as políticas neoliberais.
Uma direita que está fora do parlamento e tem hoje como primeira figura Marcelo Rebelo de Sousa.
E por falar nisso, estranho (ou talvez não), não ver ainda no IV Republica uma única palavra, um único comentário sobre Marcelo Rebelo de Sousa depois da sua investidura como Presidente da República.
Isso são excelentes notícias. Pior que um programa de reformas feito de vapor seria um programa de reformas que fosse para implementar. Já todos sabemos no que dá a combinação PS e dinheiro pelo que é muito positiva a notícia que afinal vamos ter apenas PS e coisa nenhuma.
ResponderEliminarMas agora o "ou" não inclui o "e", é preciso usar uma "/", talvez um "e ou ou"
ResponderEliminarNão gosto de acosta porque o homem é um troca tintas como se tem visto. Porque não diz a verdade? Que seja homem.
ResponderEliminarQuanto ao agravamento, ou não, das condições de vida dos Portugueses pelo regime ps+be+pc basta ler o jornal (por exemplo, o DN - até o DN).
Depois de ler, não há dúvidas, este regime representa a mudança (de um governo por mais mau que se considere) para um pior.
Compreendo aqueles que consideraram a o governo anterior mais ou menos socialmente insensível. Mas note-se que o facto da PAF não ter obtido maioria absoluta, teria sido a ocasião perfeita para obrigar a medidas que mais satisfizessem esses Portugueses. Em lugar disso, só interessou (ao ps, be e pcp) o poder e a vingança.
Voltando à actualidade, bem fez o cds em obrigar o be e o pc que deram a sua concordância tácita à austeridade do ps, a mostrarem-no (se tiverem coragem) publicamente.