domingo, 17 de julho de 2016

Ditadores ataviados de democratas

Em caso de alteração grave da ordem pública, e para uma melhor actuação do poder soberano e protecção das pessoas, um governo democrático aconselha os cidadãos a recolherem a suas casas e nelas permanecerem até à restauração da normalidade democrática. 
Em caso de alteração grave da ordem pública, um governante ditatorial apela aos cidadãos para virem para a rua. 
Um governante democrático procura a salvação dos cidadãos; um governante com espírito ditatorial  procura, antes de mais, a sua própria salvação, fazendo dos cidadãos carne para canhão. 
Na Turquia assim aconteceu.

12 comentários:

  1. Com esta "intentona", Erdogan conseguiu, de uma só penada, destruir toda a obre de modernização feita por Mustafá Kemal.
    E temos a caminho Mais uma República Islâmica.

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  2. Erro da correcção automática: onde aparece "intentona" queria escrever "inventona"

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  3. Sim, também estranhei esse pedido desesperado, feito em parte incerta através de um telemóvel, e instantes depois a população começou a vir para a rua enfrentar os tanques... E agora é a multidão que pede o regresso da pena de morte para ser já aplicada aos golpistas, quando a democracia queria dizer alguma coisa o direito penal não podia ser retroactivo e os criminosos tinham direito a ser julgados de acordo com o quadro legal mais favorável, o anterior ou o que o tivesse substituido.

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  4. Tudo muito estranho...
    Também receio estar prestes a nascer uma nova "república" islâmica. Nascida a partir de uma democracia...

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  5. Anónimo14:13

    Usando a minha veia de humor negro, o mais engraçado nesta história toda é que a UE e os EUA apoiam ferreamente o ditador ataviado de democrata.

    Já lá vão os tempos em que a política externa Americana se destinava a, primeiramente e acima de tudo, defender os interesses dos EUA e do Ocidente. Os bons tempos em que não tinhamos gente na Casa Branca a encher a boca com "direitos humanos" por tudo e por nada. Depois veio o sonhador Jimmy Carter. Resultado? Um mundo mais perigoso (é aí que está a origem dos talibãs dado que com outro na Casa Branca dificilmente a URSS teria invadido o Afeganistão) e só lá esteve quatro anos. Agora este rematado imbecil orelhudo consegue ser ainda pior do que Carter, a sua política externa uma tragédia que perdurará nos anos, o mundo substancialmente mais perigoso e, ainda por cima, os EUA e o Ocidente em geral sujeitos a mais perigos que em qualquer altura desde 1945.

    Espero que o próximo inquilino da Casa Branca retome a tradição de realismo e pragmatismo que costumam ter os Presidentes Americanos. Para bem deles e, sobretudo, de todos nós, ocidentais.

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  6. "He's a bastard, but it's our bastard!"

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  7. Anónimo14:46

    É exactamente essa a filosofia que defendo, caro Cruz. O problema é que este é um "bastard" e não é o nosso "bastard". Os militares sim, encarnariam (assumindo que seriam "bastards" o que não dou por adquirido mas vamos lá, para simplificar) a aplicação dessa filosofia que tantos benefícios trouxe ao ocidente.

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  8. Falando de "bastard", o que acontecerá se o Trump for eleito?
    Tremo só de pensar em tal hipótese.

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  9. Anónimo17:01

    Fernando Vouga, pior do que este não será de certeza. Pelo contrário, penso que pode ser um bom POTUS. Há na atitude dele muito que lembra Reagan. Pode bem ser que a acção venha a ser similar. Espero sinceramente que Trump ganhe as eleições Americanas.

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  10. Caro Zuricher

    Estamos a fugir ao tema. Mas é com todo o gosto que lhe respondo.
    Espero estar enganado, mas Tump parece-me um narcisista irresponsável e perigoso. Da boca dele para fora só lhe ouço demagogia e disparates. É o único importante (onde é que já ouvi isto?), sabe tudo, resolve tudo, e os outros são todos estúpidos.
    Mas o pior é que, no outro prato da balança, não se vislumbra nada que nos deixe descansados.

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  11. Pois é Fernando os Únicos Importantes são perigosos e causam estragos incalculáveis até de se calarem.
    Há muitas nuvens negras nisto tudo. A tolerância com que se encaram dirigentes como Erdogan, instalados em espaços geográficos onde a democracia se reduz a votos na hora certa, tem limites.
    A uns corta-se-lhes o dinheiro, a este talvez lembrar-lhe os Tratados a que a Turquia está sujeita

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  12. Agora lembrei-me da TVI, não percebo a relação com os aprendizes de ditadores, enfim....

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