Não me tinha ainda ocorrido a ideia, se é que lá chegaria, de que há quem impeça nas suas terras o abastecimento de aviões e helicópteros de combate aos incêndios que necessitam de água para o fazer, utilizando água de piscinas e de tanques.
Ouvi ontem um relato na telefonia que dava conta de que há quem, inclusive, dispare para o ar para afastar qualquer tentativa de aproximação. Hoje li esta notícia. Para além das questões da legalidade de tais comportamentos, que podem ser enquadrados de omissão de auxílio a pessoa cuja vida poderá estar em perigo, colocam-se questões de outra ordem.
O que leva as pessoas a agirem desta forma? Que razões pode esta gente invocar quando o auxílio é negado perante situações trágicas que põem em causa a vida e subsistência de bens que lhe são essenciais. Estranha forma de lidar com a vida, a sua e com a dos outros.
O que leva as pessoas a agirem desta forma? Que razões pode esta gente invocar quando o auxílio é negado perante situações trágicas que põem em causa a vida e subsistência de bens que lhe são essenciais. Estranha forma de lidar com a vida, a sua e com a dos outros.
É por isso que as leis têm que existir, para regular comportamentos que a sociedade não pode aceitar. Há sempre quem dolosa ou negligentemente não as queira cumprir. Nestes casos só há mesmo uma coisa a fazer, levar esses comportamentos até às últimas consequências, cabendo aos tribunais averiguar se um interesse superior justificou a omissão de auxílio. Não pode haver "indiferença" judicial. As responsabilidades devem ser apuradas e quem pratica os actos deve responder por eles. Também aqui, seria bom que quem presenciou estes comportamentos os levasse à justiça e que os tribunais funcionassem.
BRAVÔ! a esse piloto que fez o necessário para ser identificado o patifório que recusou a água. Pena que o insolidário não tenha que pagar o seu acto devidamente. Quanto mais não seja para prevenir que outros tontos tenham ideias semelhantes no futuro.
ResponderEliminarCaro Zuricher
ResponderEliminarNão sancionar estes comportamentos é um problema. Lemos as notícias que divulgam, é bem, estas informações, mas depois não há follow up. Os brandos costumes têm muito que se lhe diga!
Por acaso, em relação à história que referiu, e que eu já tinha visto no FB com a respectiva fotografia, li um comentário que sugeria que essa aldeia, algures entre Arouca e Cabreiros, penso eu (no meio da serra, portanto), não tinha estrada que permitisse o acesso de um autotanque e, por conseguinte, a água desse tanque ser-lhes-ia indispensável para se defenderem, caso o fogo chegasse lá. Não faço ideia se é verdade, mas não é de todo implausível. Pese embora as variadas histórias desse jaez que se lêem nos jornais, claro (incluindo com detenção dos autores).
ResponderEliminarO que eu pensei, ao ler essa história e os respectivos comentários, é na enorme descoordenação que deve grassar. E não, de facto muitas destas aldeias não têm rede que permita as comunicações.
Pensei também como as imagens são tantas vezes enganadoras (e estou a pensar num vídeo que correu por aí, presumivelmente com uma prova de fogo posto na Galiza, que toda a gente com experiência de combate a incêndios dizia, em coro, que eram projecções do incêndio principal).
Cara IsabelPS
ResponderEliminarSim, a descoordenação é grande como temos visto, este ano e em anos anteriores. Não sabemos quais são as razões de recusa de auxílio, podem ser em "legítima defesa", mas podem ter outras motivações. Mas não é assunto para ignorar. Compete ao Estado combater os incêndios e, como tal, deve ter no terreno uma política eficiente de mobilização e utilização de meios e recursos. A utilização de água de reservatórios privados deve ser devidamente compensada ou reposta pelo Estado. Não sabemos como está o Estado a tratar deste assunto. Mal, com elevada probabilidade.
A imprensa deu-nos esta notícia.
ResponderEliminarhttp://www.jn.pt/opiniao/ines-cardoso/interior/todos-politicostodos-diferentes-5339267.html
Ora bem, que diriam os suecos se um comandante de bombeiros, acabadinho de chegar de fogos infernais, resolvesse promover uma actividade lúdica com queima de fogo de artifício? Desconheço a resposta.
Sei, porém, a inversa. Entre nós provar-se-ia que a Srª Min. sempre fora abstémia e fora vítima de mais uma cabala de perigosos inimigos externos que, com a colaboração da imprensa hostil, achincalhava o nosso povo. Instaurava-se de imediato uma investigação visando saber como é que o agente que se atrevera a determinar a alcoolemia da Srª Min. Seria de imediato suspenso de funções pois, certamente, também estava metido no complot. Que tal combater este medo ancestral que tolhe as cabeças? Façam sem o recurso ap meu partido contra o teu.
Cada Povo com seu uso...cada roca com seu fuso
Caro Gaudêncio Figueira
ResponderEliminarObrigada pelo link. Li a notícia, por cá pouco ou nada se escreveu sobre o assunto. O tema não interessa. Gostei de ler o artigo de opinião da Subdirectora do JN. No Reino da Dinamarca, como acontece em muitos outros países, bem mais evoluídos na prática e respeito pela cidadania, os cidadãos assumem os actos que praticam, não se escondem atrás de desculpas esfarrapadas, e quando têm responsabilidades políticas o poder não pode ser justificação para comportamentos que a sociedade não aceita.
Minha Srª julgo que o tema interessa e muito. Creio que me acompanha na necessidade de melhorarmos os nossos comportamentos cívicos. Com populações cívica mente preparadas há retórica que não passa.
ResponderEliminarJá a Ministra Constança Urbano de Sousa encontrou a solução para o problema das queimadas: a socialização das terras portuguesas!!! Vai ver que florestas socialistas não pegam fogo!!!
ResponderEliminarCaro Paolo Hemmerich
ResponderEliminarO Estado não trata das suas propriedades! A quem vamos entregar as terras por si abandonadas?
Caro Gaudêncio Figueira
ResponderEliminarAqui, as situações parecem-me ser diferentes da Dinamarca. Os nossos níveis de corrupção não serão comparáveis.
Não direi todos, mas uma parte dos nossos governantes aparentam ter rabos de palha e estarem comprometidos com as mais diversas clientelas (sem as quais, quiçá, não ocupariam os seus cargos...).
Demitir uma dessas criaturas não será fácil, já que tal prejudicaria interesses instalados.