Começando pelas receitas, que são desembolsos dos cidadãos
contribuintes, elas atingiram 49,2 mil milhões de euros, mais 622 milhões de
euros do que em igual período de 2015. E as despesas atingiram 53,8 mil milhões
de euros, mais 541 milhões do que no período homólogo transacto. O défice foi
de 4 mil milhões de euros, todavia menos 81 milhões do que de Janeiro a Agosto
de 2015.
Acontece que essa diminuta melhoria só aconteceu devido à sobrecarga
da já elevada carga fiscal imposta aos cidadãos, sob a forma de impostos
directos e indirectos (mais 622 milhões de euros), já que a despesa pública não cessou de aumentar, mais
541 milhões de euros. Isto é, o governo atribui a si próprio o mérito do trabalho
alheio. Gerou mais receitas, apenas devido ao poder soberano de cobrar mais
impostos, em detrimento da economia. E não foi capaz de conter a despesa por
actos de gestão adequados, como seria o início de uma reestruturação da administração
pública, de que, aliás, nem quer ouvir falar, ou de uma gestão racional do
orçamento. Pior, a despesa só não sobe mais por cativações de verbas, e devido a
atrasos nos pagamentos e instruções de
endividamento de organismos que a tal vão podendo recorrer, mas que, mais tarde
ou mais cedo, o Estado tem que vir a pagar. Ou, mais precisamente, nós. Só a
fornecedores externos a dívida do SNS no tempo da geringonça já aumentou mais
de 230 milhões de euros.
Mas tudo vai bem, proclama o governo. A geringonça aguenta-se. E não
interessa se cada vez pior para os cidadãos, atropelados com mais impostos e,
ainda por cima, sob suspeita de malfeitores, se acumularam mais de 50.000 euros
e os depositaram no Banco.
Aldrabice pegada.
ResponderEliminarJORNAL DE NEGÓCIOS: IMPOSTOS BAIXARAM 350 MILHÕES EM 2016
O Jornal de Negócios adianta na sua edição de 19.09.2016, que as alterações fiscais introduzidas pela actual maioria permitiram um desagravamento dos impostos que recaíram sobre os portugueses. O Negócios faz um levantamento das diversas medidas de natureza fiscal e chega a um balanço positivo de 350 milhões de euros.
Bom, as receitas fiscais sobem e os impostos baixam? Por certo, mais uma magia. Ou um entendimento muito restrito do que é um imposto. Ou reduzir a coisa a uma categoria de imposto, tomando a parte pelo todo. De facto, as receitas fiscais incluem mais do que impostos strictu sensu, por exemplo as taxas. Mas aumentar a receita fiscal e diminuir impostos em sentido lato é coisa que ainda não me é dado atingir, ungido que ainda não fui pela geringonça...
ResponderEliminar"Mas aumentar a receita fiscal e diminuir impostos em sentido lato é coisa que ainda não me é dado atingir"
ResponderEliminarBasta haver menos despesa com os subsídios de desemprego mercê de uma descida de desempregados como se verifica e um aumento de receita mercê de um aumento de emprego ou ainda maiores receitas do Turismo por aumento do Turismo e aumento da receita do IVA.
Olhe, está na lógica da inversão da chamada "espiral recessiva".
Para um neoliberal admito que será difícil de entender, sem ofensa.
Caro Pinho Cardão,
ResponderEliminarTudo indica que os números vão ter que bater certo. Dê por onde der, martele-se o que houver para martelar, esconda-se o que houver para esconder. Não me parece que haja espaço para mais resgates na Europa, nem que os demais governos europeus queiram anunciar aos seus eleitores que vão meter mais dinheiro num estado de mandriões e calaceiros. A próxima é a doer, mas não se pode dizer que não seja merecido.
Toda esta irritação da direita tem como justificação o profundo receio que sente de que a populaça descubra, e finalmente parece estar a descobrir, o logro em que caiu quando acreditou nas medidas “sem alternativa” do “empobrecimento redentor” e da “austeridade virtuosa” impostas pelo governo Coelho/Portas e acabe por perceber que afinal a suprema austeridade e os múltiplos sacrifícios a que foi sujeita eram perfeitamente inúteis e escusados.
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ResponderEliminarO governo esqueceu-se de salientar que a dívida pública não pára de aumentar (novamente em Agosto). Grande herança que vai deixar. Nada de sério porque seriedade não é característica do governo.