1.    Em
último Post, destaquei o potencial efeito pedagógico da solução (3/4 "bail out" + 1/4 "bail in") que visa
recuperar o banco Monte dei Paschi di Siena (MPS): que este episódio
servisse de reflexão aos insaciáveis reguladores europeus quanto ao enorme dano que poderão estar a causar ao sistema financeiro, com excessos regulatórios injustificados,  paradoxalmente colocando em risco o objectivo da estabilidade financeira e minando mesmo a confiança no Euro.
2.     Entretanto,
o episódio MPS conhece agora novos desenvolvimentos, com a proposta para a divulgação
pública dos créditos em incumprimento (NPL’s) mais significativos, que contribuíram
para a perda de valor do banco e colocaram mesmo em risco a sua sobrevivência.
3.    Muitos
desses créditos terão tido origem mais do que duvidosa, tendo a sua concessão
resultado de influências políticas para apoiar empresas ou projectos sem
viabilidade ou, pelo menos, de viabilidade não demonstrada…
4.     As
opiniões em Itália dividem-se quanto a essa divulgação, mas a corrente majoritária
parece favorecer tal divulgação, até como mecanismo preventivo da repetição de
tais práticas, tanto no MPS – que doravante fica sob controlo público - como
noutros bancos ainda sujeitos a influência política.
5.    Essa
divulgação, sendo questionável no plano estricto da protecção do sigilo bancário –
embora, lá como cá, seja lugar comum a sua violação sem quaisquer
responsabilização para os seus autores – poderá ser justificável em nome do interesse público, nomeadamente para isolar a gestão dos bancos de influências políticas
totalmente indesejáveis…
6.    Será
que, mais uma vez, o episódio MPS vai fazer pedagogia no universo financeiro europeu?
 
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