sábado, 18 de fevereiro de 2017

Mais uma mentira: 2016 não foi o mais baixo défice de sempre

É mentira que o défice orçamental de 2016 tenha sido o mais baixo de sempre. Aliás, apenas mais uma mentira da geringonça. 
O défice mais baixo ocorreu em 1989, era Cavaco 1º Ministro e Miguel Cadilhe, Ministro das Finanças, culminando uma curva de 4 anos de melhoria consecutiva dos indicadores das finanças públicas.
Não sou eu que o diz. Quem o explicita é o insuspeito Paulo Trigo Pereira, Deputado socialista e um dos economistas que elaboraram o Programa do PS, no trabalho Estratégia Orçamental para o Crescimento e Emprego. Lá está, no gráfico da página 3 desse trabalho. Pena não poder reproduzi-lo aqui, mas fica o link.
Se se falasse apenas de défice primário corrente a conclusão seria idêntica. De facto, o investimento público sofreu em 2016 a maior queda de sempre ( uma contradição para os partidos da geringonça que tanto o defendem...). O investimento público desceu tanto, que pode começar a pôr em causa o funcionamento mínimo de alguns serviços públicos ou a própria utilização sem risco de obras viárias (pontes, por mero exemplo) por falta de manutenção adequada.
Enfim,e afinal eram outros que iam para além da Troyca?

11 comentários:

  1. Muito boa tarde.
    Estive a ler atentamente o trabalho do actual deputado pelo PS.
    Se vejo bem, é de facto como refere.
    Mas fica-me uma interrogação, que é a seguinte: a par das habituais "mentirolas geringoncicas", faz-me espécie que ninguém do lado do PSD relembre exactamente o que indica no seu post.
    Porque será? Incompetência? Desconhecimento?
    Ou o estudo em causa tem erros?
    Gostava de perceber porque não há contraditório. Cumprimentos.
    António Cabral

    ResponderEliminar
  2. Caro Netus:
    Acontece que, muitas vezes, por se gastar o tempo com coisas secundárias, não se investe nas primárias... Um Gabinete de Estudos a sério é instrumento fundamental de um partido que se preze. Mas o foguetório é que alegra o pessoal...

    ResponderEliminar
  3. Caro Pinho Cardão.
    Subscrevo na íntegra a sua nota.
    Mas bonito, bonito, é, por exemplo, 'corrigir' o déficit público somando-lhe a verba da FBCF em cada ano. Digamos que é tratar déficit público como se não houve gastos com investimento em cada ano. É que não fará muito sentido estar a comparar déficits em anos diferentes quando num deles a FBCF é 1 euro e no outro ano é 15mil M euros. Quer fazer o exercício?

    ResponderEliminar
  4. Claro, caro Manuel Fernandes. Tem toda a razão.
    Por outro lado, e para uma análise rigorosa das contas públicas, também haveria que considerar o saldo expurgado dos juros da dívida. Por exemplo, por essa altura, em 1992, e de acordo com os dados que um amigo acabou de me referir e de que não tenho razão nenhuma para duvidar, o saldo expurgado dos juros era de 3,1%, maior do que o de agora, que deve andar pelos 2,4%. Com efeito, com a entrada no euro, os juros da dívida caíram drasticamente.

    ResponderEliminar
  5. Sr. Pinho Cardão:
    A sua comparação enferma de um erro fatal.
    O mais baixo défice foi conseguido pelo Viriato, precisamente no ano civil anterior a ter sido morto pelos Romanos.
    É preciso ser rigoroso.
    Eu sei que o atraso da chegada do Diabo causa grande frenesi em certas hostes, mas este não deve turvar o discernimento.

    ResponderEliminar
  6. Sr. Pinho Cardão, gostando de ouvir quem pensa diferente de mim, eu não publicaria comentários do tipo que aqui alguém postou, "assinando" Manuel Silva. Pessoas desta natureza não merecem que se lhes preste atenção. Que desfaçatez: entrar em casa alheia e, malcriadamente, brincar com assuntos sérios, tentando ridicularizar a posição do dono. Se fosse comigo, é como lhe disse: punha-o fora da "porta". Que fosse brincar com quem o mantém.

    ResponderEliminar
  7. Tiro (sempre) ao (lado do) Alvo:
    Eu já sabia que o senhor era admirador do instrumento da Censura, portanto, não me espanta o que diz.
    Vamos esclarecer algumas coisas:
    1.ª - «alguém postou, "assinando" Manuel Silva».
    Eu, entre os 4 nomes que tenho, 50% deles, portanto, 2, são Manuel Silva. E posso prová-lo onde quiser, marque um encontro com testemunhas, que até pode ser o senhor Pinho Cardão, num posto de polícia ou noutro local qualquer. Mas com Cartão de Cidadão presente. Gostava de confirmar também os seus nomes Tiro ao Alvo no seu Cartão de Cidadão.
    Aceita o desafio?
    Eu estou pronto.
    2.ª - «Que desfaçatez: entrar em casa alheia e, malcriadamente»
    Quem não sabe distinguir ironia de mal-criação, que quer que lhe chame?
    Escolha o senhor o nome, eu não quero, novamente, ser acusado de má-criação.
    O senhor ainda não compreendeu que nem todas as comparações se podem fazer?
    Comparar o período em que, só no I Quadro Comunitário de Apoio recebemos 14,8 mil milhões de euros, em que não tínhamos euro, por isso não estávamos obrigados a cumprir regras apertadas, como as do Tratado de Maastricht, com o actual período que estamos a viver, só a brincar, não é.
    Portanto, só se pode responder com ironia.
    Mas o senhor Pinho Cardão podia ter posto todos os défices do período de ouro cavaquista (1986-1995), mas que surpresas encontraria.
    Aposto que os défices de mais de 7 e de 8% já não eram comparáveis.
    Eu também encontrei estes dados, de que indico a fonte para não ser acusado sabe-se lá do quê:
    Saldo das contas públicas em contabilidade nacional (Fonte: Eurostat, Banco de Portugal e INE)
    1977: -2,9%
    1978: -7,2%
    1979: -5,1%
    1980: -7,2%
    1981: -8,7%
    1982: -7,2%
    1983: -5,1%
    1984: -5,5%
    1985: -8,6%
    1986: -7,5%
    1987: -5,9%
    1988: -3,6%
    1989: -2,9%
    1990: -6,3%
    1991: -7,6%
    1992: -4,7%
    1993: -8,1%
    1994: -7,7%
    1995: -5,5%
    1996: -4,8%
    1997: -4,0%
    1998: -3,2%
    1999: -2,8%
    2000: -4,4%
    2001: -2,7%
    2002: -2,9%
    2003: -2,9%
    2004: -3,4%
    2005: -6,1%
    2006: -3,9%
    2007: -3,0%
    Retirado de: http://economia.publico.pt/Noticia/defice-ao-valor-mais-baixo-dos-ultimos-30-anos-1323730

    ResponderEliminar
  8. Foi por essa altura que as contas públicas deram a impressão de entrarem nos eixos. Mas era só aparência!
    Não podemos esquecer que o 1º Ministro de então, ainda na condição de Ministro das Finanças de Sá Carneiro, em 1980, face à exagerada despesa pública de um Concelho Madeirense,sugerira pena de prisão para o edil.
    A Caixa Económica do Funchal, entidade financiadora daquele "processo de desenvolvimento", com seria de prever, não teve vida longa.
    A 15 de Janeiro de 1988 apareceu o, hoje defunto, BANIF que, dizem, terá custado a todos nós três milhões de contos.
    São os "custos sociais" da gestão de caciques e galopins que nós suportamos, ficando as elites caladas perante estes factos.

    ResponderEliminar
  9. Caro Tiro ao Alvo:
    Bom, é certo qua há quem pense que a democracia em Portugal se iniciou apenas em fins de 2015, quando os partidos derrotados nas eleições vieram a formar governo. É com eles.
    Ainda quanto ao défice, mais digno de registo ainda é o facto de, em 1989, muito antes das obrigações da moeda única, o défice, depois de uma trajectória positiva de vários anos, ter atingido um valor menor do que em 2016. Mais notável ainda é que a taxa de juro da altura era muito superior à de hoje, e assim o peso dos juros no PIB.
    De qualquer forma, e independentemente de qualquer obrigação externa, é obrigação nossa diminuir o défice público, como forma de sustentar a economia e de o Estado poder ter acesso ao financiamento de que necessita para cumprir a sua missão. Diminuição do défice, mas com conta, peso e medida, de forma racional. E racional não é aumentar despesas com pessoal e diminuir o investimento, tal como a geringonça o fez.

    Caro Gaudêncio Figueira:
    Claro que São Guterres, logo que se viu governo, tratou de exercitar um aumento vigoroso da despesa pública. Que conduziu ao charco. E que outros tiveram que tentar sanar.

    ResponderEliminar
  10. Tem razão, caro Pinho Cardão. Importante é baixar o défice e, consequentemente, baixar a dívida.
    E também dar confiança aos nossos credores para que as taxas de juro baixem para valores razoáveis, como aconteceu com a Irlanda e a Espanha. Mas esta gente gosta é de atirei areia para os olhos dos outros, como é o caso de citação do I Quadro Comunitário de Apoio, que apenas vigorou de 1989 a 1993, omitindo a ajuda que actualmente estamos a receber do BCE, bem superior àquela que recebemos em 1989.
    Portanto, a meu ver, o melhor é deixá-los a falar sozinhos.

    ResponderEliminar
  11. Meu Caro Pinho Cardão:
    A mim é absolutamente indiferente o São Guterres, o Stº António ou São Pedro.
    Porém, concordo consigo não havia necessidade de São Guterres perdoar 120 milhões de contos ao "orago da freguesia" já anteriormente contemplado através do negócio Banif.
    Sabe meu caro, eu situou-me no "centrão" mas não me esqueço dos adecos e copianos, em Venezuela, que ao saírem deixaram o Chávez no poder.
    Entendam-se tendo em conta os interesses do Zé Pagode e deixando para segundo plano os caciques e galopins.
    Esse tem sido o drama destes quarenta anos que deixa as elites muito mal vistas, e os eleitores sem paciência para irem votar.

    ResponderEliminar