quinta-feira, 4 de maio de 2017

A maior caça ao voto de sempre!...

Em desrespeito total pela regra do concurso na admissão de funcionários públicos, o governo vai integrar largas dezenas de milhar (fala-se em cerca de 100.000...) trabalhadores da função pública a recibo verde ou ao abrigo de contratação sem vínculo permanente com o estado. 
Um esquema de admissão que vai levar dezenas de milhar de trabalhadores a entrar na função pública sem concurso, ou com concurso feito à medida, privilegiando, em total desrespeito pela lei, um conjunto de cidadãos e sonegando o direito de concorrer a todos os outros que têm o direito de procurar trabalho no estado ao abrigo da legislação em vigor. 
Claro que um cidadão que entra no desempenho de funções públicas mediante concurso entra pelo seu próprio valor e não tem que dizer obrigado a ninguém. Mas um cidadão que arranja emprego permanente à custa de um procedimento singular e ao arrepio das normas em vigor, tende a ficar agradecido a quem lho concedeu. O governo sabe isso muito bem e o calendário das admissões não engana. Até às Autárquicas, alguns entrarão; até às Legislativas, entrará o resto. Não há admissões grátis. 
PS: E que dizer de os Sindicatos da Função Pública poderem entrar no processo de admissão? Nunca se foi tão longe na forma de recomendar prosélitos e impedir outros de entrar. A geringonça vai fazendo o seu caminho. Cuidando dos seus e de si, que os outros nada lhe interessam.

8 comentários:

  1. Caro pinho Cardão,
    É nisto que dá sempre uma política de "cortes" sem qualquer perspetiva de gestão dos recursos humanos: fecha-se o recrutamento "sério" mas o recrutamento continua. Sem seriedade, precário, logo, sem qualidade. E procedimentos de recrutamento sem qualidade resultam em qualidade duvidosa dos recrutados.
    Mas depois é uma vergonha, o Estado a fazer o que há de pior com os seus trabalhadores.
    E depois há que repor alguma decência...
    As responsabilidades são de todos os que no passado construíram, por ação ou omissão, a vergonha.
    E é recorrente.Há trinta anos que não há recrutamento no estado.
    E os resultados claro que se sentem.
    E já sabemos que o balão vai começar novamente a encher no dia seguinte (porventura já durante) a ter terminado este processo de regulaização.
    Sim, há coisas que neste país não tem emenda...

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  2. De facto, caro SC, há coisas que neste país não têm emenda. E os políticos que as fazem, também não. Mas não são eles que pagam, nós é que cá estamos para pagar...

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  3. Não há recrutamento em função das necessidades porque o Estado desde há muito que tem gente a mais que não pode dispensar.
    Para recrutar "normalmente" é também preciso poder dispensar "normalmente".
    O problema de fundo é a existência de um estatuto da função pública que garante o emprego vitalicio para todos os funcionários.
    Numa altura em é indispensável ir reduzindo o excedente de pessoal na função pública vai-se meter ainda mais gente que nunca poderá ser dispensada em função das necessidades e das possibilidades !...
    De mal a pior !!

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  4. Vou levar para a minha Praça. Com a devida vénia.

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  5. Caro Fernando S:
    Pois é...mas manter o poder é a preocupação máxima da geringonça.

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  6. Caro nikonman:
    Muito obrigado. E seja bem-vindo, que há muito que não aparece!...

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  7. Vou ser mais assíduo.

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