segunda-feira, 28 de março de 2011

Cambalhotas e outras manobras

José Sócrates, o "novo" secretário-geral eleito por uma maioria de fazer corar albaneses, deu o mote para a campanha eleitoral. Recuperado o seu papel de animal feroz, liberto da pose de homem de Estado, com uma postura mais próxima do "porreiro, pá!" que tanto encantou, sentiu-se à-vontade para,  neste estilo que lhe assenta melhor, acusar Passos Coelho de cambalhoteiro. A resposta do outro lado não se fez esperar, e foi por sua vez acusado de socar. Mas de socar "verbalmente", o que, convenhamos, é prática que não se pode considerar adquirida na célebre secção de pugilismo de Alvalade. Ali sim, praticava-se pugilismo à séria, como ainda neste fim de semana se comprovou.
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Deu-se, pois, o tiro de partida para a campanha eleitoral. Desiludam-se os senadores que apelam à elevação. De nada servirão os apelos e a coisa far-se-à como nas anteriores ocasiões: muitos golpes baixos, sound bites que bastem para imprensa difundir (porque não difunde tudo o que garantidamente não venda publicidade), miserável debate.
Entendo que os dirigentes partidários, todos sem excepção, defendam que as eleições aconteçam rapidamente. Não, não é a emergência das soluções que lhes impõe a pressa. É a noção de que não se pode, por muito tempo, disfarçar com "bocas" a falta de soluções. Não vá o Povo, desta vez, apressar-se a perceber e a provar nas urnas que percebeu...

4 comentários:

  1. De facto, se tem que haver eleições, quanto mais depressa melhor. Na Inglaterra, de certeza que já tinham sido marcadas, que os procedimentos aí relevam do bom senso e do sentido prático das coisas. Por cá, terá de haver consultas e mais consultas, conversas e mais conversas para se concluir o que já há muito ficou concluído.
    Nas Inglaterra, os gabinetes de estudos dos partidos funcionam, pelo que os programas eleitorais e governativos estão sempre actualizados e prontos a entrarem em acção. Entre as eleições e a tomada de posse do governo e a aprovação do seu programa no Parlamento medeiam dois ou três dias. Por cá, é uma eternidade.
    Por lá, as eleições são um acto sério, feito de acordo com as praxes e os rituais há muito estabelecidos, enraizados e aceites; por cá, as eleições são um modo de vida da classe política, uma forma de provar a sua existência. Desde 2009 que andamos em campanha eleitoral.
    Claro que a campaha vai ser dura. As acusações políticas e de carácter vão ser o pão nosso de cada dia. O sentimento de desconsideração dos portugueses pela actual classe política vai atingir o auge. E, no fim, bons e maus, serão classificados pela mesma medida.
    Oxalá ainda chegue a tempo algum juízo a essas "brilhantes" cabeças que enfeitam o tronco dos nossos líderes. Pelo menos, Pedro Passos Coelho, concorde-se ou não com as ideias, tem tido um discurso calmo e ponderado.
    A ver vamos, como dizia o outro...

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  2. Caro JMFAlmeida
    O que têm, Henver Hoxa, Josef Staline, Erich Honecker, Nicolau Ceausesco e Teodor Jirkov em comum?
    Nunca conseguiram ultrapassar os 90% da votação a favor, em eleições por voto secreto.
    O farol do interesse nacional alcançou os 93.8%, abaixo do imbatível e incontornável Kim IL Sung que, pasme-se alcançou uns invejáveis 99.8%.
    Na verdade "les beaux esprits ont se trouve toutjours...."
    Cumprimentos
    joão

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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  4. Anónimo21:13

    Meu caro João, remate perfeito.
    Meu caro Paulo, é como diz a canção: se pegar o bicho pega, se fugir o bicho morde...

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