segunda-feira, 28 de março de 2011

Europa: sinais de mudança

Fraqueja o eixo franco-alemão com os sinais de impopularidade dos líderes nos respectivos Estados. Alemanha e França parecem cansados dos seus dirigentes, o que equivale a prazo a uma mudança na liderança efectiva da Europa.
Na Alemanha, os Verdes impõem à chanceler Merkel um derrota no poderoso Lander de Baden - Württemberg, impensável há não muito tempo  A somar às derrotas na Renânia do Norte - Vestefália e Hamburgo.
Em França e nas eleições regionais o partido de Sarkozi obtém metade dos votos do PSF, com a extrema-direita a atingir cotações eleitorais que chegaram a 40% nalgumas circunscrições.

É cedo para perceber se estes sinais se refletirão nas políticas europeias pensadas para consolidar a zona euro. Mas não me espantaria que em próximos actos eleitoriais nestes Estados nucleares na actual UE, os partidos no poder venham a trilhar o caminho, eleitoralmente mais seguro, do abandono do sul da Europa à sua sorte.

8 comentários:

  1. Caro Dr. JMFA,

    Estarei a vislumbrar aí um lencinho para limpar uma lagrimazita?

    Afinal quem é que aqui tem de "arranhar"? Somos nós ou são eles? É verdade que o eixo franco-alemão é - historicamente - pouco sustentável (até porque os alemães só ficam contentes quando passam por baixo do arco do triunfo com um exército ou dois), mas nós somos - seguramente - uma catástrofe.

    Nós não podemos estar sempre à espera que nos venham socorrer. Os tipos dos Pirinéus para cima, organizam-se e têm politicas concertadas(então os norte da europa são impressionantes). Dos Pirinéus para baixo é a aldeia dos macacos. Políticas concertadas, nem se sabe o que é e organização é um mito.

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  2. "os partidos no poder venham a trilhar o caminho, eleitoralmente mais seguro, do abandono do sul da Europa à sua sorte."

    Parece-me uma predição excessiva, por um lado, mas benevolente, por outro.

    Excessivo, porque o Sul não está condenado a uma sorte madrasta por capricho dos deuses.
    O Sul também tem vantagens por estar a sul. Se a complacência do crédito dos vizinhos de Norte parece estar a esgotar-se, o Sul pode e deve responder ao desafio, trabalhando mais. A posição geográfica não é um handicap insuperável. Afinal de contas, não foi também o excesso de crédito concedido pelo Norte que exacerbou as preferências mais hedonistas do Sul e o induziu para a situação de falência financeira e económica?
    Benevolente, porque o avanço da extrema-direita na Europa pode ter consequências dramáticas para a paz na Europa.
    Tendo a sua origem no pós-guerra com o objectivo de evitar um novo conflito generalizado na Europa, a União Europeia é uma construção gravemente ameaçada com o avanço da extrema-direita pelo racismo e pela xenofobia.
    O mais grave não é que o Norte suspenda o crédito ao Sul (pode até ser uma oportunidade para o Sul) mas que no Norte comecem por expulsar os do Sul e depois passem a eliminá-los.
    Exageros de uma tarde cinzenta?
    Nunca se sabe onde param as consequências da estupidez humana colectiva. Sabe-se como começam.
    É assim.

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  3. Nós, uma catástrofe, querida Anthrax???
    Desculpe lá, mas não está a ver bem a "coisa".
    Desde os tempos de Deu-La-Deu Martins e do cerco à vila de Monção, que não paramos de enganar os sitiantes, fingindo-nos catastróficamente arruinados, mas afinal, abundantemente recheados.
    Ainda hoje, recebemos o principe Charles e a duquesa da Corno-qualquer-coisa que não me recordo agora o quê, e já lhe vamos oferecer um banquete logo à noite. A seguir, virá a sô dona Dilma, e lá vai barão... quero dizer... mais um banquete.
    Ora diga lá querida Anthrax se afinal de contas, não jorramos abundância por todos os poros?!

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  4. Anónimo17:04

    Não, meus caros Amigos. Procurei que este apontamento fosse neutro. Por isso nem lágrimas, nem benevolência, admitindo embora que o futuro venha a ter esta despretensiosa nota como excessiva.
    Lágrimas não, até porque não tenho particular simpatia por Sarkozi e pelos dirigentes que lhe copiam o estilo. Em especial, entre nós.
    Benevolência também não, porque ciente do risco de termos uma extrema direita com acesso ao poder, certo é que esse risco é fruto da incapacidade e mesmo da incompetência das lideranças actuais, sobretudo dos governos em quem a classe média do centro europeu confiou.
    Mas como não acredito nem no determinismo histórico nem em genes colectivos, estou com ambos quando defendem que a sul há que procurar o caminho sem tutelas. Receio é que não seja este o momento para reclamar a carta de alforria. Mas essas são contas de outros rosários...

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  5. Anónimo17:23

    Caríssimo Bartolomeu, princesa corno-qualquer-coisa é de antologia!

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  6. Caro JMFAlmeida
    Sobre o eixo franco alemão e sobre o devir eleitoral alemão, não tenho, ainda elementos que me permitam comentar o seu post.
    Já sobre França a questão fia um pouco mais fino.
    M. Le Pen é incomparávelmente mais esperta e politicamente mais "sage" que o seu pai (e olhe que o "velho" Le Pen é um fino. político), como têm demonstram as sondagens e recente vitória.
    Com um pouco de sorte "empurra" Sarkozy para fora da corrida eleitoral e "coloca" Martine Aubry na calha, "fechando" o caminho a DSK (D.Strauss-Khan). À direita françesa pode só restar apoiar FFilou e, desse modo, evitar
    um descalabro que pode implicar a implõsão da UMP.
    Curiosamente, M. Le Pen sugeriu que os países do Sul, em conjunto com a França saíssem do euro......curioso não? Seria, para nós, uma estreia, em 150 anos de história sempre alinhámos economica e financeiramente com os anglo saxões
    Cumprimentos
    joão

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  7. Foi erro de escrita, caro Dr. José Mário. Deveria ter escrito Cornu...

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  8. Ainda não compreendi muito bem, porque motivo andamos tão preocupados com a economia e o défice e o pib e o Sócrates e o Passos e o eixo e o... (agora esqueci-me do que ia escrever).
    Nós temos é de estar felizes porque o Dias ferreira não ganhou as eleições para presidente do Sporting.
    E porquê?
    Porque assim, o grande General de Balneário (balneário, é um ramo das forças armadas criado este mês) estará disponível para concorrer às próximas eleições legislativas e, depois de eleito, colocar em prática o seu projecto de trazer para Portugal o maior jogador Chinês da actualidade e com ele, voos charter consecutivos, carregados de chinocas, carregados eles próprios de dolars euros e outras fortunas que irão esbanjar nos nossos hoteis, restaurantes e museus.
    Ora vejam por favor, e digam lá se não gente neste país com uma capacidade empresarial caté deixa uma pessoa cos olhos em biko...
    http://www.youtube.com/watch?v=HbfViOb7Mgs

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