terça-feira, 28 de dezembro de 2004
Guizot e Sir Robert Peel
Não é muito comum um grande historiador francês escrever sobre um grande político inglês. A obra, assumida como um estudo de história contemporânea, foi escrita após a morte de Sir Robert Peel e publicada em 1856. Descreve a carreira de um dos mais destacados governantes ingleses, referência obrigatória da história do liberalismo e do espírito reformador que marcou o segundo quartel do século XIX. Aí se poderá compreender como se fazem e desfazem governos e como sobre o tumulto da mudança se adoptam medidas que ficam para a história: o primeiro reconhecimento da "emancipação" da maioria católica na Irlanda, a reforma do parlamento inglês de 1832, a reforma fiscal de 1842 e a abolição do proteccionismo cerealífero de 1846.
O estudo de Guizot é um testemunho eloquente da arte de governar a merecer uma leitura atenta e uma reflexão sempre actual sobre os desafios da política.
O exemplar de que reproduzo o frontispício tem uma particularidade a assinalar: deixa revelar o selo de Rodrigo da Fonseca Magalhães, um governante esquecido e denegrido por Herculano e Oliveira Martins, mas que a história, mais tarde ou mais cedo, reconhecerá como uma das mais destacadas figuras do liberalismo português.
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