quinta-feira, 16 de dezembro de 2004

Uma questão de conveniência


Nas últimas semanas surgiu uma nova questão em Portugal.
O Estado e as Autarquias, segundo certas opiniões, podem dispensar os orçamentos.
Pode-se viver com duodécimos, afirmam.
No Parlamento, sugeriu-se que o Orçamento de Estado podia esperar pelo próximo Governo.
Na Assembleia Municipal de Lisboa, a maioria de esquerda chumbou o orçamento municipal.
Afinal, nuns dias reclama-se pela pontualidade na apresentação dos orçamentos, noutros considera-se que eles podem ser postergados.
Já dizia Jorge Sampaio que "há mais vida para além do orçamento".
Mas será que há boa governança sem orçamento?
Esta questão é confrangedora, pois é um sinal de retrocesso nas nossas práticas democráticas.
Agora, a existência de orçamento passou a ser do domínio da controvérsia política.
Como é possível semelhante oportunismo?
Até onde irá esta instabilidade?

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