quarta-feira, 11 de maio de 2005

De Akhenaton, faraó egípcio, a Zhang Chunquiau

Hino a Aton

Refulges em toda a beleza
Áton vivo
Senhor de eternidade
Origem da vida
Resplandesces, brilhante e forte
O teu amor é grande e poderoso…
…És o Aton vivo, a tua imagem é eterna
Estás só e, no entanto,
Estão em ti milhões de vidas
É como um sopro de vida
Quando se contemplam os teus raios!...

Sou economista, mas considero que a história e a filosofia, para além do português e da matemática (e do inglês, por outras razões), deveriam ser disciplinas nucleares de qualquer sistema de ensino digno desse nome.
A história é uma disciplina viva: recria-se todos os
dias.
Morreu Zhang Chunquiau, um dos do Bando dos Quatro.
Segundo os jornais, foi uma surpresa, pois a própria Enciclopédia da República Popular da China afirma que Chunquiau tinha morrido em 1991!...
Julgo ser uma originalidade uma Enciclopédia declarar morto alguém indesejável, mas ainda vivo.
Muitos dos notáveis do regime soviético foram riscados das enciclopédias, mas creio que nenhum foi declarado morto, estando vivo.
Ao longo da história, muitas personalidades foram riscadas das enciclopédias e a sua obra destruída, para que delas não restasse memória.
Uma das mais antigas que conheço refere-se ao Faraó Amenófis IV, também conhecido por Akhenaton.
Este faraó governou o Egipto por alturas do ano 1350 anos a.C.
Com sua mulher Nefertiti, introduziu no Egipto a crença num deus único, o deus Aton, o qual se lhe revelou no deserto, na forma de uma luz pura, que flui por todo o universo.
Interessante de notar a forma da revelação (luz) e o local (ermo, deserto), comum, antes e depois daquela data, a muitas religiões e aparições.
Os egípcios e, designadamente, os sacerdotes, que defendiam o politeísmo, consideraram a medida como uma afronta que não poderia permanecer.
Assim, após a morte do faraó, templos, construções e quase tudo o que recordava a sua existência foi destruído.
As religiões, no entanto, são inspiradoras da arte.
Ficaram como testemunho algumas das mais belas poesias do Egipto antigo, como a que iniciou o presente texto.

1 comentário:

  1. Pinho Cardão, concordo consigo quanto à importância da história e felicito-o pelo modo excelente e tão impressivo como ilustra essa sua ideia. Acho que através dos seus textos ficamos a saber como sabemos pouco, mas fica um enorme desejo de aprender mais.

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