Scientific American Magazine (May 2002)
Foi verificado, num estudo recente, que os doentes que tinham tido um ataque cardíaco e que foram sujeitos a medicação antidepressiva viviam mais tempo. Apesar do estudo não ter sido desenhado com este propósito, os dados revelam aspectos positivos, já que há uma diminuição do risco de um segundo enfarte. Aliás é perfeitamente compreensível que a depressão ocorra após um acidente deste tipo.
Já anteriormente se tinha verificado que a depressão constituía um factor de risco para os ataques cardíacos e que a prescrição de certos antidepressivos poderiam ter um efeito protector.
Segundo a OMS a depressão vai ser a segunda causa de morbilidade a nível mundial no ano 2020. Em Portugal os valores apontam para uma prevalência de 5 a 8% de acordo com a região.
A problemática do consumo dos antidepressivos, entre nós, está a atingir valores preocupantes. Os dados do Infarmed e de outros autores apontam para um crescendo assustador nos últimos anos, de tal modo que, segundo o próprio Director-Geral de Saúde, estamos perante um problema de saúde pública, que, urge resolver.
Resta saber até que ponto os factores sociais e ambientais constituem ou não factores de risco para o seu aparecimento. O aumento da prescrição tem de ter explicações. Não são só os factores de facilidade e de maior acessibilidade a estes produtos as únicas explicações. Haverá igualmente outras que poderão contribuir para esta “epidemia”.
Claro que, com tanta gente a tomar antidepressivos, ainda nos arriscamos a poluir o meio ambiente, já que podem alcançar os rios e o sistema de água através do tratamento dos esgotos. A este propósito, no ano passado um estudo britânico permitiu encontrar Prozac na água de bebida. Imediatamente, os responsáveis pela saúde desvalorizaram os dados, afirmando que a substância estava fortemente diluída, embora os ambientalistas tivessem solicitado uma investigação urgente sobre o assunto.
Lá como cá também tem ocorrido um aumento do número de receitas médicas de antidepressivos. Só entre 1991 e 2001 o número passou de 9 milhões para 24 milhões! Entre nós, de 1995 a 2001, o consumo total de antidepressivos teve um incremento notável, com um aumento de 102,8% no número de embalagens dispensadas.
A situação económica e social em Portugal pode constituir um factor de risco em termos de depressão. A expressão de que os portugueses andam “deprimidos” não abona nada de bom. Provavelmente iremos continuar a assistir a um aumento do consumo destes fármacos.
Em termos ambientais, a contaminação da água poderá não ter um grande efeito na nossa saúde, devido ao efeito diluidor, mas, quem sabe se não irá afectar o comportamento dos peixinhos, dos anfíbios e de muitos outros animais, tornando-os mais “desinibidos” ou com tendências “suicidas”…
Saia um anti-depressivo colectivo para dar coração à república! (não a esta, que obviamente não precisa)
ResponderEliminarPorque receito antidepressivos?
ResponderEliminarPorque as pessoas sofrem rupturas na sua vida (Desemprego, divórcio, morte de ente querido)que atingem o Eu
Porque sofrem de solidão. ( E daqui a uns anos será pior, com os poucos filhos lonje e sem tempo e com os divórcios)
Porque se sentem fora da vida. ( A Reforma pode ser um engodo terrivel)
Porque se esgotam fisica e intelectualmente ao tentarem ser superherois (sobretudo as mulheres)
Porque entram em Menaupasa.
Porque querem estar sempre na maior e não aceitam que existem ciclos.
Porque são naturalmente deprimidos.
Estar deprimido é uma coisa terrível.
No meu trabalho, das 40 pessoas que lá andam, pelo que sei, são seis as que tomam anti depressivos. Parece-me muito...a via dos dias de hoje leva a estados fáceis de depressão.
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