Delhi, 3 de Julho
A viagem por estrada de Delhi para Agra é, só por si, um espectáculo.
Passa-se de uma cidade super povoada, com 10 milhões de habitantes, para o Estado mais povoado da Índia, o Uttar Pradesh.
Por esta razão e também porque essa mesma via serve a cidade de Benares ou Veranassi, um dos Santuários da Índia, aonde as pessoas se deslocam para se purificarem no Ganges ou para morrer e onde as piras ardem continuamente para cremação dos corpos, o trânsito é intenso.
E é também a Agra que se deslocam muitos turistas, em busca do Taj Mahal.
Ao longo da estrada, filas intermináveis de aldeias cheias de movimento e cor, com os charcos e o lixo omnipresentes.
Nas povoações em que havia feira, o trânsito era naturalmente obrigado a parar, o que permitia dar uma olhada em volta.
Alinhados ao longo das bermas, por entre as bancas da fruta, dos legumes, das roupas, da electrónica e das quinquilharias várias, os encantadores de serpentes, sempre rodeados de gente e de vacas, que também encantam, os artistas de circo e faquires, apresentando as suas habilidades, e espectáculos de ursos polares, nascidos nos gelos dos pólos, exibindo-se, presos pelo nariz, a temperaturas de cerca de 40 graus centígrados, tudo e todos impassíveis perante o trânsito que passa a poucos centímetros...
Deste tumulto de imagens diversas de que a Índia é feita, e que retratam uma vida dura e difícil, passa-se à harmonia da Índia dos Imperadores.
O Taj Mahal, em Agra, é o símbolo maior desta harmonia.
Começou a ser construído em 1631 pelo Imperador Shah Jahan, por amor e em memória de sua mulher, que morreu durante um parto, terminando a construção 22 anos depois.
Deposto por um dos filhos, que também matou os irmãos, o Imperador foi preso no Forte de Agra, tendo-lhe sido concedida uma masmorra de onde podia avistar o Taj Mahal.
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