quarta-feira, 20 de julho de 2005

Freitas e o “plebiscito unanimista”

Nem dificuldades de comunicação nem críticas ao Governo. A entrevista de Freitas do Amaral só tem um propósito: o de reafirmar que também é “presidenciável”, evidência que tem barbas de muitos anos. A única crítica substancial é feita ao PS e a José Sócrates por tardarem em fazer opções e deixarem Cavaco Silva tornar-se uma “inevitabilidade”. A forma como Freitas pretende criticar “a direita” por apostar em Cavaco e as referências ao “cheque em branco” e ao “plebiscito unanimista”, soa a nervosismo e ansiedade. O recurso às analogias com o tempo do Estado Novo não se me afigura como bom caminho. Esquece-se Freitas que nessa altura também o candidato do regime a Presidente da República era escolha exclusiva do Presidente do Conselho.

Agora o problema de Sócrates está na opção entre “piscar o olho à esquerda” (Manuel Alegre) ou tentar conquistar o centro (Freitas), desguarnecendo sempre o flanco contrário.

O cobertor continua a ser curto. Só que ninguém o puxa!

2 comentários:

  1. Anónimo00:15

    "Reafirmar" que é presidenciável, escreve muito bem o David Justino. Há muito que me parecia que esta adesão do Professor Freitas do Amaral ao socialismo não era tão desinteressada como muitos pretenderam fazer crer. O célebre apoio dado ao Engº Sócrates antes das eleições em artigo da visão, como a bloquista postura anti-americana prenunciavam uma colocação para a presidência que agora só se vem confirmar. Mesmo a velada crítica ao governo e ao primeiro-ministro tem a ver com a necessária imagem de estadista presidenciável para o qual se requere que esteja acima dos partidos e que seja capaz de criticar os seus. Assim se deve comportar um "presidente-de-todos-os-portugueses" que o Professor Freitas quer demonstrar desde já que será.
    Não é, pois, uma surpresa. Aguardemos para ver como reage o PS de Alegre, de João Soares ou de Cravinho...
    Já agora, o tema das presidenciais tem sido pretexto para algumas notas de boa disposição, aliviando a tristeza da crise.
    O último comentário televisivo do Professor Marcelo a propósito das presidenciais e dos presidenciáveis foi uma delicia! Bem que poderia constituir um episódio dos X-files! Quem o ouviu ou, como eu, leu a análise de Marcelo sobre a quem aproveita a candidatura A ou B, sabe bem a que me refiro. Divertido, divertido...

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  2. Anónimo14:57

    http://dn.sapo.pt/2005/07/21/tema/apoiante_abstencionista_adversario.html
    Vale a pena ler.

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