Louça apelou às televisões para não exibirem as chamas da desgraça nacional (as dos incêndios, claro).
Juntou a sua voz às demais que pediam o mesmo. Curioso é que nunca foram ouvidas essas outras vozes, ou então eu tenho estado relativamente surdo.
De imediato se fez sentir uma onda de simpatia pela patriótica ideia de Louçã.
Pergunto-me se seria comparável a reacção dos bem-pensantes se o que foi dito por Louçã tivesse sido dito pelas lideranças do PSD ou do PP. Imagino que cairia o Carmo e a Trindade.
Tem inteira razão o Pinho Cardão. O tema da compatibilidade entre a liberdade de informar e os danos que certa informação pode causar às sociedades, é crucial nos tempos em que vivemos.
ResponderEliminarA proposta de Louçã não é descabida, bem pelo contrário (o post só pretendia apontar para o facto de nenhum outro dirigente a ter avançado por razões que são óbvias). Os peritos em psicologia criminal que estudam o comportamento dos incendiários sabem há muito que esta patologia é alimentada pela visão das chamas. A exibição, às vezes ad nauseam, dos incêndios, é pois um factor conhecido de estimulo a estes impulsos criminógeneos.
O mesmo se diga do problema da banalização do consumo de estupefacientes de que fala Pinho Cardão.
Ou do flagelo do terrorismo que em boa parte existe porque encontra na comunicação social o carburante para espalhar o medo.
Vale a pena, um dia destes, abrir ao debate deste tema a 4R. Porque de entre as questões da limitação de direitos, liberdades e garantias, esta é, sem dúvida nenhuma, a mais candente e porventura a mais relevante.