terça-feira, 13 de setembro de 2005

Prémios Darwin

Em tempos adquiri um livro com um título interessante: “Prémios Darwin”. Mas, o subtítulo era ainda mais curioso: “Prémios à estupidez humana”. Trata-se de uma colectânea de histórias cujos protagonistas acabam por sucumbir devido a erros e comportamentos lamentáveis. Wendy Northcutt explica o sentido dos Prémios Darwin (também há menções honrosas!) numa base evolucionista. Deste modo, segundo a autora, os “Prémios Darwin homenageiam aqueles que asseguram a sobrevivência a longo prazo da nossa espécie, retirando-se eles próprios, de uma forma totalmente idiota, do fundo genético da nossa espécie. Contribuem, assim, para o aperfeiçoamento da espécie humana". Histórias mirabolantes que vão desde o larápio que tenta roubar os fios eléctricos sem desligar a corrente, passando pelo homem que acende o isqueiro para espreitar dentro de um recipiente com gasolina, ou do terrorista distraído que abre a carta armadilhada que lhe foi devolvida por insuficiência de selos, ou ainda de um outro morto pela queda da máquina de bebidas quando tentava tirar uma embalagem de água sem pagar. Enfim, casos que podem provocar alguns sorrisos, não fosse o facto de se materializarem em mortes ou situações de invalidez. No fundo, o que podemos afirmar é que a estupidez reina nos diferentes casos.Estas observações têm a ver com vários tipos de situações que ocorrem no nosso país, as quais continuam a originar muitas mortes que podiam e deveriam ser evitadas. Os relatos de mortes por afogamento, associados às mortes por muitos acidentes de viação e por acidentes de trabalho, revelam que, num grande número de casos, são a expressão de condutas impróprias, por vezes mesmo estúpidas, tradutoras de uma falta de cultura. Não acredito que haja, em Portugal, algum gene da loucura, que possa explicar esta tendência para a autodestruição. Afinal, todos os esforços de informação e educação em matéria de prevenção destas situações, altamente prevalentes entre nós, não têm dado resultados. Talvez, devido à repetição e monotonia das causas subjacentes à maioria dos tipos de óbito considerados, os portugueses não sejam alvo de atribuição dos Prémios Darwin. Mas, mesmo assim, não deixam de revelar uma infinita estupidez.
Segundo Einstein, a estupidez humana e o Universo são as duas únicas coisas infinitas, e, no tocante ao Universo, não tinha a certeza absoluta.
Uma fracção respeitável de portugueses, com os seus bizarros comportamentos, acaba por reforçar a afirmação do célebre cientista...

3 comentários:

  1. É bem verdade... essa faz-me lembrar uma cena de um filme animado que vi com o meu filho que é o ICE AGE... nessa cena a dada altura os heróis cruzam-se com os últimos representantes dos pássaros DoDo (acho que é esse o nome) e quase toda a população dizima-se a si própria devido à sua inesgotável imbecilidade e estupidez... de certa forma esses pássaros fazem lembrar alguns portugueses...

    ResponderEliminar
  2. Bom... O I.I. (Instituto da Inteligência), lá avança com um quadro estatístico que diz que 30% dos nossos estudantes/alunos/aprendentes/whatever, terão uma promissora carreira de trolhas (a parte dos trolhas sou eu que acrescento), visto serem incapazes de fazer outra coisa qualquer.

    Tirando isso, a última que vi esta manhã nas notícias, foi a dos camionistas britânicos e franceses encetarem protestos por causa do aumento do preço dos combustíveis. Assim de repente, parece que no caso de Portugal a GALP, a BP, a REPSOL e afins, ainda podem aumentar os seus preços mais um bocado uma vez que os nossos camionistas ainda não começaram a "chiar".

    Além do mais, quem sou eu para discordar de Einstein. O homem era genial.

    ResponderEliminar
  3. Creio que era Ortega y Gasset em "A Rebelião das Massas" que dizia que, entre um imbecil e um maldoso, ele preferia o maldoso. Porque este, às vezes, descansa, e um imbecil nunca...

    ResponderEliminar