segunda-feira, 14 de novembro de 2005

Ainda o OE para 2006

Luis Filipe Meneses retrata hoje no Público, de forma brilhante, a inconsistência e inconsequência do PSD ao votar contra o Orçamento de Estado para 2006.
E quando a liderança do PSD só fala da necessidade de recuperar credibilidade, facilmente se compreende como a tarefa é impossível.
Marques Mendes faz hoje o papel que José Sócrates e o PS fizeram quando votaram contra os Orçamentos de Estado de Durão Barroso.

4 comentários:

  1. Luís Filipe Meneses acerta quando diz que a fraqueza do PSD foi ter votado contra sem ter uma alternativa. Já aliás o tinha escrito no Reformista.

    Mas aonde ele erra é nas suas "alternativas"

    "Avançar rapida e radicalmente nas Reformas da Administração Publica, da Saúde, da Educação e da Justiça" é muito bonito de dizer. Mas quais Reformas? Aliás é ele próprio que parágrafos antes levanta a questão.

    Luís Filipe Menezes é rápido. Mas é inconsistente.

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  2. Caro Ferreira de Almeida,

    O artigo é bonito sim senhor. Pergunto-me como é que se concilia "uma verdadeira determinação de manter o essencial da arquitectura do nosso Estado social" com "legislação laboral flexível" (e sabemos o que isto quer dizer), com "redução de carga fiscal" (falso problema, como há anos venho dizendo, porque se 70% das empresas não pagam IRC, não vejo onde é que a carga fiscal as afecte). Quanto a este ponto, só vejo cada vez mais um caminho: O combate à fraude e evasão fiscal, se necessário for com a supressão temporária se necessário for, de alguns direitos fundamentais.

    Só assim se garante a existencia de um Estado social. Doutra maneira, mais vale claramente dizer que o Estado-social pode ir às urtigas.

    Quem foi o político nórdico que disse que se a corrução e evasão fiscal em Portugal não fossem tão grandes, podíamos estar com níveis de desenvolvimento semelhantes aos desses países?

    Na minha óptica, cada vez que analiso o problema, vai sempre dar aí: Corrupução, evasão fiscal e Justiça ineficiente.

    Todas as restantes teorias economicistas só podem vir depois, caso contrário esbarram sempre nestes problemas, por mais mérito que tenham.

    Quanto á posição do PSD, é pura politiqueirice, que só serve para descredibilizar (mais uma vez) os políticos. Só se podem queixar deles próprios. Não são os únicos, infelizmente.

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  3. Concordo com o Reformista. LFM advoga o voto contra mas com todo um programa de Governo alternativo. Não defende o voto a favor nem a abstenção...

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  4. Caro cmonteiro,

    lá vamos nós entrar em "choque" mais uma vez, mas tenho que lhe dar uns toques:

    1- Não foi nenhum político nórdico como o meu caro está a perguntar, foi o Prof.Daniel Kaufmann, num relatório para o FMI (link que lhe envio em anexo se quiser consultar), e relatório esse que é bem claro nas ideias.

    http://www.imf.org/external/pubs/ft/fandd/2005/09/basics.htm

    2- O meu caro não tem nenhuma empresa, pois não? Nem tem de as gerir, pois não? Não tem empregados, pois não? Pois... não deve ter... e se as tiver muita pena tenho dos seus conhecimentos e métodos de gestão, pois afirmar que se fôr necessário se devem suprimir, ainda que temporáriamente, alguns direitos fundamentais (se estiver a referir-se ás empresas) é um crime... e é típico de quem acha que todos os empresários deste país são uns vigaristas, que exploram os empregados e o Estado. Já agora se carregarmos ainda mais na carga fiscal sabe o que isso pode significar? O fecho de mais empresas, mais desemprego, menos aumentos salariais porque os rendimentos disponíveis das empresas vão para o fisco para para o chorrilho de impostos, tais como o Pagamento por Conta, o Pagamento Especial por Conta, o IRC, a Derrama, o IVA, a Segurança Social, etc. e tal.

    Estado-social? Isso é uma palhaçada... Querem dinheiro, trabalhem, e deixem quem quer trabalhar (empregado ou empresário)ganhar dinheiro, que a Economia cresce por si e o Estado ganhará também por si...

    Assim? Como está?... Só se consomem mais recursos, só se gasta mais dinheiro e não se vai a lado nenhum...

    Deixe-me dar-lhe um exemplo e peço-lhe que faça um pequeno e simples teste:
    Da próxima vez que for à praia apanhe uma mão-cheia de areia e começe a fechar o punho com cada vez mais força, até o mais que puder! Observe o que acontece à areia... começa a escapar-se toda entre os dedos. No fim abra a mão e veja com quanta areia ficou!

    É isso que acontece se a opressão começa a funcionar, isto em qualquer lado, seja social ou económico!

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