terça-feira, 13 de dezembro de 2005

Barbaridades



«Quando a pena [de morte] é aplicada de forma justa, rápida e segura, tem um efeito dissuasor e serve para salvar vidas inocentes».



A frase é nem mais nem menos do que do porta-voz da Casa Branca, o senhor Scott McClellan, e com ela alegadamente procurou justificar o apoio convicto do Presidente Bush à pena de morte.

Como é de facto ténue a película que separa a civilização da barbárie...

3 comentários:

  1. Não, não somos só nós que temos este dom de eleger as maiores cavalgaduras que nos aparecem à frente. Os americanos são exímios.

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  2. Ora aí está um assunto sobre o qual não me consigo decidir.

    De uma maneira geral, eu não sou a favor da pena de morte. Não por que defenda o direito à vida (porque se defendesse o direito à vida, não era a favor da IVG e da eutanásia), mas porque errar é humano (quer na perspectiva daquele que é condenado, como na perpspectiva daquele que condena).

    Também não sou apologista da ideia de que "Perdoar é Divino", porque perdoar até pode ser divino, eu é que não sou um Deus e como tal, aquela coisa do «oferecer a outra face» está fora de questão.

    Assim, o que realmente me impede de decidir se sou pró ou contra é, de facto a questão do erro.

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  3. Se, como pretendem os defensores da pena de morte, esta é "admissível" pelo efeito dissuasor que tem, que sentido faz executar alguém dezenas de anos após a condenação pelos crimes que cometeu? É que, como reconhece o colaborador de Bush, a rapidez na aplicação da pena de morte é um factor indissociável da sua "eficácia". Tal como as coisas se passam nos EUA, ficamos perante o facto, simples, de a pena de morte ser considerada como o castigo mais adequado a determinados tipos de crimes, independentemente do arrependimento da pessoa que os pratica. Parece ser esta evidência o maior dilema, para quem tenha dúvidas sobre esta matéria.

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