domingo, 18 de dezembro de 2005

O Prefeito radical!...

O Prefeito da cidade de Biritiba-Mirim, a 70 quilómetros de S.Paulo, é homem de decisões fracturantes e radicais, mas que concitam o apoio unânime das populações.
A sua última decisão, de há dias, foi proibir a população de morrer.
“Fica proibido morrer em Biritiba-Mirim. Os munícipes deverão cuidar da sua saúde para não falecer. Os infractores serão responsabilizados pelos seus actos”-decretou, sabiamente, o Prefeito.
A medida foi anunciada devido ao facto de o cemitério não ter capacidade para sepultar mais mortos.
A região onde fica a cidade é muito fértil e, pelo facto de no seu subsolo estarem situadas as reservas de água que abastecem S.Paulo, está sujeita à lei da protecção ambiental, que não permite a construção de cemitérios.
Mas o Prefeito não é homem para ficar de braços cruzados.
Por isso, e para além de ter decretado a proibição de morrer, criou o Movimento dos Sem-Túmulo, para impugnar tal lei.
Não se sabe quem faz parte do Movimento: se os vivos proibidos de morrer, se os mortos proibidos de ter túmulo.
Mas o Prefeito é bem capaz de escolher a segunda alternativa para se fazer acompanhar na próxima manifestação em S.Paulo!...
O prefeito é digno dos maiores encómios: para além de político capaz, é um homem culto, já que se terá inspirado na antiguidade grega e na história da ilha de Delos, onde era proibido nascer e morrer. Já estive nessa ilha: será matéria de uma próxima Nota.

2 comentários:

  1. Oh Pinho Cardão

    A sua nota fez-me recordar a telenovela brasileira que há alguns anos passou entre nós. Penso que se chamava “O Bem Amado”. O perfeito Odorico Paragauçu andava todo satisfeito com o seu novo cemitério, e queria inaugurá-lo (por causa das eleições) só que não morria ninguém na imaginária Sucupira. Caramba, o perfeito de Biritiba-Mirim poderia ir para Sucupira e o Odorico para aquela cidadezinha….

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  2. http://great-portuguese-disaster.blogspot.com/

    METADIÁLOGOS DE BOLIQUEIME (XXI) - Maria, Modesta e Modista, faz "voodoo" num retrato de Freitas do Amaral



    -- Ó, vó, por que é que a avó está a espetar tantos alfinetes no retrato do Professor Freitas do Amaral?...

    -- Cala-te, filho... Esse homem ainda vai ser a desgraça da nossa casa...


    (Cai o tafetá)

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