Quando aqui escrevi - "Eu sei que os valores da liberdade, da tolerância, da heterodoxia
estão longe de serem aceites à escala global, mas teremos de aceitar o silêncio e a censura pelo medo?" - parecia que adivinhava a posição do Governo português. Por isso titulei aquela nota de "cenas dos próximos capítulos".
Coube a Freitas do Amaral o papel principal desta cena prevista. Primeiro com um comunicado em que critica a publicação das caricaturas de Mahomé e silencia qualquer expressão de solidariedade para com os Estados europeus que estão a ser vítimas de perseguições e ataques às suas representações em alguns países muçulmanos. Depois com declarações em que passa um atestado de estupidez ao cidadão comum, dizendo que tudo se traduzia num "grande mal entendido". Questionado sobre o seu silêncio sobre os ataques respondeu que "manifestou solidariedade aos países que foram alvo de violência, nomeadamente à Dinamarca, por via diplomática". Ou seja, publicamente repudia as caricaturas, no silêncio das vias diplomáticas expressa solidariedade.
Esta é a diplomacia do medo. Não é, não pode ser esta a diplomacia do meu país.
Por isso me associo à expressão de indignação que cidadãos livres e responsáveis não podem calar.
Diplomacia é isto mesmo. Hoje dizemos que é um mal entendido, amanhã apoiamos as bombas que lhes desfazem os filhos. E, não vamos ser hipócritas, é para isso que pagamos ao ministro dos Negócios Estrangeiros. Para que faça o que tem que fazer para que, ao fim do dia, nós fiquemos melhor que eles. Sejam eles quem forem...
ResponderEliminarContrariando, este É e TEM QUE SER a diplomacia do nosso país. Valores? Isso é entre nós, com os outros só estamos a substituir a metralha por palavras.
Ah... a bela da subserviência imposta pelo medo... que maravilha...´
ResponderEliminarNesta perspectiva devíamos aproveitar e pedir desculpa aos ditos por os termos expulso da Península Ibérica à uns séculos atrás...
Camarada Virus,
ResponderEliminarSe isso der dinheiro para comprar bombas para deitar em cima deles amanhã, é para isso que o MNE é pago.
Não há dúvida de que os valores da liberdade, da tolerância, da heterodoxia,estão longe de serem aceites na nossa própria "casa". Outros valores mais altos se levantam...
ResponderEliminarhttp://joseantoniopsilva.blogspot.com
O camarada Toni deambula há anos entre os principios dogmáticos e pragmatismo da politica internacional conforme os seus intérpretes recolham mais ou menos simpatia da sua parte.
ResponderEliminarParece que simpatiza com o Freitas.
Aquilo que eu acho da política internacional não mudou nunca. Não deambulo.
ResponderEliminarDe facto a opinião do nosso MNE (que está pior de dia para dia), expressa naquele comunicado que está na net, não espelha - definitivamente - a minha opinião.
ResponderEliminarE amigo Tóni, a diplomacia não é nada disso. A diplomacia não é abrir a boca para dizer asneiras, porque se é para jogar com um pau de dois bicos, a melhor táctica é sempre ficar calado e não adoptar qualquer posição. E como o meu amigo deve saber, melhor do que um diplomata a falar em circulos sem dizer nada, só mesmo um advogado.