segunda-feira, 27 de fevereiro de 2006
A economia do Carnaval
Vão longe os tempos em que o Entrudo expressava a irreverência, por vezes o desmando, a crítica social e o saudável escárnio, a catarse alimentada pelo vinho novo como que anunciando a primavera. Hoje o Carnaval transformou-se num produto turístico que atrai às grandes festas do Rio, da Baía ou de Veneza, milhões de foliões que justificam o retorno de um investimento cada vez mais avultado.
Em Portugal, que exportou a festa para os seus antigos domínios, mantem-se uma inventada tradição que apenas as festas dos caretos de Trás-os-Montes parece justificar. No resto, Mealhada, Ovar, Loulé, Torres Vedras, e tantas outras vilas, o Carnaval tranformou-se no invocado produto turístico. Fala-se de alguns milhões de euros de "investimento" para financiar o corso, a importaçãode algumas escolas de samba e umas tantas mulatas despidas para dar cor a três dias de festa. O retorno é sempre garantido desde que a contribuição da autarquia seja a fundo perdido, a bem do turismo local.
Tão inestimável contributo para o desenvolvimento local, qual alavanca tecnológica, justifica que se abram os cordões à bolsa, mesmo que ao lado se degradem as escolas, se encerrem as fábricas ou que se arruine o património.
É Carnaval, ninguém leva a mal...
Concordo com o Prof.David Justino. Evoluímos a grande velocidade para uma sociedade terciária, de serviços.
ResponderEliminarO problema é que estes serviços não são de valor acrescentado.
A questão que me fica é se, mesmo assim, contribuem favoravelmente para o PIB, ou não?
Mas não é só no Carnaval que as Câmaras atiram dinheiro para a rua.
ResponderEliminarInfelizmente...