segunda-feira, 13 de fevereiro de 2006
Momentos
Um belo dia a anunciar a Primavera quase que nos obriga a procurar uns momentos de evasão para apreciar este renascer. E, como é certo que ainda virão muitos mais dias como os de ontem e hoje, aqui deixo uma sugestão para um passeio que nos reconcilia com cantinho em que vivemos.
Quartel-general em Évora, um preguiçoso passeio a pé pelas ruas labirínticas que inevitavelmente vão dar à Giralda. O roteiro gastronómico e as iguarias com que nos tenta quase nos desviam de explorar os arredores, mas vale bem a pena ir ver a Barragem do Alqueva e fazer uma paragem na novíssima Aldeia da Luz. Isto se resistirmos a parar em Reguengos ou a espreitar o ninho de águias que é Monsaraz.
Ao chegar aos novos domínios dos Luzenses há que parar no Café Restaurante do senhor Abel, cuja simpatia e vontade de contar a história de velha aldeia e das diferenças para a nova quase nos faz ficar por ali toda a tarde. Mas as casinhas alinhadas, novinhas em folha na sua traça tradicional, as laranjeiras ainda meio crescidas ao longo das ruas, a quietude do lugar estranhamente novo, valem bem um passeio exploratório. Ao fim da aldeia, logo a seguir a igreja e já muito próximo da água recém espalhada, o surpreendente museu. Moderno, estilizado, com muros de pedra semi enterrados que mal deixam perceber o que escondem, guarda a memória da velha aldeia e das suas origens.
Outra rota leva a Arraiolos, passando na Srª da Graça de Divor, outra aldeia que convive paredes meias com uma barragem. A Igreja, do séc. XVI, tem um curioso “alpendre” de mármore a proteger a porta principal e é impossível não sentar numa pedra lá no alto a deixar entrar o silêncio de carros e os mil cantares do campo que desperta.
Em Arraiolos nota-se uma azáfama de recuperação de casas e expansão da vila. No vale, seguindo por uma estrada empedrada e sinuosa, deslumbramo-nos com a Pousada da Srª da Assunção, com a sua capela forrada a azulejos contrastando com a modernidade clara do interior da pousada, com os claustros lindíssimos e os corredores largos a mostrar páteos sombrios e convidativos. Uma decoração sóbria, confortável, um espaço fantástico onde apetece ficar a ler ou a conversar baixinho, para não perturbar o silêncio e a harmonia do lugar.
Com as atribulações do dia a dia, quase nos esquecemos de como é bom passear apenas para nos deixarmos embalar pela beleza dos lugares e pela simpatia dos que vivem longe da confusão da cidade.
Uma boa semana!
que inveja!!
ResponderEliminarpensandorefectindo.blogspot.com
Snif....Só de a ver na foto vem o aroma da carne de porco do alguidar com migas de batata...
ResponderEliminarTonibler, como é que adivinhou o menu? Nem adianto mais nada, só mesmo indo lá...
ResponderEliminartoni já me deixou com água na boca
ResponderEliminarNão adivinhei! Já lá passei uns dias e vale a pena comer lá um dia(só um, porque quem leva família pense em 4 cts por cabeça...).
ResponderEliminarEm Arraiolos, há um restaurante cujo nome não me lembro, mas o ensopado de borrego e as sobremesas fazem com que o visitante tenha que ser retirado com uma grua. Vai muito mais em conta e não fica muito atrás.
A Pousada em si é uma obra prima de arquitectura e desafio quem quiser a olhar o edifício de Arraiolos (como na foto) e encontrar a notável e espectacular parte moderna que é a maior área da pousada mas que não se consegue ver ou altera a vista geral.
Ou seja, quem não foi, ainda não viveu tudo!
Concordo plenamente, incluindo o custo por cabeça (embora as doses sejam grandes) e a grua...! E não falei, como devia, no Manel da Azinheirinha, que vale bem o desvio para o Escoural (cerca de 12 Km) mesmo antes de entrar em Montemor. O maior risco é o de estar com fila de espera, de resto é uma tentação!
ResponderEliminarPinho Cardão, faz-se pela qualidade de vida e o resto vem por acréscimo...se soubermos apreciar, claro!
ResponderEliminarÉ isso, "A Moagem". Ensopado de Borrego de aplaudir de pé!
ResponderEliminarcomo diria homer simpson"uuhmmm...ensopado de borrego..."
ResponderEliminarA Imperatriz Farah Diba Pahlavi
ResponderEliminarDe cada vez que ela se deslocava de Teerão, para visitar as Vanguardas, em Nova Iorque, havia 100 000 marias cavaco silva que se deitavam no chão, para evitar que ela empoeirasse os sapatos de salto, ao descer do avião.
Eras.
Afinal a Suzana falava de passear e os meus amigos concentram-se nas vitualhas...
ResponderEliminarÉ que estamos perante grandes peritos, pelo menos do que o Ferrolho aconselhar é certo e sabido que ficamos clientes. Fica aqui a recomendação!
ResponderEliminarSe é matéria cultural e altamente especializada, fico rendido!
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