Terá passado ao lado da maioria dos interessados algumas das alterações ao regime de exames dos cursos de nível secundário. A polémica centrou-se muito sobre a eliminação dos exames a Português e Filosofia o que deu para distrair de outras alterações aparentemente menos polémicas.
Uma delas cria uma situação muito simples de descrever: enquanto um aluno dos cursos científico-humanísticos (antigos cursos gerais) terá de efectuar quatro exames para concluir o ensino secundário e assim poder candidatar-se ao ensino superior, a um qualquer aluno dos restantes cursos (tecnológicos, profissionais, artísticos especializados, ensino recorrente) bastará realizar um (no máximo dois) exames para concorrer a um mesmo curso superior.
Já estou a imaginar as transferências aos magotes para cursos do ensino recorrente e outros de forma a elevar as classificações de acesso e a reduzir o número de provas a realizar.
O Ministério da Educação parece não ter aprendido nada com o passado escândalo do ensino recorrente. Dá mesmo para pensar que é de propósito e o que se deseja é descredibilizar as avaliações com base em exames.
Desculpe lá, djustino, que não sei de também se passou no seu tempo ou não, mas isto é a história da função social do estado português. Onde era preciso mais atenção, tira-se exigência. Sempre foi assim, em todas as áreas e não me lembro de um único caso ao contrário.
ResponderEliminarO facilitismo começa logo no 1ºciclo, algum dia tinha de chegar ao Secundário. Quando os alunos abrangidos pela escolaridade obrigatória até ao 12ºano começarem a chegar ao secundário é que vai ser bonito...
ResponderEliminarCaro Dr. Justino
ResponderEliminarconcordo plenamente consigo. É lamentável que mais uma vez se tomem decisões políticas sem antever as suas implicações.
COmo professor com larga experiência no ensino recorrente nocturno, já antevejo a transferência de alunos do dia para o recorente nocturno, para fugirem a exames.
Nós, os professores, já estamos habituados a decisões deste tipo, infelizmente.