Estava muito longe de prever que um criacionista, Jeffrey Schragin, pudesse utilizar a epidemiologia para justificar algumas teses. Segundo este autor, a “epidemiologia bíblica é cientificamente correcta” e o “Modelo de Saúde da Criação” permite compreender muito melhor a saúde e a doença do que a teoria da evolução.
Basicamente a probabilidade da saúde pode ser maximizada e a probabilidade da doença, incapacidade e sofrimento pode ser minimizada se os estilos de vida forem consistentes com os objectivos da Criação.
São seis os pontos em que baseia as suas teses: 1) dieta à base de vegetais, não ingerir gorduras, minimizar a carne, embora seja permitido o consumo ocasional de peixe; 2) evitar o tabaco; 3) consumo moderado de álcool ou evitá-lo; 4) relações sexuais só para os casais; 5) evitar os comportamentos de risco; 6) exercício regular e moderado.
Quanto à dieta, apesar das evidências sobre o papel saudável da mesma, os seus defensores não apresentam taxas inferiores de doenças crónicas face aos que consomem moderadamente carne e façam exercício.
Schragin propõe a designação “Edenómica” para as condições presentes no jardim do Éden, antes da Queda. Como a dieta e o comportamento estão associados à doença, a vida no Éden, perfeita nestas aspectos, tal como “demonstra” através da “epidemiologia bíblica”, prova que a Criação é verdadeira. Mas não fica por aqui, já que invoca as propriedades protectoras das plantas (vitaminas, antioxidantes) nos seres humanos como um facto que a teoria evolucionária não consegue explicar, logo a Criação é verdadeira! Estas substâncias conferem às plantas propriedades protectoras contra outros organismos. Não vejo o Criador muito preocupado em criar plantas com estes aspectos benéficos, nem tão pouco com muitas outras capazes de nos mandarem em correio expresso para o seu lado. O “epidemiologista bíblico” não explica o facto de haver animais não vegetarianos nem a razão das pragas infecciosas, os bíblicos “castigos de Deus”.
Enfim, não tarda muito e a “Edenómica” aparecerá por aí, como mais um argumento a favor do criacionismo, desta vez baseada na nova versão da epidemiologia: a “epidemiologia bíblica”!
Relações sexuais só para os casais? Penso que vai ser necessário algum esclarecimento adicional....:)
ResponderEliminarÉ pena que esse palerma não tenha pensado no modo como explicar o incento entre Adão e suas filhas, entre Eva e seus filhos e entre irmãos.
ResponderEliminarSeria uma epidemologia com base filhos com graves problemas genéticos e de saúde.
Deve ser por isto que a espécia humana só faz asneiras ... ?!
Nunca se sabe!...
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