segunda-feira, 20 de março de 2006
O colchão no toucado
Esta imagem fantástica está disponível numa das fotos do dia do Sapo e rememorou-me um poema de Nicolau Tolentino que li nos meus tempos de liceu há mais de 30 anos e que agora recuperei com uma simples pesquisa na net:
Chaves na mão, melena desgrenhada,
Batendo o pé na casa, a mãe ordena,
Que o furtado colchão, fofo e de pena,
A filha o ponha ali, ou a criada.
A filha, moça esbelta e aperaltada,
Lhe diz co'a doce voz que o ar serena:
"Sumiu-lhe o colchão, é forte pena;
Olhe não lhe fique a casa arruinada."
"Tu respondes-me assim? Tu zombas disto?
Tu cuidas que por ter pai embarcado,
Já a mãe não tem mãos?" E dizendo isto,
Arremete-lhe à cara e ao penteado;
Eis senão quando (caso nunca visto!)
Sai-lhe o colchão de dentro do toucado.
Com todo o respeito pelas tradições Sikh, registo a semelhança entre os enormes toucados que se faziam no século XVIII e o arranjo que vemos na imagem.
Mas há uma diferença fundamental. Os toucados europeus não resistiram às modas...
Muito gira, a fotografia e a associação à sátira de costumes e modas de Nicolau Tolentino!
ResponderEliminar