Ontem, no debate da SIC com o M.da Saúde, o PSD não deu uma imagem de um partido de governo, sério, responsável e com boa argumentação política. Centrou-se numa atitude "de bairro", com refúgio na agressividade, à falta de uma dialéctica política. Foi pena!
A manutenção ou não de serviços hospitalares, neste caso de maternidades, cumpre regras técnicas internacionalmente discutidas e aceites. A decisão de as aplicar é política e obriga, a meu ver, a uma explicação caso a caso, junto das populações abrangidas e do poder local. Aqui é que o governo falhou em toda a linha, anunciou, a partir de Lisboa, sem sensibilidade regional, sem deslocação aos locais, sem envolver as autarquias na decisão...deixou a contestação organizar-se, instalar-se e concretizar-se num emocional e imparável movimento de rua.
Esta total inabilidade política é que deveria ser a tónica dos partidos da oposição.
Quando um parto corre bem, em "qualquer lado" se nasce; quando o obstetra entende que a gravidez é de risco já não é em "qualquer lado" que se nasce--já se vai referenciado--;mas, quando a gravidez é normal e no período de parto sucede o inesperado...aí as tais regras técnicas internacionais não estão lá! Em bom português, "aí é que a porca torce o rabo"...
Por isso é que a Organização Mundial da Saúde já começou a falar no "novo universalismo", sintetizado numa frase: "se os serviços são para prestar a todos, nem todos os serviços podem ser prestados".
È exactamente este caso, como o de tantos outros serviços hospitalares que não podem ser prestados em todas as cidades ou mesmo capitais de distrito, por muito que todos nós gostássemos de os ter.
Cara Clara Carneiro,
ResponderEliminarAté posso concordar consigo em tudo, nem tenho razão para discordar. Mas, neste caso, obrigado mas não quero pagar um serviço nacional de saúde. O meu ponto é só esse, se os serviços de saúde só podem ser prestados onde qualquer privado o pode fazer, então escuso de torrar o dinheiro que torro todos os anos, em nome do acesso universal.
Cara Clara,
ResponderEliminareu sou Tonibler. O Tony Blair é um desgraçado qualquer que sofre do síndroma descrito pelo Prof. Massano Cardoso que insiste em copiar-me. De tal forma que até foi viver para o nº10 de uma rua qualquer tal como eu, no nº10 da rua do Poço do Bispo.
Sem querer convencê-la da nada, com esse argumento só preciso de ter um hospital no SNS. É só uma questão de acrescentar tijolo.
Clarinha!!! Tá a ver porque é que me recuso a pagar as quotas?!
ResponderEliminarGostei da sua abordagem «Centrou-se numa atitude "de bairro", com refúgio na agressividade (...)». Infelizmente, isso é algo que se "topa à légua", principalmente desde que começaram a escolher sons do hip hop (que aliás é música de bairro, centrada na agressividade e que tem o dom de me tirar do sério).
Com todo o respeito pelas vozes discordantes, acho que o governo tem alguma razão naquilo que quer fazer embora esteja a gerir muito mal, toda a situação. Não me parece que o fecho de maternidades com falta de condições (seja isso o que for), vá implicar - o que quer que seja - na taxa de natalidade. Até porque não acho que as famílias que decidem ter filhos, o façam porque têm uma maternidade ao lado de casa.
No entanto, e aí estou 100% de acordo consigo, devia ter havido uma maior sensibilidade regional e devia ter havido o envolvimento do poder local.