As voluntariosas e patrióticas “decisões” do Primeiro-Ministro José Sócrates sobre os projectos de investimento da nova Refinaria, em Sines, ou da Portucel, creio que em Setúbal, estão a ser postas em causa pelos serviços “competentes”.
Esta situação fez-me recordar as palavras do Dr. Jorge Coelho, há cerca de um ano, a propósito do processo da Portucale, quando referiu o seguinte: ”… não acredito que algum ministro… corra o risco de decidir contra o parecer dos serviços que prepararam o suporte à decisão. Só um louco o faria.”
Esta situação fez-me recordar as palavras do Dr. Jorge Coelho, há cerca de um ano, a propósito do processo da Portucale, quando referiu o seguinte: ”… não acredito que algum ministro… corra o risco de decidir contra o parecer dos serviços que prepararam o suporte à decisão. Só um louco o faria.”
Ora, se só um Ministro louco contraria o parecer dos serviços, posso então concluir:
1º Um Ministro lúcido concorda sempre com o parecer dos serviços. Mesmo se o parecer dos Serviços é louco, a concordância do Ministro é um sinal de lucidez!...
2º Mas, se o Ministro é lúcido, não vejo para que serve o Ministro, já que bastam os Serviços!...
3º Ao contrário, se o Ministro é louco, e contraria os serviços, não vejo para que servem os Serviços. Basta o Ministro!...
4º Um Ministro lúcido não faz nem serve para nada. É um mero custo!...
5º Um Ministro louco faz tudo e substitui os Serviços. É um activo inestimável!...Merece mesmo ser levado nas palminhas, já que constitui o único meio de baixar a Despesa do Estado e de reformar a Administração Pública!...
Conclusão Final: a um Sócrates lúcido, prefiro um Sócrates bem “louco”, um Sócrates capaz de formar um Governo à medida, cheio de ministros loucos!...
Comece já a remodelar, Sr. Primeiro-Ministro, que a Pátria o reconhecerá para sempre!..
Comece já a remodelar, Sr. Primeiro-Ministro, que a Pátria o reconhecerá para sempre!..
100% de acordo!
ResponderEliminarVejo que o meu amigo Pinho Cardão está a ganhar (ou porventura, a revelar!) um jeito “anthraxiano” para o humor (espero que o Anthrax não leve a mal esta derivação).
ResponderEliminarO Tonibler concorda a 100%. Preocupante… para si e para ele, entenda-se.
Permita-me, no entanto, um exercício modesto de contraditório.
Todo o seu raciocínio aparentemente lógico, mas na verdade paradoxal, assenta na presunção de que as sentenças do Dr. Jorge Coelho assumem um carácter doutrinal indelével. Este pressuposto (ou mera hipótese?!), com a devida vénia, constitui em si mesmo um erro originário ou constitutivo. E, não penso que seja possível, salvo consagração prévia do erro como premissa silogística aceitável, retirar qualquer corolário da afirmação produzida pelo referido “Dr. Láparo”. :)
Aceito, em tese, que é necessária alguma “loucura saudável” para intervir com proficiência na coisa pública. Prefiro, no entanto, conceitos como liderança, coragem, determinação, criatividade, … Reconheço que são um pouco conservadores, porém transportam consigo o lastro do bom-senso que é coisa difícil de atribuir à loucura.
Mas, há muito que o Povo afirma, referindo-se aos hospitais psiquiátricos, que: “Nem todos os que lá estão são e nem todos os que são lá estão”. Falando dos loucos, claro está! Penso que também aqui, como em muitas outras circunstâncias da vida, o Povo tem frequentemente razão. Portanto, haja esperança, eles andam aí!
«Gandas Malucos»!! :)
ResponderEliminarPois é, eu devia vir com um rótulo a dizer que o «consumo de anthrax prejudica gravemente a sua saúde e dos que o rodeiam», mas acbou o papel autocolante.
Ó amigo Félix, eu nunca levo a mal essas coisas. Além do mais, o que é a vida sem uma boa dose de loucura?
Bem... desde que não entremos no campo das patologias psiquiátricas é claro, porque aí é conveniente algum acompanhamento médico.
De qualquer forma, devo dizer que gostei muito deste post. É o tipo de exercício que costumo fazer. Causa-efeito, acção-reacção, se isto-então aquilo. Mas como é óbvio, este tipo de exercício deve ser feito com cautela porque as premissas podem conter um erro. É um bocado como a velha máxima :"Great minds think alike, fools seldom differ" e ficamos sempre sem saber se somos «Great minds» ou se somos «fools».
Numa interpretação pessoal e muito livre dessa essa máxima, somos os dois. As «grandes cabeças» têm de ser obrigatoriamente «loucas».
No caso específico abordado pelo dr. PC, já dizia Einstein que há duas coisas que são infinitas, o Universo e a estupidez humana e mesmo assim, não havia certezas quanto à primeira. Logo, presumo que este caso andará ali para os lados da 2ª hipótese.
Não posso estar mais de acordo, amigo Pinho Cardão.
ResponderEliminarO problema perpassa o Serviços e os Ministros.
Os Serviços são o que são... e, o que diz é absolutamente verdade!
Assim, a eficácia ou a qualidade do exercício político só pode residir na competência dos governantes.
Quando não, estamos tramados.
É o que, em grande medida, tem acontecido.
Boa inspiração para os próximos dois "postais".
Os comentadores anónimos cá os aguardam com saborosa serenidade.
Um abraço e boa noite.
Camrada Esménio,
ResponderEliminarRegisto as suas preocupações, mas até já consigo eu concordei e não me fez mal nenhum.
Liderança, coragem, determinação, criatividade aplicam-se a quase tudo. Por vezes até a touros. Não são conservadores, são simplesmente irrelevantes.
Porque um ministro não é alguém que se dedicou à causa pública. Por falar em loucos, até o meu vizinho, que tem a mania a orientar o estacionamento na minha praceta, se entregou à causa pública.
Um ministro acarta um mandato do povo, esse que de vez em quando tem razão. O mandato de cumprir com o programa eleitoral com que o seu partido concorrer. Se isso implicar despedir o ministério inteiro, é isso que deve fazer. Não é responsabilizar-se por toda a trampa que os "serviços" fazem.
A frase do Coelhone é apenas um detalhe.