Aprendi no Congresso, aliás com alguma estupefacção, que nem tudo o que era dito significava o que se dizia. Isto é, algumas palavras, algumas expressões ou algumas locuções não valiam pelo seu valor facial, mas deviam ser interpretadas de acordo com uma chave secreta que só a experiência de muitos Congressos punha ao alcance dos mais atentos.
Foi um Militante ilustre, que se tornou para mim um verdadeiro Mestre, que me fez esta revelação espantosa. E deu-me, para afinar o apetite por esses mistérios, dois exemplos.
Ora veja este exemplo, disse-me o Mestre: um Notável jura no Congresso inteira fidelidade ao líder e, para salientar essa fidelidade, até refere que já dele discordou num ou noutro assunto ou até, noutros Congressos, apoiou o candidato opositor. Mas isso é passado, agora o líder pode contar com ele!...
O que é que pensa que isso significa, perguntou-me o Mestre, fitando-me com um ar superior, como presumo que é o do Professor Massano quando, num júri de doutoramento, faz uma pergunta mais capciosa a um doutorando...
Desprevenido, respondi que a frase era clara e não era passível de grandes interpretações…
Pois aí é que o meu amigo se engana. E nem sei o que veio fazer ao Congresso, disse-me o Mestre…
Mas vou dar-lhe outro exemplo: um Militante com experiência autárquica exalta no Congresso o papel das Autarquias no serviço às populações, afirma a sua plena realização nessas funções, não as trocando por quaisquer outras, enquanto o povo nele manifestar a sua confiança, e pede a atenção do líder para o estrangulamento financeiro das autarquias.
O meu amigo sabe o que isto significa, pergunta-me o Mestre?
Aí já nem tive coragem de responder e, muito complexado, lá lhe fui dizendo que… porventura…não é… se isso não significa isso mesmo…é porque significa outra coisa…mas eu era novato…o melhor é dizer-me, que eu sòzinho não alcanço…
Com um braço em cima do meu ombro, disse-me literalmente: ora pense lá um bocado…Perante o meu olhar atónito, condescendeu: não se preocupe, que amanhã eu conto-lhe!...
Foi um Militante ilustre, que se tornou para mim um verdadeiro Mestre, que me fez esta revelação espantosa. E deu-me, para afinar o apetite por esses mistérios, dois exemplos.
Ora veja este exemplo, disse-me o Mestre: um Notável jura no Congresso inteira fidelidade ao líder e, para salientar essa fidelidade, até refere que já dele discordou num ou noutro assunto ou até, noutros Congressos, apoiou o candidato opositor. Mas isso é passado, agora o líder pode contar com ele!...
O que é que pensa que isso significa, perguntou-me o Mestre, fitando-me com um ar superior, como presumo que é o do Professor Massano quando, num júri de doutoramento, faz uma pergunta mais capciosa a um doutorando...
Desprevenido, respondi que a frase era clara e não era passível de grandes interpretações…
Pois aí é que o meu amigo se engana. E nem sei o que veio fazer ao Congresso, disse-me o Mestre…
Mas vou dar-lhe outro exemplo: um Militante com experiência autárquica exalta no Congresso o papel das Autarquias no serviço às populações, afirma a sua plena realização nessas funções, não as trocando por quaisquer outras, enquanto o povo nele manifestar a sua confiança, e pede a atenção do líder para o estrangulamento financeiro das autarquias.
O meu amigo sabe o que isto significa, pergunta-me o Mestre?
Aí já nem tive coragem de responder e, muito complexado, lá lhe fui dizendo que… porventura…não é… se isso não significa isso mesmo…é porque significa outra coisa…mas eu era novato…o melhor é dizer-me, que eu sòzinho não alcanço…
Com um braço em cima do meu ombro, disse-me literalmente: ora pense lá um bocado…Perante o meu olhar atónito, condescendeu: não se preocupe, que amanhã eu conto-lhe!...
OH caro Pinho Cardão! Isso não vale!
ResponderEliminarNao vamos ter que esperar pelo próximo post pois não????
A novela vai divertida,caro Cardão.
ResponderEliminarAguardo ansiosamente o próximo episódio.
Concordo com o cmonteiro. Assim não vale, caro Pinho Cardão!
ResponderEliminarSerá que este "suspense" já traduz a mestria dos "mestres"?...
Começo a entender porque havia tantos congressistas entediados ou fora do pavilhão. É que esse exercício de descodificação deve ser cansativo...
ResponderEliminarQue gente impaciente! Deixem o homem contar tudo! Isto vai revolucionar os congressos...:)))
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