Caiu-me literalmente nas mãos o artigo de opinião do Sr. Dr. Medeiros Ferreira no DN de hoje no qual depõe sobre o signficado do livro de Manuel Maria Carrilho que não li, e pelo que ouvi do autor, não lerei.
O que me impressionou foi esta espantosa afirmação do Sr. Dr. Medeiros Ferreira:«Depois de se ler o livro de Carrilho é impossível continuar a ignorar, por exemplo, a existência e o papel das chamadas "agências de comunicação", um bom tema para a recém-empossada entidade reguladora da comunicação social iniciar as suas ansiadas actividades».
Depois de se ler o livro de Carrilho?! Extraordinário...
O autor do artigo não é um neófito da política. Nem um daqueles alérgicos à actividade partidária. Fica por isso muito mal neste papel de falsa virgem. Tal como soa a superior hipocrisia o título do seu escrito, "o fim da idade da inocência".
Inocência nesta matéria é tudo o que não existe na actividade político-partidária e nos principais dirigentes partidários. Os partidos e os seus candidatos usam e abusam da mensagem publicitária, aproximam-se deliberadamente da mensagem telenovelesca e desinteressam-se tacticamente da discussão de ideias, aliás atitude muito cómoda porque evitam os compromissos com o eleitorado. E para isso não hesitam em recorrer aos serviços desses verdadeiros magos que são os agentes de comunicação. Uns, importados dos países onde a actividade publicitária tem outra expressão. Outros, de formação caseira. Mas todos inspirados na mesma cartilha onde se ensina que os votos se adquirem pela sugestão.
E isto é assim em todo o espectro partidário. Não há candidato que não se deixe seduzir por aquilo que eu já aqui qualifiquei de promoção dos partidos-sabonete a propósito de um signficativo artigo de Luis Paixão Martins (O desgaste das marcas partidárias) dado à estampa igualmente no DN, logo a seguir à vitória eleitoral do actual Presidente da República.
Nunca vi Carrilho ou Medeiros Ferreira antes desta tentativa de se explicarem as razões de uma humilhante derrota do primeiro e do partido de ambos nas eleições para a autarquia de Lisboa, travarem qualquer batalha contra esta promiscuidade entre políticos e jornalistas apesar do tema da intermediação e do alegado tráfego de influência mediática feito pelas agências de comunicação estar longe de ser novo.
O depoimento do Sr. Dr. Medeiros Ferreira, no tom em que é feito, sofre da falta de credibilidade típica de quem conhecendo bem as técnicas e as práticas, de si diz que perdeu tarde a inocência.
Difícil de acreditar. Quase sempre...
O que me impressionou foi esta espantosa afirmação do Sr. Dr. Medeiros Ferreira:«Depois de se ler o livro de Carrilho é impossível continuar a ignorar, por exemplo, a existência e o papel das chamadas "agências de comunicação", um bom tema para a recém-empossada entidade reguladora da comunicação social iniciar as suas ansiadas actividades».
Depois de se ler o livro de Carrilho?! Extraordinário...
O autor do artigo não é um neófito da política. Nem um daqueles alérgicos à actividade partidária. Fica por isso muito mal neste papel de falsa virgem. Tal como soa a superior hipocrisia o título do seu escrito, "o fim da idade da inocência".
Inocência nesta matéria é tudo o que não existe na actividade político-partidária e nos principais dirigentes partidários. Os partidos e os seus candidatos usam e abusam da mensagem publicitária, aproximam-se deliberadamente da mensagem telenovelesca e desinteressam-se tacticamente da discussão de ideias, aliás atitude muito cómoda porque evitam os compromissos com o eleitorado. E para isso não hesitam em recorrer aos serviços desses verdadeiros magos que são os agentes de comunicação. Uns, importados dos países onde a actividade publicitária tem outra expressão. Outros, de formação caseira. Mas todos inspirados na mesma cartilha onde se ensina que os votos se adquirem pela sugestão.
E isto é assim em todo o espectro partidário. Não há candidato que não se deixe seduzir por aquilo que eu já aqui qualifiquei de promoção dos partidos-sabonete a propósito de um signficativo artigo de Luis Paixão Martins (O desgaste das marcas partidárias) dado à estampa igualmente no DN, logo a seguir à vitória eleitoral do actual Presidente da República.
Nunca vi Carrilho ou Medeiros Ferreira antes desta tentativa de se explicarem as razões de uma humilhante derrota do primeiro e do partido de ambos nas eleições para a autarquia de Lisboa, travarem qualquer batalha contra esta promiscuidade entre políticos e jornalistas apesar do tema da intermediação e do alegado tráfego de influência mediática feito pelas agências de comunicação estar longe de ser novo.
O depoimento do Sr. Dr. Medeiros Ferreira, no tom em que é feito, sofre da falta de credibilidade típica de quem conhecendo bem as técnicas e as práticas, de si diz que perdeu tarde a inocência.
Difícil de acreditar. Quase sempre...
quando estão connosco são bons.quando estão contra,são maus!mas carrilho nem com 1000 agências de comunicação ia lá!aquilo que não tem qualidade não se consegue vender!
ResponderEliminarQuem é o Medeiros Ferreira?
ResponderEliminarAF - Regionalização
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é alguem muito errático,caro almeida felizes.começou no ps,depois acho que teve na AD,depois prd,novamente psd..o homem não consegue ver muito bem o caminho que quer seguir...com tantos ziguezagues...
ResponderEliminarnovamente ps..queria dizer
ResponderEliminarO Medeiros Ferreira é aquele que era do PSD, depois foi Reformador, depois foi ASDI, depois foi PSD, depois foi PS, depois foi PRD, depois foi PS? ESTE MEDEIROS FERREIRA? Oh, camarada JMFA, não estou a ver onde possa questionar a credibilidade do senhor...
ResponderEliminarE que dizer, também, da virginal indignação de Emídio Rangel, com essas mesmas Agências de Comunicação?
ResponderEliminarEm 1997, num documentário de Mariana Otero, chamado "Cette television est la vôtre" e rodado nos estúdios da SIC, dizia ele, textualmente:-"Uma estação de televisão que tem 50% de share, vende tudo, até o Presidente da República. Vende aos bocados: Um bocado de Presidente da República para aqui, um bocado para acoli, um bocado para acolá. Vende tudo, vende sabonetes... Vamos lançar sabonetes: Sabonetes SIC- E já vendeu tudo..."
caro Mafr o que se quer mostrar é que medeiros ferreira é um velho sabidão que já anda nesta vida politica e neste mundo à muito tempo ( como mostra o seu percurso politico,demasiado fléxivel e abragente..).toda a gente sabe disso.sabe como se fazem as manhas.e nós sabemos que ele sabe.Por isso ele vir aqui armar-se em virgem ofendida..não cola!
ResponderEliminarMuito bem, caro mafr. Também eu tenho o sr. Dr. Medeiros Ferreira como uma pessoa séria e inteligente. Além de politicamente empenhada. Se não lhe reconhecesse essas qualidades não perderia um só minuto a comentar o seu artigo de opinião. Mas é precisamente por lhas reconhecer, ou dito de outra forma, porque considero que a opinião do sr. Dr. Medeiros Ferreira não é irrelevante, que fiz referência ao artigo que escreveu no DN, revelando um tique muito próprio da nossa classe política: tudo o que nos eleva ao poder é bom; tudo o que nos afasta do poder - mesmo o que sempre fizémos e utilizámos - é mau, e só agora o soubémos...
ResponderEliminarUma nota adicional. Sei que a hipocrisia, tal como a inverdade, se tornou banal na vida política ao ponto de ser quase um fenómeno socialmente aceite. Isso não impede que a denunciemos como um dos cancros que a corrói. Com elevação, claro. Mas chamando-lhe o que é.
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ResponderEliminarConfesso o meu incómodo pelo teor de alguns comentários, em especial pelo último aqui deixado pelo caro Tonibler.
ResponderEliminarVejo-me na necessidade de esclarecer que o meu post não visava, como de resto os demais que levam a minha assinatura, atacar ninguém, muito menos a pessoa do Sr. Dr. Medeiros Ferreira que, repito, é um personalidade credora de todo o respeito e cujas qualidade como homem público são comumente reconhecidas.
O que aqui se visou foi a ideia expressa pelo Sr. Dr. Medeiros Ferreira de foi o livro do Dr. Carrilho que o fez perder a inocência quanto à iniquidade das relações entre jornalistas e políticos. Foi isso e só isso que aqui se quis criticar.
Nunca dar pretexto a que aqui se utilizem expressões de todo indignas e intoleráveis ainda que a propósito do percurso público da pessoa, expressões que são, a meus olhos, inteiramente de repudiar.
Não ficaria de bem com a minha consciência se aqui o não escrevesse.
caro JMFA ,se os meus comentários foram ofensivos,peço desculpa!
ResponderEliminarPara que não pareça que anda tudo doido, eu fiz um comentário sobre a pessoa do Medeiros Ferreira, abusando do espaço alheio e, por isso, apaguei-a eu para que não sobre qualquer incómodo a quem tem o seu nome associado ao espaço e que não tem culpa nenhuma das minhas opiniões, nem da forma como a expresso. Razão pela qual também peço desculpa e agradeço a oportunidade que me deram de a apagar eu mesmo.
ResponderEliminarLi atentamente este “post”, com o qual concordo por inteiro.
ResponderEliminarLi igualmente os comentários subsequentes, incluindo o já eliminado, e muito bem, pelo autor Tonibler. Confesso que me habituei a ler o Tonibler de uma forma leve e jocosa. Não porque ele não tenha opiniões válidas, mas pelo facto de, via de regra, as expressar de um modo muito característico, algures entre o impetuoso e o obstinado, ou, entre o caótico e o atrabiliário.
É um estilo, com o qual já me confrontei várias vezes, mas que tem a virtude da frontalidade (mesmo que, por vezes, excessiva!). Um abraço benfiquista, pois, para o Tonibler (“E pluribus unum”).
Ora, é justamente esta falta de rectidão intelectual ou de equidade analítica que o Doutor Medeiros Ferreira tem revelado. Por exemplo, os seus artigos de opinião no DN, ou os “posts” no “Bicho Carpinteiro”, acerca da personalidade e da acção política do actual Presidente da República são disso mesmo testemunho impressivo. O Doutor Medeiros Ferreira convive bem com a demagogia, ou pelo menos tolera-a no ruidoso silêncio da cumplicidade. O Doutor Medeiros Ferreira confunde, frequentemente, o objecto de análise com a sua própria volição política.
No seu percurso político, mais ou menos descrito em comentários pretéritos, foi olvidado o seu papel na criação dos deputados “Reformistas”, ainda antes do PRD e após a dissidência do PS. Foi nesta fase que se agregou a outros deputados dissidentes do PSD. Daí alguma natural confusão de alguns comentadores anteriores. Aliás, não é fácil acompanhar percursos políticos com tanta sinuosidade e tão centrados no “eu”.
Apesar de tudo, e em nome da verdade importa referir, o Doutor Medeiros Ferreira também prestou bons serviços ao País. Designadamente na montagem da estratégia que levou à integração de Portugal na então CEE (no período em que foi Ministro dos Negócios Estrangeiros do Governo dirigido por Mário Soares).
Sou de opinião, não obstante – ao contrário de outros políticos tão criticados pelo Doutor Medeiros Ferreira –, que este tem vindo a perder qualidades e, ele que me perdoe, sagacidade ou argúcia na sua participação cívica.
Há pessoas que envelhecem melhor do que outras. Também já o tive em melhor conta... não que isso lhe provoque qualquer insónia, estou certo, mas é a minha opinião.