Começou a ser comercializada, nos E.U.A., uma bebida rica em nicotina. Ao ouvir a notícia recordei-me de um pequeno texto que escrevi, há cerca de dois a três anos, sobre a matéria e que passo a transcrever.
A luta contra o tabagismo é uma constante e mesmo prioritária em muitos países, nomeadamente ocidentais. As razões são óbvias: elevado número de doenças cardiovasculares, neoplásicas e respiratórias com todo o cortejo de prejuízos.
As medidas legislativas têm, a par da prevenção, formação e educação, dado bons resultados. De facto, a proibição de fumar em determinados locais tem-se revelado como positivo, quer como forma de dissuasão dos fumadores, quer como medida preventiva face aos não-fumadores. Estes últimos sofrem consequências muito problemáticas, podendo mesmo em determinados casos serem consideradas como doenças profissionais.
Não fumar em unidades de saúde e escolas tornou-se um hábito (nem sempre respeitado, sobretudo entre nós) muito saudável. Nalguns países, tais como a Noruega e alguns estados norte-americanos, a proibição estende-se às unidades de restauração, cafés, pubs, bares e hotéis. A situação provocou, sobretudo nos E.U.A., movimentos de revolta, quer por parte dos industriais que afirmam irem sofrer prejuízos económicos, quer por parte dos cidadãos que se vêem privados do direito à socialização resultante da frequência desses locais.
Para obstar à raiva resultante de não puderem fumar nos locais de diversão, houve quem inventasse uma nova bebida, martini misturado com infusão de tabaco rico em nicotina: o Nicotini! Claro que há outras versões com outras bebidas. Teme-se naturalmente os efeitos da mistura de álcool e de nicotina.
Entre nós, não é (ainda) proibido fumar nas unidades de restauração, cafés e hotelaria. Mas é bom começar a pensar em legislação que impeça o uso de tabaco naqueles locais, não só para proteger os trabalhadores, como também os utentes não consumidores desta droga.
Atendendo aos hábitos dos portugueses em matéria de bebidas alcoólicas, ainda iremos um dia assistir à criação não do nicotini, mas de um nicotinol tinto ou branco, de nicorveja ou de um palheto light…
E nesse dia estaremos a discutir as medidas de combater a dependência do "Nicotini", objecto de um imposto especial de consumo com uma taxa de 150% sobre preço de venda, aliás absurso, o que não impediu o crescimento do consum o ao longo dos anos...
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