O Ferreira de Almeida publicou há dois dias um excelente texto denominado “A política de abandono do interior- III”. Sobre ele incidiu um oportuno comentário do visitante Frederico, que salientou a importância dos telecentros, como forma de fixar populações no interior.
Neste tempo das tecnologias de informação e comunicação, este tipo de abordagem é decisiva, mas anda esquecida dos sábios pensadores, da política e dos decisores.
Com efeito, se não é possível levar as Sedes das grandes empresas para fora dos grandes Centros de Lisboa e Porto, as TIC permitem agora criar sítios para onde regressem determinadas actividades, fixando quadros e criando uma rede de empresas subsidiárias, que fomentam o emprego e fariam desanuviar os grandes centros.
Nas Grandes Lisboa e Porto concentra-se 45% do PIB e 30% da população, valores em crescimento e significativos da desertificação do interior.
Entre as muitas razões do afluxo do PIB a Lisboa está a mudança, para esta zona, das Sedes, das Administrações, das Direcções, Serviços Centrais e Técnicos das grandes empresas, industriais e de serviços, mercê das nacionalizações, reestruturações ou concentrações efectuadas.
O problema não se resolve de forma voluntarista, com medidas isoladas ou com grandes medidas tecnocráticas exaustivamente planeadas: quando estas começarem a ser executadas, já algo mudou que impede o seu prosseguimento. Mas tem que começar a ser resolvido a partir da definição de um quadro geral de actuação, onde as novas tecnologias de comunicação podem ter o papel decisivo de fazer voltar as empresas a outras regiões.
As grandes empresas estão a retirar das suas agências todo o trabalho administrativo, designado por back office, centralizando-o em grandes unidades de tratamento, em Lisboa e também a adoptar sistemas denominados de work-flow, que consistem basicamente na transmissão electrónica de processos e dados, desde a origem até à sua decisão final.
Estas Unidades Centrais ou de assistência tanto podem estar sedeadas num Tagus Park, em Cabo Verde, como fez a PT, na Índia, como a HP, creio, ou num Tâmega Park, ou Cávado Park, se nestes forem criadas condições semelhantes.
Torna-se imperioso que o Estado aproveite esta oportunidade para articular com as empresas as condições de atracção dos novos serviços, onde mais interesse ao país e, no limite, evitar a sua ida para o exterior.
E, já agora, para harmonizar a sua própria política de deslocalização de serviços a esta nova realidade, liderando um processo em que as tecnologias de comunicação bem podem ser um decisivo veículo de criação de riqueza no interior, diminuindo o afluxo aos grandes Centros e atenuando as disparidades actuais.
Isso, sim, seria política!...
N´O Quarto da República, um artigo que publiquei sobre o assunto numa revista económica, há cerca de 2 anos.
Neste tempo das tecnologias de informação e comunicação, este tipo de abordagem é decisiva, mas anda esquecida dos sábios pensadores, da política e dos decisores.
Com efeito, se não é possível levar as Sedes das grandes empresas para fora dos grandes Centros de Lisboa e Porto, as TIC permitem agora criar sítios para onde regressem determinadas actividades, fixando quadros e criando uma rede de empresas subsidiárias, que fomentam o emprego e fariam desanuviar os grandes centros.
Nas Grandes Lisboa e Porto concentra-se 45% do PIB e 30% da população, valores em crescimento e significativos da desertificação do interior.
Entre as muitas razões do afluxo do PIB a Lisboa está a mudança, para esta zona, das Sedes, das Administrações, das Direcções, Serviços Centrais e Técnicos das grandes empresas, industriais e de serviços, mercê das nacionalizações, reestruturações ou concentrações efectuadas.
O problema não se resolve de forma voluntarista, com medidas isoladas ou com grandes medidas tecnocráticas exaustivamente planeadas: quando estas começarem a ser executadas, já algo mudou que impede o seu prosseguimento. Mas tem que começar a ser resolvido a partir da definição de um quadro geral de actuação, onde as novas tecnologias de comunicação podem ter o papel decisivo de fazer voltar as empresas a outras regiões.
As grandes empresas estão a retirar das suas agências todo o trabalho administrativo, designado por back office, centralizando-o em grandes unidades de tratamento, em Lisboa e também a adoptar sistemas denominados de work-flow, que consistem basicamente na transmissão electrónica de processos e dados, desde a origem até à sua decisão final.
Estas Unidades Centrais ou de assistência tanto podem estar sedeadas num Tagus Park, em Cabo Verde, como fez a PT, na Índia, como a HP, creio, ou num Tâmega Park, ou Cávado Park, se nestes forem criadas condições semelhantes.
Torna-se imperioso que o Estado aproveite esta oportunidade para articular com as empresas as condições de atracção dos novos serviços, onde mais interesse ao país e, no limite, evitar a sua ida para o exterior.
E, já agora, para harmonizar a sua própria política de deslocalização de serviços a esta nova realidade, liderando um processo em que as tecnologias de comunicação bem podem ser um decisivo veículo de criação de riqueza no interior, diminuindo o afluxo aos grandes Centros e atenuando as disparidades actuais.
Isso, sim, seria política!...
N´O Quarto da República, um artigo que publiquei sobre o assunto numa revista económica, há cerca de 2 anos.
Fui ao quarto do lado ler o artigo do meu Ex.mo amigo no qual, como esperado, me revejo completamente. É uma abordagem cada vez mais importante para resolver os problemas do interior. Pode ser que alguém se lembre de estabelecer uma rede nacional de telecentros que fixe quem aposte no teletrabalho, elegíveis aos investimentos do futuro QREN.
ResponderEliminarTele por baixos salários, ou tele por alta qualificação?
ResponderEliminarPor baixos salários duvido que as populações do interior estejam muito interessadas e por "alta qualificação" não estamos nós.
O estado não tem qualquer forma de promover o seu território que não seja aumentar a representatividade do território em desfavor da representatividade da população. E contra isso temos 60% da população.
Infelizmente devíamos instituir, de uma vez por todas, que território é aquilo que está à volta de Lisboa (como faz o PNDOT, em rigor) e deixar de perder tempo e energias com isso.
Caro Pinho Cardão,
ResponderEliminarApós uma visita ao blogue do Pedro e posterior análise do site do INE, verifiquei que entre a região de Lisboa e Vale do Tejo e a Área Metropolitana do Porto vivem actualmente 4,750 milhões de habitantes! (dados de 2001)
Isto significa que 45% da população vive concentrada em 15% do território (365 hab/km2)
Em contraste, a Beira Interior tem aproximadamente 30 hab/Km2.
Como referiu, o "Back Office" pode e deve ser deslocalizado para o interior. No fundo estamos a falar de melhores e mais económicas formas de vida: Num país que precisa de melhorar a equação produtividade/custo de mão de obra.
Como ambos sabemos, existem mais ou menos "serviços públicos" nas regiões em função do nr. de habitantes. E é por este motivo que julgo ainda mais importante a construção dos "parques tecnológicos" nas diversas regiões portuguesas e "salas/edificios tecnológicos!" nos restantes concelhos nacionais.
A este propósito, posso dizer que já sugeri a autarcas do interior o aproveitamento de edificios municipais "desactivados" a instalação de telecentros. Devo ainda acrescentar que existe a possibilidade dessa "transformação" ser financiada com verbas comunitárias.
Não tenho dúvidas (raramente digo isto!) que os primeiros meses das referidas infraestruturas serão penosas. É um novo conceito que demorará a ser assimilado. Mas as vantagens para as organizações encarregar-se-ão de demonstrar que esse é o caminho do "Social e Familiarmente Responsáveis" a par das elevadas economias financeiras.
Em sintese, "(...)Penso que a partir de agora as câmaras vão ser chamadas muito mais do que no passado a estimular a criação de empregos e no domínio do desenvolvimento social e no estímulo à fixação de empresas" Anibal Cavaco Silva, Presidente da República Portuguesa 29.05.2006
Por fim, gostaria de solicitar a sua autorização para publicar o seu post no blogue da Beira Medieval rubrica "Inovação & Inclusão" que é publicada às terças feiras.
Um abraço
:-)
ResponderEliminarVou fazer a publicação.
Creio que a publicação que estava agendada para amanhã deverá ser adiada porque o INE ainda não confirmou os dados históricos sobre a evolução dos diversos sectores económicos ao longo do tempo.
Pretende ser um artigo que revelará a transferência nos próximos anos da maioria da população activa para o sector quaternário, tal como aconteceu no passado aquando o aparecimento dos novos sectores actividade.
Essa transferência será reveladora da nova independência espacial do trabalhador, ao contrário do que sucede na agricultura ou indústria.
Um abraço e renovo a minha gratidão.
Confirmo que ja efectuei a publicação do seu texto no Blogue da Beira Medieval.
ResponderEliminarUm abraço e muito obrigado
:-)
ResponderEliminarFico grato pela atenção dispensada.
Um abraço
Frederico