Por alturas dos Verões de 2002 e 2003, quando os incêndios ainda não se chamavam ignições, mas eram muitos e intensos, o Partido Socialista montou a mais descabelada e demagógica campanha contra o Governo que me foi dado ver, exploração indigna dos sentimentos das pessoas, numa luta política de mero carácter partidário.
Muitos dos actuais responsáveis do Ministério da Administração Interna, o deputado José Sócrates e muitos outros deputados das zonas ardidas competiam entre si para atribuir todas as responsabilidades ao Dr. Figueiredo Lopes, ou acusá-lo de incompetência, para exigir diariamente a sua presença no Parlamento ou pedir a sua imediata demissão, para pedir a demissão do 1º Ministro ou do Governo. As acusações estendiam-se aos Governadores Civis e a todos os responsáveis que estivessem mais à mão.
Estes defendiam-se e tínhamos então Protecção Civil, Serviço Nacional de Bombeiros e demais Autoridades de coordenação uns contra os outros e todos contra o Governo, gastando energias num espectáculo deplorável, enquanto os fogos continuavam a sua marcha implacável.
As extremas condições climáticas verificadas não valiam, a falta de limpeza era culpa do Governo, as chefias eram mal escolhidas, as reestruturações um falhanço absoluto...
Como mais uma acha para a fogueira, foi criada uma Comissão Parlamentar, onde os deputados “regionais”, hoje nos Governos Civis ou nas Câmaras, tinham como único objectivo gritar mais alto, procurando seu momento de glória!...
Era, na altura, deputado independente pelo PSD e fui um observador atento dessa realidade.
Como talvez nunca, pensei aí que a política não era a “nobre arte” ao serviço das populações, mas uma forma abandalhada de conseguir meros objectivos pessoais, explorando a angústia alheia.
Este ano, os incêndios também vogam ao sabor da natureza, devastando parques nacionais e matas particulares, fazendo vítimas, algumas mortais.
O PSD não teve uma atitude “revanchista”, mantendo-se geralmente calado, não alimentando a combustão.
Foi responsável, fez bem e com isso mostrou que os Partidos nem sempre são iguais.
E as populações sabem reconhecê-lo, muitas vezes mais cedo do que se espera!...
Muitos dos actuais responsáveis do Ministério da Administração Interna, o deputado José Sócrates e muitos outros deputados das zonas ardidas competiam entre si para atribuir todas as responsabilidades ao Dr. Figueiredo Lopes, ou acusá-lo de incompetência, para exigir diariamente a sua presença no Parlamento ou pedir a sua imediata demissão, para pedir a demissão do 1º Ministro ou do Governo. As acusações estendiam-se aos Governadores Civis e a todos os responsáveis que estivessem mais à mão.
Estes defendiam-se e tínhamos então Protecção Civil, Serviço Nacional de Bombeiros e demais Autoridades de coordenação uns contra os outros e todos contra o Governo, gastando energias num espectáculo deplorável, enquanto os fogos continuavam a sua marcha implacável.
As extremas condições climáticas verificadas não valiam, a falta de limpeza era culpa do Governo, as chefias eram mal escolhidas, as reestruturações um falhanço absoluto...
Como mais uma acha para a fogueira, foi criada uma Comissão Parlamentar, onde os deputados “regionais”, hoje nos Governos Civis ou nas Câmaras, tinham como único objectivo gritar mais alto, procurando seu momento de glória!...
Era, na altura, deputado independente pelo PSD e fui um observador atento dessa realidade.
Como talvez nunca, pensei aí que a política não era a “nobre arte” ao serviço das populações, mas uma forma abandalhada de conseguir meros objectivos pessoais, explorando a angústia alheia.
Este ano, os incêndios também vogam ao sabor da natureza, devastando parques nacionais e matas particulares, fazendo vítimas, algumas mortais.
O PSD não teve uma atitude “revanchista”, mantendo-se geralmente calado, não alimentando a combustão.
Foi responsável, fez bem e com isso mostrou que os Partidos nem sempre são iguais.
E as populações sabem reconhecê-lo, muitas vezes mais cedo do que se espera!...
A atitude do PSD até foi de louvar.~
ResponderEliminarInfelizmente penso que tenha mais a ver com a sua ineficiência de criar uma opsição séria e consistente do que por não querer "grassar" na miséria alheia, ou então não teria tido a mesma postura ao longo de toda a legislatura em relação a todos os problemas que assolam o país!
Quanto ás populações saberem "reconhecê-lo", desculpe que lhe diga, mas acredita realmente nisso?...
A diferença existe, meu caro Pinho Cardão. É bem verdade e é de registar. Mas é também de registar, por exemplo, que o Parque Nacional da Peneda-Gerês, o único parque nacional que o país possui, ardeu 7 dias consecutivos. Não foi um fim-de-semana nem parte de uma semana. Foram sete dias. E que nesses dias houve acusações dos bombeiros quanto à ienficiência dos meios postos à disposição. Ou ao desentendimento entre o ministério da administração interna e o ministério do ambiente sore o qual, hábil, António Costa se apressou a deitar água. Deslocações de membros do governo quando a situação era já insustentável.
ResponderEliminarSem por em causa que uma oposição responsável não se deve aproveitar das tragédias (como eu me lembro, por exemplo, do caso do "Prestige" e da atitude do PS!) e muito menos deve encarecê-las, julgo que a responsabilidade da oposição deve também levá-la a pedir esclarecimentos e a tomar posição justamente quando se verifique omissão do governo, a sua desarticulação interna ou medidas mal concebidas.
Caro Pinho Cardão
ResponderEliminarTambém recordo esses episódios, e muitos outros, em que a oposição de então, com uma ferocidade notável, atacava o governo. Penso que agora a oposição deveria, não utilizando as mesmas técnicas, altamente reprováveis, chamar os actuais responsáveis ao Parlamento. Seria interessante ouvi-los discursar ou debater sobre matérias que os mesmos arvoravam ser os melhores do mundo. Não é que esteja convencido que esta posição tenha algum efeito pedagógico nesse pessoal! De qualquer modo, seria uma forma de contribuir para a emergência de uma nova forma de estar dos políticos. E, como sabe, bem precisam…
Sabe, nem sequer considero responsável. O PSD sabe, por experiência própria, que não é salutar pagar da mesma moeda quando se tratam de assuntos iguais e de eventos próximos; nos anteriores debates foi em busca de lã e saiu tosquiado., pelo que a contenção não passa de de mero cálculo político.
ResponderEliminarSe tomasse uma atitude construtiva sempre poderia exigir que o Estado tomasse a seu cargo, (com ónus posterior ao proprietário), a defesa da floresta, ou não é um bem indivísivel, quando se trata de arcar com os prejuízos?
Aí sempre poderia lembrar que, a actuação do ministro da agricultura inviabiliza uma optimização dos meios, através da (re)utilização dos funcionários (considerados) excedentários da mesma entidade, porque os excluiu.
Assim era capaz de ganhar alguns (muitos) pontos. Mas JPP não é ouvido no partido.
Chama-se (para pacóvio literado) oposição responsável (uma palavra que vem de outros tempos), mas que se deveria chamar oposição eficaz.
Sugiro que sigam com atenção as actividades de David Cameron, para aprender como se (re)conquista terreno a um adversário que tomou, ocupou e redefiniu os limites do nosso espaço político natural.
Cumprimentos
Adriano Volframista
Ok, estou a torcer o nariz.
ResponderEliminarCompreendo lindamente a mensagem que o dr. PC está a passar, também me pareceu que a atitude do PSD até foi de louvar mas - e antes de passar à parte das populações saberem reconhecê-lo - pergunto-me se o PSD faria melhor.
Aliás, esta é uma pergunta que coloco sempre, seja qual for o assunto. E na sequência da pergunta, poderia o PSD fazer melhor, ocorre-me logo outra que é; então porque é que não fizeram quando podiam tê-lo feito?
No meu ponto de vista, há uma resposta bastante simplista que é: Em 2002 estávamos de tanga, em 2003 de calçãozito de lycra, em 2004 de boxers, em 2005 cuequita e em 2006 - calhando - estávamos de ceroulas, mas independentemente do tipo de roupa, sempre estivémos foi de calças na mão e vamos continuar a estar enquanto houver mato para arder. Porquê? Porque contínuamos a testar "políticas" de combate a incêndios em vez de fazer e continuamos a exigir resultados da noite para o dia.
Por isso, o "mea culpa" do Ministro António Costa além de um gesto de humildade propagandística pode, também, ser lido de uma outra forma que é; uma táctica nunca pode produzir bons resultados se não estiver enquadrada numa estratégia e uma estratégia nunca pressupõe alcançar objectivos a curto prazo.
Esta história dos incêndios é um bocado como aquelas criaturas que, dois meses antes do verão, vão para os ginásios encher e pensam que isso chega para se estar em forma e ir fazer boa figura para a praia. É claro que não chega mas, fazê-los entender isso é que é o diabo.
No que respeita ao reconhecimento das populações, olhe que a memória é curta dr. PC e isso tem vantagens e desvantagens.
Caro adriano,
ResponderEliminarNão podia deixar de reparar na sua referência a David Cameron e dizer-lhe que tem toda a razão.
Aquela conferência de imprensa foi notável.
Caro Anthrax
ResponderEliminarFoi. Mas seria impossível no PSD, ninguêm compreenderia e qualquer líder afrontaria a prosápia desabrida da Madeira, a baixeza lhana da secção de Viseu e a preguiça indolente da secção da capital.
Sabe, para se fazer e dizer o que o Sr Cameron disse e faz é necessário saber mesmo muito. Porque é fácil dizer "we can do the same", mas muito difícil concretizar com o remate:"we will do it better"
Cumprimentos
Adriano Volframista
E contra isso, bananas caro Adriano.
ResponderEliminarPois um grande bem haja para si.
....Portugal já arde faz anos....quantos bombeiros passaram por S. Bento???... continuamos a arder....alguns de nós... e somos muitos.
ResponderEliminarMmmmm... Isto agora não tem nada a ver, mas por acaso, os "donos" aqui do 4R sabem que 50% do vosso blogue "pertence" a um "accionista" estrangeiro?
ResponderEliminarNão é querer fazer publicidade ao meu blogue mas, eu se fosse a vocês dava um pulinho ao "Diário do Anthrax" e seguia os links que lá tenho.
Estes senhores valem "uma pipa de massa"! Eu nem sequer sabia que havia uma bolsa...
Pois, meus caros,a partir da preciosa informação de Anthrax, concluo que fomos vítimas de uma OCA - Operação Clandestina de Aquisição. Indolor.
ResponderEliminarMas a verdade é que 50% do valor deste bloguito estão nas mãos de desconhecidos. Essa é que é essa!
Não me admirava nada que dentro de dias a lista de autores mudasse e fossemos substituídos por um russo, dois sauditas e um australiano.
Sendo assim só nos resta uma atitude inteligente: aproveitar a embalagem da coisa. Vamos aumentar o capital disto para 100 vezes mais do que a actual cotação de mercado, logo lançando uma OPV que será criteriosamente preparada pelo Miguel Frasquilho. Depois das frustantes tentativas com o Euromilhões, é no Miguel que deposito as minhas esperanças, meu caro Pinho Cardão, de passar a exibir e a usufruir sinais de alguma riqueza.
Pois digo-vos, a mim, ninguém me me OPA. Que "chatice"... será do nome?...
ResponderEliminarMas porque é que eu não tirei o curso de gestão? Ou economia?