As conquistas médicas e biológicas fizeram crer, em tempos, que o problema das doenças infecciosas estaria em vias de ser resolvido, graças às medidas de higiene, de prevenção, de vacinação específica e tratamentos médicos. Nada mais falso. Muitas permanecem activas com a mais natural arrogância; outras adquiriram um estatuto mais virulento, não esquecendo as mais recentes que, sendo até há pouco tempo desconhecidas, emergiram com uma força mortífera, antevendo graves dificuldades e sérios problemas, mesmo a curto prazo para a humanidade.
A nível mundial, um quarto das mortes e um quarto das doenças são da sua responsabilidade. Mas não é a espécie humana a única a ser atingida. As outras espécies, animais e vegetais, são igualmente vítimas.
O impacto económico atinge cifras inimagináveis da ordem de muitos milhares de milhões de euros. O exemplo da pneumonia atípica é ilustrativo. Em 2003, esta grave doença matou pouco mais de 1.000 pessoas. No entanto, o produto nacional bruto no Leste Asiático sofreu uma redução de 2%. Calcula-se que a expectável pandemia da gripe das aves poderá matar milhões de pessoas e provocar prejuízos na ordem de 700 mil milhões de euros, num simples ano!
As preocupações e os esforços na luta contra as vicissitudes, miséria e doenças estão bem patenteados em vários documentos.
A esperançosa Declaração do Milénio que antevia, entre muitos outros objectivos, parar e começar a inverter a propagação e a incidência de determinadas doenças, como a tuberculose, o HIV/SIDA e a malária – “The Big Tree” – está condenada ao insucesso, já que não é possível atingir os objectivos previstos para 2015.
A pobreza, as viagens, as correntes migratórias, a intromissão de novas espécies, as alterações das práticas agrícolas e uso da terra, a intensa urbanização, as alterações climáticas, o aumento de idosos e de pessoas com redução imunitária, as agressões físicas e químicas a que estamos constantemente a ser sujeitos, determinam um futuro nada auspicioso em matéria de doenças infecciosas. Às velhas epidemias, que irão fazer a sua reentrada, associam-se outras muito problemáticas.
Face às ameaças, os responsáveis conseguem desenvolver meios sofisticados, graças às novas tecnologias, que poderão, por exemplo, identificar se um ser humano, um animal, um presunto, ou uma fruta são os não portadores de determinados agentes, numa questão de “minutos ou segundos”! Outras medidas, que se prendem com o controlo e “trajectória” das pessoas, de forma a limitar os danos ou a estabelecer as respectivas medidas de isolamento e de quarentena, serão passíveis de implementação, mas com um senão: possível ameaça às liberdades individuais.
Hoje, é possível estabelecer com precisão os dias e horas dos contactos telefónicos e, através deles, identificar, por exemplo, redes de terroristas, como foi o caso do 11 de Março em Madrid. Há quem afirme que, em caso de epidemias infecciosas, os registos telefónicos poderão ser úteis para identificar contactos e “traçar a trajectória”. Outras técnicas de localização e identificação “permanentes” estão na calha.
Uma análise mais aprofundada permite-nos concluir que o que está a acontecer não é um mero assunto da esfera da Infecciologia, mas é, sobretudo, um problema político. Por mais que actuemos ao nível médico – biológico nunca seremos capazes de resolver o problema da forma mais adequada, ficando muito aquém do que está, de facto, ao nosso alcance.
A política é o principal caldo de cultura ao permitir o desenvolvimento e a multiplicação de “agentes” que poderiam modificar o rumo destes acontecimentos. Só que alguns caldos estão fortemente contaminados por agentes tão ou mais perigosos que muitos vírus ou bactérias…
A nível mundial, um quarto das mortes e um quarto das doenças são da sua responsabilidade. Mas não é a espécie humana a única a ser atingida. As outras espécies, animais e vegetais, são igualmente vítimas.
O impacto económico atinge cifras inimagináveis da ordem de muitos milhares de milhões de euros. O exemplo da pneumonia atípica é ilustrativo. Em 2003, esta grave doença matou pouco mais de 1.000 pessoas. No entanto, o produto nacional bruto no Leste Asiático sofreu uma redução de 2%. Calcula-se que a expectável pandemia da gripe das aves poderá matar milhões de pessoas e provocar prejuízos na ordem de 700 mil milhões de euros, num simples ano!
As preocupações e os esforços na luta contra as vicissitudes, miséria e doenças estão bem patenteados em vários documentos.
A esperançosa Declaração do Milénio que antevia, entre muitos outros objectivos, parar e começar a inverter a propagação e a incidência de determinadas doenças, como a tuberculose, o HIV/SIDA e a malária – “The Big Tree” – está condenada ao insucesso, já que não é possível atingir os objectivos previstos para 2015.
A pobreza, as viagens, as correntes migratórias, a intromissão de novas espécies, as alterações das práticas agrícolas e uso da terra, a intensa urbanização, as alterações climáticas, o aumento de idosos e de pessoas com redução imunitária, as agressões físicas e químicas a que estamos constantemente a ser sujeitos, determinam um futuro nada auspicioso em matéria de doenças infecciosas. Às velhas epidemias, que irão fazer a sua reentrada, associam-se outras muito problemáticas.
Face às ameaças, os responsáveis conseguem desenvolver meios sofisticados, graças às novas tecnologias, que poderão, por exemplo, identificar se um ser humano, um animal, um presunto, ou uma fruta são os não portadores de determinados agentes, numa questão de “minutos ou segundos”! Outras medidas, que se prendem com o controlo e “trajectória” das pessoas, de forma a limitar os danos ou a estabelecer as respectivas medidas de isolamento e de quarentena, serão passíveis de implementação, mas com um senão: possível ameaça às liberdades individuais.
Hoje, é possível estabelecer com precisão os dias e horas dos contactos telefónicos e, através deles, identificar, por exemplo, redes de terroristas, como foi o caso do 11 de Março em Madrid. Há quem afirme que, em caso de epidemias infecciosas, os registos telefónicos poderão ser úteis para identificar contactos e “traçar a trajectória”. Outras técnicas de localização e identificação “permanentes” estão na calha.
Uma análise mais aprofundada permite-nos concluir que o que está a acontecer não é um mero assunto da esfera da Infecciologia, mas é, sobretudo, um problema político. Por mais que actuemos ao nível médico – biológico nunca seremos capazes de resolver o problema da forma mais adequada, ficando muito aquém do que está, de facto, ao nosso alcance.
A política é o principal caldo de cultura ao permitir o desenvolvimento e a multiplicação de “agentes” que poderiam modificar o rumo destes acontecimentos. Só que alguns caldos estão fortemente contaminados por agentes tão ou mais perigosos que muitos vírus ou bactérias…
A última noite sem Sol
ResponderEliminarHoje é uma longa noite de vigília. Amanhã, quando voltarmos a despertar, já haverá dois sóis no horizonte. Um traz a Vida, o outro, a Farsa.
Nós atravessamos um tempo de trevas, e, por detrás do seu alegórico oxímoro, este "Sol" nada mais trará do que mais noite.
Nada, nele, ou em tudo o que o envolve, é novidade ou surpresa. No final do passado 2005, num mesmo dia de dor, espanto e sobressalto, também compreendemos, que, subitamente, num momento crítico de viragem, Portugal tinha decidido enrolar-se, como um feto, em redor do seu próprio umbigo: aquela miraculosa geração intermédia, dos 30, 40 e 50 anos, que deveria ter-se então manifestado, na criação da figura de um Presidente da República para um Novo Milénio, pura e simplesmente, não existia, ou tinha sido estrangulada. Em troca da renovação, apresentavam-nos um prato reputado intragável, Cavaco Silva, e o resto da história já vocês conhecem: o ancião Soares que se presta a fazer-lhe frente, o ressentido Alegre que aparece, para fazer frente à frente da frente, e dois candidatos laterais, que ali foram, medir forças, e acertar décimas, nas contagens de eleitorado.
Nunca o disse, e vou dizê-lo aqui: Cavaco, Soares e Alegre não passavam de três cangalhos, obsoletos, e representantes de um Passado que a minha geração, entre outras, tinha tacitamente considerado como fazendo parte da História, não de qualquer futuro.
Nós, jovens de Portugal, fomos escandalosamente burlados, por uma fatia geracional, responsável por muito do atraso e dos abusos que diariamente presenciamos, e que, afrontosamente, mostrava, preto no branco, que não estava disposta a abandonar os postos de vigia e conservação do Estado de Coisas: o Sistema "renovava-se", voltando, descaradamente, a chamar ao palco os velhos actores empalhados.
A Intoxicação Social, que, grave, e quotidianamente, detectamos estar ao serviço desse mesmo miserável Poder Político, também necessitava agora da sua "renovação". E também a vai ter: chama-se "Sol" e é a Sombra Enorme da miríade de coisas mórbidas que, durante décadas, enformaram esta coisa a que nos confinámos: a estrangulada Cauda da Europa.
O "Sol" nada traz de inovador. Se quiserem uma simples imagem, que possam transmitir aos vossos amigos, ele é uma farta operação de cosmética, que, através do colorido de lápis de cor virtuais, tenta apresentar, como uma banda desenhada renovada, a intragável história parda a que nos reduziram o nosso dia-a-dia nacional.
Há outra coisa que é fundamental que aqui se diga: o Arquitecto Saraiva é um medíocre; mais, ele é o medíocre típico português, o manga-de-alpaca das meias ideias, das palavras fracotas e das iniciativas de curto alcance. É capaz de tudo, e está, novamente, numa posição para ser regiamente pago para poder ser, em plena luz do dia, capaz de tudo.
O Sonho Português sempre passou por castrar os seus melhores talentos, e entregar os lugares de topo a indivíduo dos quais a História não reterá... nada. Como corolário, a pirâmide do medíocre é um lugar volumétrico, cujo vértice é o Medíocre, por antonomásia, e que se vai alargando, na direcção da base, mediante o acrescentar de medíocres ainda mais medíocres, ou de indivíduos cuja desfaçatez e falta de verticalidade permitem servir sob as ordens de alguém que sabem ser profunda, e irremediavelmente... medíocre.
Nós, cidadãos que vivemos outros mundos e outros horizontes, contamos com mais um inimigo no nosso campo. Já desligávamos os noticiários, pelos insuportáveis e manipulados vinte minutos de vómito futebolístico, que, simultaneamente, tentavam apresentar, como empolgante, uma vertente pretensamente desportiva, que toda a gente sabe ser um dos rostos da Actividade Criminosa, em Portugal. Comam-na durante meia hora, mastrubem-se com os "ídolos" por ela criados, esqueçam-se de que, lá para o fim, ou em bandas rotativas de rodapé, estão a desfilar, vertiginosamente, as notícias que vos vão amolgar profundamente o Quotidiano, o Futuro, e, mesmo, a visão de sonhos passados. Esqueçam os jornais: há quem tenha poderes -- sempre os mesmos -- para comprar capas e cadernos inteiros de revistas, reportagens forjadas, branqueamento de personagens e processos, douramento de pílulas inexistentes, venenosas e omnipresentes.
No seu arrancar, a Blogosfera Portuguesa deverá, um dia, ter sonhado com tornar-se o nosso pequeno contributo para a maré informativa do cidadão comum da Aldeia Global: troca imediata de informações, comentários lúcidos, trabalho gratuito, para oferecer a amigos e leitores desconhecidos, um pouco do nosso melhor talento. O que seria o "Braganza Mothers", se pudesse ter, por detrás, todos os dinheiros turvos da Opus Dei...
Felizmente não os temos, e, felizmente, ainda estamos a conseguir escapar a outra maré ainda mais preocupante, a desta roda livre de palavras e murmúrios se estar toda a alinhar, e a importar, para o seu lugar de "graffiti" virtual, a massa inteira dos vícios de forma e relação da nossa Realidade Enferma.
Como conclusão, hoje, curiosamente, Benedito XVI, pessoa sobre a qual todos sabem o que penso, terá citado -- contaram-me -- a figura de alguém que faz parte dos meus heróis, Constantino XI, Paleólogo, o derradeiro lutador pela independência das muralhas de Constantinopla contra os avanços do Infiel Turco. Deverá ter sido a única vez em que Ratzinger e eu teremos abordado o mesmo tema da mesma forma, o que não deixou de me surpreender. Com a morte de João VIII, Paleólogo, o último Constantino ter-se-á ajoelhado, numa célebre pedra de Mistras, e recebido, no Despotado da Acaia, a herança imperial, com a qual se apresentou, duas semanas depois, em 13 de Novembro de 1448, às portas de Constantinopla. O seu reinado foi curto, e durou, como se sabe, até à célebre noite de 30 de Maio de 1453. Com a Queda da Cidade, quase deserta e empobrecida, celebravam-se as exéquias de mais de dois milénios de Luz e Civilização Romanas.
Esta noite, a última noite sem "Sol", é como essa Noite de Mistras. Em conjunto, mais uma vez, vamos ter de partir, para a defesa das últimas muralhas da Luz, e é para essa terrível viagem, como para tantas outras, eventualmente menores, e passadas, que, mais uma vez, vos convido.
Apenas vos menti numa coisa: esta é a última noite, mas já é uma noite com "Sol". Ele está aqui (www.sol.pt). Pedir-vos que resistissem a visitá-lo era um pedido equivalente ao de Eva, feito pelo Criador. Eu sei que são humanos, e transgredirão, porque eu também sou, e também já lá fui.
Coragem.
Bem, numa óptica criacionista diria que o grande designer está do lado dos agentes patológicos contra aquele que criou à sua imagem. Ora bolas!....
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