Estátua de Estaline, na cidade de Narva, na fronteira da Estónia com a Rússia, a que me referi no meu "post" anterior.
Não foi destruída aquando da separação da Estónia da União Soviética, mas removida do seu local nobre e colocada num recanto esconso da fortaleza da cidade, não voltada contra a parede, mas apropriadamente apontando à Rússia, logo ali ao lado, depois dos muros da fortaleza.
Longe da vista e, porventura, bem mais longe ainda dos corações dos estónios!...
Nota adicional: Por lapso, indiquei a estátua como sendo de Estaline, mas não, é de Lenine, o que não trará grande diferença...Só reparei no erro depois dos dois primeiros comentários...
Caro Amigo:
ResponderEliminarDo coração dos estónios, o "Zé dos bigodes" anda, de certeza, arredio.
Porém, em Gori (Geórgia), sua terra natal, que tive ocasião de visitar em 2004, é venerado. Uma estátua sua domina a praça central, a avenida principal tem o seu nome, e o museu da cidade é-lhe dedicado (tem as casas onde habitou transladadas para o efeito e a carruagem de comboio que o levou a Potsdam, entre outras reliquías).
Meu Caro Amigo,
ResponderEliminarPior sorte tiveram as estátuas dos nossos Navegadores, em Angola e em Moçambique, quando esses territórios se separaram da soberania portuguesa, tornando-se independentes.
E esses nem sequer tinham oprimido ou chacinado populações, pelo menos na escala em que o fez o façanhudo «Zé dos Bigodes», também denominado «Pai dos Povos», até por muitos daqueles que depois tanto se haveriam de assanhar com os malefícios do Colonialismo Português. Critérios, dirão alguns...
Onde pararão hoje as estátuas dos Navegadores de quinhentos, antes espalhadas por essa África que eles, em tempos passados, deram a conhecer ao resto do Mundo ?
Pode ser que algum perscrutador turista lusitano ainda as vá desencantar, numa dessas peregrinações que a nossa saudosa memória, às vezes, nos impele a empreender por esse Mundo fora.
Quanto à estátua do Estaline, deixemos que ela nos sossegue o espírito, arrumada que esteja num qualquer lugar bem esconso, para esquecimento definitivo de pesadelos antigos.
Um abraço.
Caro Dr. Pinho Cardão:
ResponderEliminarRetribuo o abraço em dobro!
Como percebeu, ainda não tinha visto a adenda a dizer que é o Lenine e não o Estaline.
Sobre o Lenine, refiro que, como sabe, o túmulo ainda tem guarda de honra e que há uma estátua dele ao pé de uma das estações de comboios de Moscovo, onde, quando lá vou, apanho alguns comboios, como por exemplo para Rostov-Veliky. Ou seja, discretamente, Putin lá vai restaurando o ego imperial da Mãe Rússia, seja mantendo parte do passado vermelho, seja recuperando matizes czaristas.
É também isso que, a meu ver, faz dele um dos mais argutos estadistas dos nossos tempos...