sábado, 25 de novembro de 2006

Portugal Solidário...

O Banco Alimentar Contra a Fome é um banco muito especial, no qual os depósitos são constituídos por bens alimentares e os dividendos distribuídos naquelas intangibilidades que nos fazem acreditar no sentido profundo da nossa vida.

Uma realização baseada num lema muito simples, mas muito forte: "aproveitar onde sobra para distribuir onde falta". O objectivo é combater o desperdício de produtos alimentares e fazê-los chegar às pessoas que têm fome. Uma acção que une esforços solidários e voluntários, pessoas, empresas e instituições, na luta contra a pobreza e a exclusão social.

O Banco Alimentar recebe, ao longo de todo o ano, toda a gama de produtos alimentares, que constituem em muitos casos excedentes de produção da indústria agro-alimentar, excedentes agrícolas e da grande distribuição, e ainda produtos de intervenção da União Europeia e recolhe duas vezes por ano uma vasta gama de géneros alimentares através de campanhas nacionais efectuadas directamente nas médias e grandes superfícies comerciais.

O Banco Alimentar entrega, diariamente, ao longo de todo o ano, a centenas de instituições de solidariedade social espalhadas por todo o País os bens alimentares recebidos, que os fazem chegar a milhares de pessoas carenciadas, através de cabazes de produtos alimentares entregues às famílias ou através de refeições confeccionadas.

Os números deste grande empreendimento, que envolve dez bancos alimentares, são impressionantes (ano de 2005):
- 17.704 toneladas de alimentos recebidos e distribuídos;
- 1.173 instituições de solidariedade social apoiadas;
- 216.409 pessoas beneficiadas.

O Banco Alimentar é também o mais importante movimento de voluntariado, unindo nas campanhas nacionais mais de 11.000 voluntários de todas as idades e classes sociais.

O Banco Alimentar deve ser, para todos, um grande motivo de orgulho nacional, uma prova concreta de que somos um povo capaz e solidário, mobilizador de vontades e ajudas.

A campanha nacional de NATAL decorre este fim-de-semana. A generosidade e o afecto dos portugueses vão de novo ajudar o NATAL das pessoas pobres e carenciadas.

11 comentários:

  1. Numa altura em que vemos crescer como cogumelos ONGs e Instituições de Solidariedade, cá dentro e pelo mundo, com fins e objectivos comprovada ou suspeitadamente obscuros, aproveitando-se da "desgraça" que grassa por tanto lado....
    é bom saber que o Banco Alimentar é um motivo de orgulho nacional! E é. Por experiência própria sei da sua actividade e nesta altura é pertinente lembrá-lo. Fez bem Margarida!

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  2. Anónimo19:23

    É verdade. É um movimento notáve de solidariedade que enobrece quem a ele se dedica e garante a sua continuidade.

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  3. Já agora, mais uma achega. É que, este ano, para além da recolha tradicional do BACF que se efectua este fim-de-semana, poderemos continuar a ser solidários nesta campanha por mais uns dias, porque até 3 de Dezembro muitas da pequenas superfícies e em todas as lojas das cadeias Jumbo/Pão de Açucar, Pingo Doce, Feira Nova, Dia/Minipreço e Lidl vai haver aquilo que se designou por “Ajuda-Vale”. Que mais não é, afinal, do que a possibilidade do cidadão poder comprar os vales que quiser de produtos devidamente identificados e todos das marcas dos estabelecimentos que os comercializam (os chamados produtos brancos) que esses estabelecimentos farão a entrega no Banco Alimentar desses produtos comprados, juntamente com os registos informáticos correspondentes. A terminar, deixem-me dizer que esta modalidade será auditada e terá a devida certificação.

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  4. Sabe, o grave é que, na genese estava uma ideia de transitoriedade e, insidiosamente, está a transformar-se numa permanência.
    O País pode permitir-se eliminar os Bancos Alimentares contra a fome,a Dinamarca não os tem.
    Talvez que o problema esteja que não é ensinado nas escolas de gestão.
    Tambem é verdade que o Compromisso Portugal não se lembra destas "pequenas" coisas.
    Cumprimentos
    Adriano Volframista

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  5. Este comentário foi removido por um gestor do blogue.

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  6. Caro Adriano Volframista,

    Infelizmente o País não se pode dar ao luxo de não pode contar com os Bancos Alimentares e com muitas outras Ajudas. Atenção que o Banco Alimentar não recebe quaisquer subsídios da Segurança Social ou do OE!
    A questão central é que a pobreza é uma realidade bem enraizada no nosso País e as sucessivas políticas públicas prosseguidas de combate à pobreza não têm resultado.
    Os Bancos Alimentares não são uma solução, são uma ajuda, cada vez mais permanente, como diz e bem.
    Onde está o Estado e as suas políticas de combate à pobreza?
    O recurso à solidariedade "informal", não desobriga o Estado de garantir a solidariedade "formal". O que é que tem sido feito? Ou melhor, o que é que não se tem feito? O que é que tem corrido mal?
    A minha convicção é que não é com políticas de acesso universal e assentes no subsídio que vamos lá!
    É preciso discriminar com rigor para que o Estado ajude efectivamente quem precisa e quanto a subsídios, e só para ilustrar, seria bem mais efectiva uma Acção Social capaz de fornecer bens e serviços, em quantidade e qualidade, a quem aos mesmos, por falta de recursos financeiros, não pode ou tem dificuldade em recorrer.
    Mais concretamente, e só para exemplificar, os grandes problemas dos idosos pobres e carenciados estão no acesso à saúde e à farmácia, no apoio familiar, no apoio domiciliário, etc.
    É claro que os problemas da pobreza combatem-se com criação de riqueza.
    É o que andamos à procura de fazer...

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  7. Acho notável mais esta iniciativa particular, a do Banco Alimentar, levada a efeito a favor dos pobres, iniciativa esta que certamente tem vindo a exigir grandes sacrifícios e uma louvável dedicação pelo próximo. Sabendo-se como se sabe que neste caso, não há comprovadamente interesses materiais de espécie alguma, nem manobras subreptícias nesse sentido, é de estranhar que haja alguém que não goste destes sucessos privados, que no seu entender, claro está, devem acabar, pois deixam em situação pouco confortável o próprio estado, para quem todos pagamos e que também neste capítulo, vem claudicando e de que maneira. Ai as formações políticas!... Cuidado com os maus compromissos.

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  8. Acho notável mais esta iniciativa particular, a do Banco Alimentar, levada a efeito a favor dos pobres, iniciativa esta que certamente tem vindo a exigir grandes sacrifícios e uma louvável dedicação pelo próximo. Sabendo-se como se sabe que neste caso, não há comprovadamente interesses materiais de espécie alguma, nem manobras subreptícias nesse sentido, é de estranhar que haja alguém que não goste destes sucessos privados, que no seu entender, claro está, devem acabar, pois deixam em situação pouco confortável o próprio estado, para quem todos pagamos e que também neste capítulo, vem claudicando e de que maneira. Ai as formações políticas!... Cuidado com os maus compromissos.

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  9. Acho notável mais esta iniciativa particular, a do Banco Alimentar, levada a efeito a favor dos pobres, iniciativa esta que certamente tem vindo a exigir grandes sacrifícios e uma louvável dedicação pelo próximo. Sabendo-se como se sabe que neste caso, não há comprovadamente interesses materiais de espécie alguma, nem manobras subreptícias nesse sentido, é de estranhar que haja alguém que não goste destes sucessos privados, que no seu entender, claro está, devem acabar, pois deixam em situação pouco confortável o próprio estado, para quem todos pagamos e que também neste capítulo, vem claudicando e de que maneira. Ai as formações políticas!... Cuidado com os maus compromissos.

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  10. Peço desculpa, raramente comento os comentários dos comentários, mas desculpe lá, o Estado é voçê, eu (enquanto aqui viver), os seus amigos, familiares e outros; como os partidos são compostos das mesmas pessoas que compõem o Estado.
    Os Bancos Alimentares são uma vergonha que a permanência transformou num elemento da paisagem da "Solidariedade Social" e esta num comportamento que permite satisfazer a pulsão social das elites e das menos elites.
    Sabe, quando era jovem haviam os chás de caridade, no final da década de 60 do século passado, com honras na televisão no horário do fim de tarde.
    Hoje, são os bancos com direito a entrevista em programas de audiência no fim de semana.
    É o nosso terceiro mundo privativo aqui ao pé no quintal.
    Pergunta:
    Em trinta anos não mudámos, não acha, no mínimo, vergonhoso?
    Cumprimentos
    Adriano Volframista

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  11. Dada a excepção que o senhor - peço desculpa de não o tratar igualmente por você - resolveu abrir, também eu furo uma das minhas regras de ouro nestas andanças de tecer comentários. Apenas para lhe afirmar que não há ninguém que lamente mais a necessidade de se porem em prática, dada a inoperância do Estado, bancos alimentares, que queiramos ou não, têm vindo a ajudar os mais carenciados. São sucessos deste género, e estou a abordar apenas iniciativas impecáveis como esta, que defendo, visto que não há alternativas, dado o estado de degradação a que a conjuntura social chegou. No fundo repare que as nossas perspectivas, face a este caso - trazido a terreiro por uma pessoa que bem conhece estes assuntos - sendo divergentes quanto à sua forma, são complementares quanto ao seu objectivo. Aproveito para lhe apresentar os meus cumprimentos

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