Há uns tempos alguém dizia que nós, Portugueses, estamos sempre "em trânsito" entre a nostalgia de um passado glorioso e a esperança de um futuro que nos posicione outra vez no mundo das nações promissoras.
Mas ninguém tratará de concretizar, por nós, tal esperança.
E no País, talvez por estarmos "em trânsito", não há Ambição!
Então não é que uma imobiliária espanhola se lembrou de investir em Lisboa, no segmento da habitação para a classe média/alta e, deparando-se com a falta de terrenos no centro da capital, optou pela aquisição de edifícios devolutos, mesmo em péssimo estado de conservação!
Espero que tenham dinheiro a rodos para investirem: edifícios lindíssimos devolutos e em péssimo estado de conservação...é matéria prima que abunda!
Parece que nem perderam muito tempo pelas sete colinas, para já ficam-se na Duque de Loulé, Duque d'Ávila, Defensores de Chaves, Duarte Pacheco, Rua Viriato, Avenidas Novas, Areeiro, Campo dos Mártires da Pátria....
Vão respeitar as fachadas, manter a traça original dos edifícios e das avenidas onde se inserem.
Prevêm investir cerca de 300 milhões de euros nos próximops 5 anos e pôr de pé mais de 75 mil metros quadrados de habitação.
Prometem seguir uma estratégia agressiva de aquisição deste tipo de imóveis, desde que sejam "devolutos de ouro" quer pela arquitectura, quer pelo seu posicionamento em áreas socialmente mais valorizadas.
Acham o centro de Lisboa uma oportunidade de negócio a não perder!
Será que os portugueses deste ofício não acham o mesmo?
Já estou por tudo, venham daí as imobiliárias espanholas ou outras, é a maneira de não deixar cair estas avenidas e...tantas outras.
Nota: ainda hoje passei na Duque de Loulé, dá dó!!!
Muito oportuno a sua nota, Dr.a Clara. O mercado da reabilitação é de facto uma oportunidade de negócio agora que se dominam algumas técnicas e começou a ser comportável o custo da intervenção no edificado existente. Não sei se há ou não apetência dos nossos investidores. O que sei é que se fechou o ciclo da construção nova nas periferias, que acentuou o peri e o suburbanismo. E sei também que as nossas cidades, se quiserem que mantenham identidades e vivências, precisam urgentemente de quem as reconstrua.
ResponderEliminarEstou consigo: se forem os espenhóis...
Também li essa notícia e tive a mesma reacção da Maria Clara, comecei a olhar com olhos de ver para as nossas ruas mais "nobres", com os prédios escalavrados e tijolos a tapar as janelas. Apesar de tudo, já se notam algumas renovações bem bonitas, na Av. da República e ali à volta, mas sobretudo na zona ribeirinha. Junto so Museu das Janelas Verdes vi um prédio reconstruido, com andares à venda, uma beleza. Acho que os espanhóis chegam com o comboio já a arrancar, mas de certeza que lhe vão dar velocidade!
ResponderEliminare não esquecer que as nossas famosas ruas e Avenidas passarão a chamar "Calhas" de la ....
ResponderEliminarOs Espanhois estão ansiosos de recuperar o seu espaço que D.Afonso Henriques retirou á cerca de 800 anos atrás.
Pedro Sérgio (Palmela)
"Prevêm investir cerca de 300 milhões de euros nos próximops 5 anos e pôr de pé mais de 75 mil metros quadrados de habitação."
ResponderEliminarCara Clara Carneiro,
se a CML funcionar nos mesmos prazos que a Câmara do Porto, se o IPPAR tiver o comportamento do costume e outras eventuais Instituições envolvidas derem a essa empresa o mesmo tratamento que dão aos cidadãos e às empresas nacionais que querem investir na reabilitação, esqueça os cinco anos, prepare-se para processos judiciais, multas, embargos e alterações aos projectos por tudo e por nada. No entanto, já estamos habituados às condições "especiais" dadas ao IDE e este pode ser um desses casos. Enfim, quem gere as empresas portuguesas que poderiam investir nesta área sabe o mesmo ou mais que os espanhóis e não anda a dormir, se não aposta mais por alguma coisa é.
cumprimentos