O economista-chefe da OCDE, Jean Philippe Cotis apelou hoje aos principais bancos centrais, com destaque para o Banco de Reserva Federal (FED) nos EUA e para o Banco Central Europeu, no sentido de não aumentarem mais as suas taxas de juro.
Segundo Cotis, os riscos de inflação não justificam novos aumentos de taxas, a inflação tem-se mantido abaixo dos níveis de alerta desde há já algum tempo pelo que “as perspectivas para a estabilidade de preços não parecem preocupantes”.
Ontem, em entrevista radiofónica, o candidato à Presidência da República de França, Nicolas Sarkozy, criticou duramente o BCE por, no seu entender, conduzir uma política que tem levado à apreciação do Euro contra outras moedas, em especial o Dólar, causando dificuldades desnecessárias às indústrias europeias.
Entre outros comentários a propósito do tema, Sarkozy declarou “Não votei a favor da criação da segunda maior divisa mundial para agora não aproveitar as suas vantagens”.
Se é certo que a declaração de Sarkozy tem de ser tomada no contexto de uma campanha eleitoral - com o desconto próprio que essas circunstâncias recomendam - já a de Cotis reveste-se de grande significado.
A OCDE não pode ser acusada de emitir recomendações ou opiniões só para agradar aos governos, é-lhe reconhecida uma grande independência nas posições que assume nestas matérias.
E a mensagem de hoje é especialmente dirigida ao BCE, uma vez que o FED não aumenta as suas taxas desde Agosto do ano passado e nas declarações mais recentes dos seus responsáveis não se encontra qualquer sinal para novo agravamento.
O BCE não só subiu as suas taxas por três vezes em 2006 (de 2,75 para 3,5%) como voltou a subir já em 2007 para 3,75% e anunciou a possibilidade de novas subidas.
As perplexidades que no 4R se têm manifestado acerca das decisões do BCE encontram agora dois aliados de peso.
Será que ambos serão leitores atentos do 4R, sem nós sabermos?
Os nossos comentadores terão motivo para lembrar o velho aforismo: “Presunção ou água benta, cada qual toma a que quer...” .
Caro Tavares Moreira:
ResponderEliminarÉ óbvio que lêem o 4R!...
E não só lêem, como entendem!...
...Isto para além de reconhecerem a autoridade do meu amigo sobre a matéria!...
A importancia do 4R, mostra que os nossos economistas, analistas e comentadores têm uma influência determinante nas Economias internas e externas.
ResponderEliminarParabêns.
Pedro Sérgio (Palmela)
Sinal muito positivo, sem dúvida,mostrando que sempre há políticos que sabem escolher onde se aconselhar. O 4r internacionaliza-se!:)Afinal a aposta tem que ser paga pelos que ganharam, o Dr. Tavares Moreira só teve razão antes de tempo...
ResponderEliminarCara Suzana,
ResponderEliminarExcelente ideia a sua de a aposta ser paga pelos que ganharam!
E não será justificado convidar Sarkozy (de preferência acompanhado da sua rival Segolene) e Philippe Cotis para a próxima celebração do 4R, quando atingirmos as 500.000 visitas?
A final já é tempo de o 4R se internacionalizar, ir em busca de novos mercados...nos PALOP mas não só.
Caros amigos,
ResponderEliminarNão se trata apenas do desempenho de um papel informativo. Trata-se de um verdadeiro serviço público educativo, capaz de levar até um mamífero inferior, como o Sarkozy, algo que é capaz de reproduzir na perfeição.
Eu sabia que tinha apostado certo. Ou melhor, que havia boas razões para confiar na sabedoria do nosso Dr. Tavares Moreira. E que os maus da fita eram os governadores do BCE. Tudo visto, dou razão à Suzana. Afinal os que perderam a aposta deveriam tê-la ganho. E como este grupo considera mais relevante o ´dever ser´ do que o ´ser´ vá de inverter as posições.
ResponderEliminarCá por mim, é absolutamente indiferente, em termos de aposta. Como árbitro, o jantar é sempre à borla!...
ResponderEliminarCaros Comentadores,
ResponderEliminarNão deixando de acusar as mensagens de simpatia, tenho de reconhecer que uma aposta é uma aposta, não tem 2ª volta, e no caso das taxas de juro foi mesmo perdida.
O problema é se o grande perdedor não foi o apostador que se enganou mas a economia que tem de suportar as consequências de uma decisão sem apelo e extemporânea.
Não vamos tirar conclusões definitivas,vamos seguir os próximos episódios não deixando de notar a "tremideira" que está a atingir os mercados de capitais actualmente.
Tudo por causa da crise que se manifesta no mercado de créditos hipotecários nos EUA, cujos efeitos podem vir a alargar-se a outros sectorese e regiões.
Mais uma das inúmeras provas que Tavares Moreira é um economista de valor vendo a sua opinião apoiada por Sarkozy e a OCDE. Penso que mais um agravamento nas taxas de juro seria perigoso para países como Portugal que se encontram com níveis de endividamento muito elevados.
ResponderEliminarAproveito também para deixar aqui o meu apoio ao candidato Nicolas Sarkozy que deu provas de ser o homem ideal para governar os destinos na França neste momento. Um homem competente e com provas dadas em campo. Sem discursos de treta, enfrenta todos os problemas e resolve-os de uma forma pragmática e eficaz.
Saudações 4Repúblicanas
Caro André,
ResponderEliminarBem regressado ao 4R, com o seu comentário político/económico sempre atento e apurado.
Quanto ao voto para as eleições francesas aqui fica o registo da sua preferência.
O que é certo é que a disputa está muito acesa e que um 3º candidato - Bayrou, da UDF (centro) - tem a seu favor intenções de voto iguais às de Segolene, a curta distância de Sarkozy que lidera.
O post do nosso caro Dr.Tavares Moreira foi hoje citado na página económica do Diário de Notícias, na secção dedicada aos blogues económicos.
ResponderEliminar"No 4R, Tavares Moreira, ex-Governador do B. Portugal, destaca o alerta deixado pelo economista-chefe da OCDE......Uma ideia que é defendida há algum tempo por T. Moreira".
Muito bem e parabéns ao autor!...
Bem, se para além do Sarkozy, o camarada Tavares Moreira conseguiu educar os jornalistas portugueses sugiro já a atribuição de um prémio!(vénia,vénia,vénia...)
ResponderEliminarCaro Tonibler,
ResponderEliminarEducar os jornalistas portugueses é tarefa a que, de todo não me proponho.
Reconhecendo que momentos ou fases na minha vida houve em que experimentei certa dificuldade em distinguir a realidade da ficção, encontro-me hoje num "estádio" em que essa dificuldade chegou próximo do zero.
Educar os jornalistas portugueses - alguém conseguirá (por métodos não mercantilistas, entenda-se)?
Ei lá...estará o amigo Tavares Moreira a insinuar que os jornalistas são "compráveis" em vez de "educáveis"??!!
ResponderEliminarAi se eles sabem disto!
Eu cá nem li!
Caro Rui Vasco,
ResponderEliminarPode ler à vontade, sem qualquer receio!
O que é preciso é ler o que está escrito e não o que lhe possa parecer que está.
Eu não disse, tampouco insinuei, que os jornalistas portugueses são "compráveis".
Fala-se em educar e não em comprar, entenda-se.
E, em matéria de educação, pode usar métodos mais clássicos, em que o empenho sério, persistente, quotidianamente responsável, de análise atenta e rigorosa dos temas são a chave do processo de aprendizagem.
Ou pode, em alternativa, limitar-se a apreender aquilo que momentâneamente lhe interessa, apanhando os assuntos pela rama, para causar sensacionalismo e ganhar mais umas tiragens e efeitos publicitários.
Está entendido?
Caro amigo Tavares Moreira:
ResponderEliminarDeixe cá ver....Educar os jornalistas portugueses - alguém conseguirá (por métodos não mercantilistas, entenda-se)?
Por métodos não mercantilistas...isto é...sem ser por estes...e por estes será?
Pois!
Entendido! Nada a opôr!
Caro Ruivasco,
ResponderEliminarEu esperava que o meu Amigo entendesse, e entendeu.
Registo, alias, pelo teor habitual das suas intervenções, que há em si um jeito indisfarçável de jornalista que por vezes o leva a tirar conclusões "before the time is right".
Mas a sua estrutural honestidade intelectual acaba por por as coisas "em su sitio", aceitando corrigir a temporã opinião.
Saudo-lhe essa qualidade, bem rara nos tempos que correm.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarCaro e generoso Tavares Moreira
ResponderEliminarA sua resposta define um carácter de homem generoso.
É que, a maioria das vezes, em que o jornalista opina, extemporâneamente, não resulta de o fazer " before the right time". É mesmo por estupidez, ou ignorância. Não se iluda!
O que diz ser "meu jeito indisfarçável de jornalista"...pois sabe-se lá, é capaz de ser alguma doença viral e transmissível que por aí anda, ou andou, e "se me pegou"!
Caro Ruivasco,
ResponderEliminarTome essa do "jeito indisfarçável de jornalista" como um comentário temporão da minha parte.
Também tenho direito a uma dica "before the time is right" não concorda?
Um abraço.