sexta-feira, 20 de abril de 2007

A incidência das coincidências

Vende-se uma televisão.
Os seus compradores são identificados em toda a Espanha como gente do Partido Socialista Espanhol.
Mas tal não passou de uma coincidência.
O Governo português que tinha a obrigação de impedir o "negócio", nada fez.
Mas isso, só foi outra coincidência.
Pouco tempo depois, a jornalista Manuela Moura Guedes deixou de "aparecer" nos telejornais dessa televisão.
Naturalmente, foi mais uma coincidência.
Agora, ficamos a saber que o Dr. Pina Moura vai presidir à administração da dita televisão.
Trata-se de mais uma coincidência.
Também sabemos que o Dr. Pina Moura é militante do PS.
Mas isso não passa de mais uma mera coincidência.
Que coincidências maldosas...

6 comentários:

  1. Pina Moura, aparece em Cascais em 1994, de sacola na mão e alpercatas nos pés, pela mão de José Luís Judas que acabara de ganhar as eleições para a Câmara de Cascais. Com um contrato a termo certo, lá foi inventando trabalho até ser chamado por Guterres para o governo. Foi ministro e saindo de ministro das Finanças ingressou já como administrador num grupo espanhol ligado à energia, no preciso momento em que se procedia aos mais variados negócios neste sector económico, envolvendo a EDP, Galp, Transgas, e outras empresas públicas ou com capital público.
    Pina Moura aparece agora como primeiro responsável pela empresa detentora da TVI ao lado de uma outra importante figura do PS, José Lemos.
    Sendo certo que Pina Moura não é detentor de meios financeiros que lhe permitissem ocupar o lugar que hoje ocupa nesta empresa de capitais espanhóis, a sua colocação só poderá então ser entendida como corolário de uma ascensão partidária. Ao contrário Francisco Balsemão, proprietário da SIC, que atingiu semelhante posição à custa dos investimentos que fez, iniciando a sua carreira no lançamento do jornal Expresso e correndo os riscos financeiros associados aos investimentos privados.
    Não serão portanto, seguramente, as qualidades empresariais de Pina Moura que o levaram a ascender à posição que hoje ocupa, mas tão só a confiança política que o PS nele deposita.
    Temos assim que um partido político que se encontra no poder, utiliza esse mesmo poder político para colocar homens seus, nos meios empresariais que se mostrem úteis e influentes na sua estratégia partidária de consolidação do poder.

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  2. Assim de repente não vejo onde se encaixa o "o governo impedir o negócio", caro Vitor Reis. Será porque os compradores são "identificados em toda a Espanha como gente do Partido Socialista Espanhol"? É assim uma espécie de cadastro?...

    E a tal de "iniciativa privada", o "mercado" e a "não interferência do Estado", onde cabe nesse seu post?

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  3. E o José Lemos? Estão a esquecer-se do José Lemos?

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  4. E o Marcelo a ser mandado calar pelo Pais do Amaral?

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  5. Nisso tem toda a razão caro ruy, Pina de Moura é a figura parda dos estranhos negócios espanhóis.

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  6. Acho lamentável que se ponha assim em causa a longa experiência empresarial do dr. Pina Moura. Há já quatro anos que gere uma empresa sem empregados e sem actividade com, diga-se sem favor, um enorme sucesso.

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