-- fotografia tirada em Novembro de 2006 (?), no âmbito de um trabalho preparado pela Alambi (?) --
Parece que a OTA é a maior construção do mundo feita em leito de cheia!
Esta imagem é razoável para suscitar muitas dúvidas...
Caro Dr. Pinho Cardão, o seu optimismo é o melhor antídoto para o pesadelo! E enquanto não há OTA, há esperança...
Cara Margarida,
ResponderEliminarBela fotografia, sim senhora! Já estou mesmo a imaginar o aeroporto construído sobre umas estacas, com umas gôndolas (importadas directamente de Itália)à volta, tipo Veneza. É bonito, é bonito.
Margarida,
ResponderEliminarEntão que tal Aeroporto Internacional Lacustre Robert Mugabe (AILRM)?
E instalar como anexo um Museu da Água?
E instalar no átrio principal um monumento ao "investimento estratégico", em 5 etapas, com a figura de um contribuinte português que:
- na etapa 1 se apresenta em estado normal;
- na 2 começa a evidenciar algum definhamento e se curva ligeiramente para a frente;
- na 3 está muito magro e muito curvado para a frente, evidenciando enorme fraqueza e em vias de soçobrar;
- na 4 está de joelhos, incapaz de caminhar, extremamente enfraquecido e com ar desesperado;
- finalmente na 5 está deitado por terra, inanimado, com uma estaca de brita sobre o corpo.
Que lhe parece querida Amiga?
Francamente, Portugal vai ter o maior aeroporto do mundo para hidroviões e vocês a dizer mal...
ResponderEliminarLamento imenso, camarada Tóni, mas não vai não!
ResponderEliminarNão vai, porque os hidroviões atropelam as gôndolas, logo não é viável.
A irresponsabilidade e leviandade com que os autores deste blog debatem o aeroporto da Ota deixam muito poucas esperanças de o PSD representar uma alternativa credível no futuro próximo.
ResponderEliminarA construção do aeroporto na Ota pode levantar muitas dúvidas razoáveis, mas a maior parte do que se diz neste blog acerca deste assunto é puro disparate.
Consultem as declarações do presidente do LNEC (no programa Pós e Contras) sobre os problemas relacionados com águas nos terrenos da Ota. São exclusivamente técnicas e bastante esclarecedoras.
Caro Pedro:
ResponderEliminarO meu amigo está completamente equivocado!...
Qualquer que seja o ponto de vista, a OTA é geralmente pior que a alternativa Poceirão/Faias.Apenas ao correr da pena, aí vão alguns tópicos.
Se ambas estão localizadas no principal aquífero, a OTA é muito mais sensível, por força da composição geológica; na OTA destroem-se 8.000 sobreiros, enquanto no Poceirão menos de 1.000; na OTA não pode haver extensão; no outro lado, não há problemas. As pistas da OTA têm limitações por força da Serra do Montejunto e de outras elevações(Monte Redondo)e também do Parque Logístico da Galp. Enfim, poderia continuar. Do ponto de vista económico, a OTA é muito mais cara. O que tem todos os inconvenientes, um deles o de tornar o aeroporto pouco competitivo, já que o explorador vai repercutir o custo nas taxas do aeroporto e as companhias no preço dos bilhetes.
E o meu amigo acha que há alguma justificação para se incorrer num custo de mil milhões de euros para enterrar 235.000 estacas? Qual o efeito multiplicador do investimento? Investimento? Não, desperdício puro!... Há alguma racionalidade nisto?
Caro Pinho Cardão,
ResponderEliminarAs questões que levanta parecem-me
muito razoáveis. Não sei se a Ota
é melhor que o Poceirão/Faias ou o contrário, e acho defensável que se peça mais estudos (sem, no entanto, arrastar a decisão). Isso é completamente diferente de ridicularizar a escolha da Ota, como é frequente neste blog. Aliás, se a escolha da Ota está tão obviamente errada, não se percebe porque os governos PSD/CDS não anularam imediatamente a decisão de localizar aí o NAL. Deveriam também ter encomendado com urgência estudos sobre novas localizações.
No entando, tendo a suspeitar de soluções milagrosas e, por isso, não partilho do seu entusiasmo incondicional em relação à localização Poceirão/Faias (variante de Rio Frio). Parece-me claro que ambas localizações terão sempre custos ambientais sérios (qualquer aeroporto tem). Ambas terão inconvenientes e vantagens económicas, que prejudicarão ou beneficiarão diferentes regiões e agentes económicos, como é claro pelos posicionamentos que vão sendo conhecidos. Por isso, não tenho ilusões: qualquer escolha terá sempre oposição significativa.
Quanto às 250.000 estacas, não me parece um dado significativo. É claro que é um número muito grande, mas isso não é surpreendente. Qualquer grande obra de engenharia envolve números que, para leigos, parecem muito grandes. Mais uma vez, aconselho-o a consultar as declarações do presidente de LNEC.
De qualquer forma, depreendo da sua resposta que concorda que é preciso um novo aeroporto e, portanto, o NAL não é um projecto inútil nem megalómano, correcto?
Caro Pedro:
ResponderEliminarO LNEC não se pronuncia sobre o local, pronunciou-se sim sobre a exequibilidade técnica de se fazer um aeroporto na OTA.E isso é perfeitamente possível. Mais caro, mas possível.Irracional, mas possível. Também era possível à engenharia fazer um aeroporto sobre o Mar da Palha!...
Portanto, o que refere não pode ser argumento. Tanto mais que é um desperdício puro de recursos que outro local evita. E deixo-lhe mais dois argumentos.A tal cidade aeroportuária será caríssima na OTA, pelo tipo de aglomerado existente; por outro lado, a localização Poceirão atrai toda a vizinha estremadura espanhola, nomeadamente a grande população de Badajoz, Mérida.Com o TGV Lisboa Madrid ao lado, sem ser necessário qualquer desvio...
E, por fim, não há qualquer estudo técnico que recomende a OTA. Sabia?
Caro Antrhax
ResponderEliminarAntes fosse Veneza...
Caro Dr. Tavares Moreira
ResponderEliminarCuidado que o 4R é um local sério!
Brincar com os contribuintes é coisa de muito mau gosto! Porque é que os contribuintes, habituados que estão com a "carga fiscal ao pescoço", não fariam mais um pequeno sacrifício? E depois, como é que seriam as férias sem avião? Não estou a ver...
Caro Pedro
ResponderEliminarA discussão sobre a viabilidade da OTA é imprescindível. E desde que começou – tirada a "ferros" – que já não é possível aceitar a OTA de ânimo leve. Qual é o problema? Parece-me muito bem que se ponha em causa um projecto da dimensão da OTA, quando há muita coisa para explicar.
Por não ser especialista de aeroportos, gostaria de conhecer o estudo técnico e o estudo de viabilidade económico-financeiro e de impacto social que prova que a OTA é a solução.
Afinal a troca de comentários com o Dr. Pinho Cardão sempre valeu a pena!
Caro Dr. Pinho Cardão
Já aprendi mais alguma coisa. E não duvido que a engenharia seria capaz de construir um aeroporto sobre o Mar da Palha!
Meus Caros,
ResponderEliminarReferi as declarações do presidente do LNEC porque estas contrariam claramente a ideia de que o tratamento dos solos na Ota seja uma obra de engenharia muito complexa. Afirmações do género "a engenharia seria capaz de construir um aeroporto sobre o Mar da Palha!" demonstram que não ouviram estas declarações.
Quanto aos outros argumentos que apresentam contra a Ota, parecem-me em geral razoáveis. Também há bastantes argumentos razoáveis contra as localizações alternativas. Não sei qual será a melhor localização, sobretudo porque as novas alternativas diferem ligeiramente de Rio Frio, podendo por isso não ter os mesmos inconvenientes.
O que me parece pouco razoável é a forma incondicional como se opõem à Ota. Se acham que há poucos estudos sobre a Ota, o que dizer das novas alternativas? E se os estudos adicionais mostrarem que são piores do que a Ota? Volto a perguntar: se a Ota é tão obviamente inviável, por que razão os governos PSD/CDS não inverteram a decisão de aí localizar o aeroporto? Por que não encomendaram estudos urgentes sobre novas localizações?
Para organizar a discussão, seria também útil esclarecer se estão a favor da construção de um novo aeroporto. É que uma parte significativa da oposição à Ota vem de pessoas que acham que o NAL não é necessário, o que é muito diferente de achar que deve ser noutro sítio.
Caro Pedro:
ResponderEliminarA obra de engenharia não será muito complexa, mas o que é que isso adianta ao caso? Custará mil milhões de euros uma obra que não é preciso fazer noutros locais que, por cima, não têm nenhum dos inconvenientes da OTA. Aeroportos caros e de opercionalidade difícil, como será o da OTA, são inviáveis na sua exploração, porque os custos que têm que repercutir sobre as companhias de aviação levam estas a procurar outros destinos, onde a operação seja mais simples e os custos mais baixos. Ora um dos objectivos que se aponta para a OTA é precisamente o de ser um centro de ligações internacionais...
Quanto aos governos PSD, deixaram andar, andaram a encanar a perna à rã,deixaram desenvolver os estudos em curso, mas felizmente não tomaram qualquer decisão final errada, deixando tudo em aberto. Não pecaram por acção, apenas por inanição.Não desculpa, mas também não é argumento para que o PSD não possa exigir um estudo sério da tal alternativa "0" que os governos Guterres não permitiram e os governos PSD negligenciaram.
E insisto
no ponto mais importante: não há qualquer estudo que recomende especificamente a OTA!...
Como tal, qual o medo de estudar uma nova opção, que demorará pouco tempo, muito menos do que o tempo que demoram os trabalhos de terraplanagem da OTA?.Ficaríamos todos descansados.
"A irresponsabilidade e leviandade com que os autores deste blog debatem o aeroporto da Ota deixam muito poucas esperanças de o PSD representar uma alternativa credível no futuro próximo...".
ResponderEliminarIrresponsabilidade e leviandade?!
- Irresponsabilidade e leviandade de manifestar abertamente a nossa discordância em relação a uma decisão que vai implicar um extraordinário dispêndio de recursos sem nos oferecer uma perspectiva mínima de vir a produzir utilidades, parecendo mais votada a destruir utilidades?
- Irresponsabilidade e leviandade de não aceitarmos uma decisão que vai mobilizar recursos de que o País não dispõe, e que por isso deveria exigir uma análise custos-benefícios extremamente rigorosa, aliás anunciada já depois da própria decisão de avançar com o investimento?
- Irresponsabilidade e leviandade de não nos conformarmos com uma decisão que é contestada por tanta gente responsável com argumentos extremamente razoáveis, quanto aos seus fundamentos técnicos, económicos e financeiros e que se diz que tem de ir para a frente porque "não há tempo a perder"?
- Irresponsabilidade e leviandade por levantarmos a nossa voz contra um projecto altamente capital intensivo, numa fase da vida do País em que nos encontramos altamente endividados (veja-se a impressionante deterioração da balança de rendimentos)e em que o lançamento de novos projectos, com recurso a mais dívida, deveria pressupor uma análise muito exigente do retorno esperado da respectiva despesa?
- Irresponsabilidade e leviandade por chamarmos a atenção para as consequências no plano da equidade inter-geracional de uma obra desta magnitude, as quais aliás, em cumprimento da Lei de Enquadramento Orçamental já deveriam ter sido avaliadas e objecto de apresentação pública?
-Irresponsabilidade e leviandade por insistirmos na necessidade de serem estudadas atentamente alternativas para um projecto que suscita tantas objecções, começando por se por em dúvida a sua própria necessidade nos termos em que tem sido apresentada (vidé as intervenções extremamente sensatas e críticas de Miguel de Sousa Tavares que sobre este assunto se mostra muito bem informado)?
- Irresponsabilidade e leviandade por eu próprio ter trazido já há bastantes meses a este blog a opinião insuspeita e independente de um perito estrangeiro em aeroportos e navegação aérea, que considerava o projecto Ota, com boas razões, não justificado dos pontos de vista comercial, técnico, económico e financeiro? Não me constando que o Ilustre Comentador tivesse nessa altura aparecido para manifestar a sua discordância?
Podia continuar com mais uma boa duzia de interrogações, mas creio que não teriam grande interesse.
Até porque, admitindo por absurdo que houvesse mesmo irresponsabilidade e leviandade nas posições aqui tomadas por alguns dos colaboradores deste blog, existiria sempre uma diferença radical e abissal entre essa irresponsabilidade e a mais do que provável irresponsabilidade de avançar, nas condições actuais, com o projecto da Ota: é que a nossa "irresponsabilidade" não tem custos para o contribuinte.
As opiniões que aqui exprimimos são da nossa e exclusiva responsabilidade, não têm custos para os demais cidadãos, e são expressas livremente e como tal assumidas por nós próprios, com o nosso nome, sem nos refugiarmos em pseudónimos.
E quanto ao PSD,este nada tem que responder pelas nosss opiniões, era o que mais faltava. Nós não somos uma organização do PSD, não devemos obediência aos seus dirigentes, devemo-la apenas à nossa própria consciência.
E, finalmente, se por vezes aqui se tem utilizado a ironia como forma de combate ou de expressão de discordância em relação a este projecto da Ota, isso deve tão somente ser entendido, pelo menos na parte que me respeita, como sinal do pouco, muito pouco mesmo, respeito que nos merece uma decisão se for tomada - e tudo indica que será, infelizmente - nos termos em que tem vindo a ser anunciada.
Não somos nós que brincamos com o projecto, caro Senhor Pedro, são os "decisores" deste projecto que querem brincar connosco, contribuintes indefesos, e essa brincadeira,sim, é que é de muito mau gosto.
E pimbas! "Afinfe-lhe", Dr. TM!
ResponderEliminarEu não respondi porque não tinha, directamente, a ver comigo caso contrário ter-lhe-ia respondido à letra, uma vez que os meu dotes diplomáticos são fraaaaquiiinhos, ui!...
Grande malha e bela peça literária, caro Tavares Moreira!...
ResponderEliminarCaro Pinho Cardão,
ResponderEliminarAinda bem que estamos de acordo quanto ao facto de a obra não ter a complexidade que lhe foi atribuída. Não sei se os custos que indica estão correctos. Façamos como o Presidente da República sugere e aguardemos pelos estudos de viabilidade económica.
Não mencionei os governos PSD/CDS para lhes atribuir culpas. Mencionei-os porque me parece que, se a inviabilidade da Ota fosse tão óbvia, os respectivos ministros das obras públicas, que são certamente pessoas responsáveis e conhecedoras do processo, teriam invertido imediatamente a decisão de aí localizar o NAL.
Não discordo de si no pedido de mais estudos. Só discordo do seu entusiasmo incondicional pelas variantes de Rio Frio.
Caro Tavares Moreira,
- Ao contrário do que é afirmado neste blog, o tratamento dos solos na Ota não é nenhuma obra de grande complexidade, como demonstram as afirmações do presidente do LNEC. Propagar esta falsa ideia é, na minha opinião, irresponsável e leviano.
- Considero também o tom irónico usado na discussão da localização do NAL totalmente inapropriado para um assunto cuja importância os próprios autores reconhecem.
-Considero pouco prudente a posição de oposição incondicional que manifesta contra a Ota. Afinal de contas, sem estudos mais aprofundados sobre a variantes de Rio Frio, nada lhe garante que haja uma localização melhor. Parece-me defensável exigir mais estudos sobre estas variantes (sem arrastar o processo), mas isso é muito diferente da posição defendida neste blog.
- Não vi o seu "post" sobre a "opinião insuspeita e independente de um perito estrangeiro em aeroportos e navegação aérea". Isso não me impede de comentar os "posts" que vi.
- As ideias expressas neste blog não vinculam o PSD, como é óbvio. No entanto, dada a importância dos seus autores no partido, é natural que tenham consequências na credibilidade deste para produzir propostas alternativas.
- Ainda não percebi a sua posição em relação ao NAL. Cita Miguel Sousa Tavares, mas, ao que julgo saber, ele discorda da necessidade de um novo aeroporto. É essa a sua posição?
Com os meus melhores cumprimentos,
Pedro Ferreira dos Santos
Caro Pedro,
ResponderEliminarEstou enganado ou é preciso deitar abaixo a Portela para o NAL (não ficava mal começar-lhe a chamar A NAL...)? Nesse caso o estudo de viabilidade económica está feito. Estamos necessitados, sim, de uma investigação profunda ao nível do financiamento partidário.
E, deixe-me que lhe diga, no dia em que a porcaria de um aeroporto assume esta importância para um país é ÓBVIO, de todas as vertentes que olhemos, que não deve ser feito.
Ora aqui está a prova de que para um bom debate nada melhor do que a diversidade de ideias e a coragem de as expor.
ResponderEliminarSaúdo por isso o Pedro Ferreira dos Santos, tal como os nossos habituais companheiros de conversas.
Já aqui o disse. A Ota não é, seguramente, a aposta do tudo ou nada do País. Há mais vida para além da Ota, como no seu inconfundível estilo chama a atenção Tonibler.
Mas é uma questão importante, não só pelos recursos que nele vão ser implicados, recursos de um país pobre (que muitas vezes esquecemos que somos), mas sobretudo pelo modo como vêm sendo tomadas estas decisões, claramente desenquadradas de uma estratégia global de desenvovimento.
Tenho sobre o desfecho desta questão da Ota uma ideia que, veremos em breve, se se confirma ou não para surpresa de muitos (não de todos).
O que eu vinha aqui salientar é a importância do debate, da discussão, do esclarecimento. Neste micro-auditório, sobre a Ota, eu já aprendi muito. E fui estimulado a informar-me melhor
O debate frontal de ideias é uma prova de inteligência.
ResponderEliminarO debate vale a pena quando no final fomos capazes de construir mais alguma coisa.
O que aconteceu neste debate, como em muitos outros que no 4R têm lugar, é uma expressão da "sociedade civil" a funcionar. E muito bem, dado que estamos a falar de um tema nacional, grande em todas as suas dimensões. Seria mau sinal que não nos questionássemos sobre a OTA e alternativas – construir ou não construir, soluções intercalares ou complementares de infra-estruturas aeroportuárias, alternativas de localizações, etc.
Espero que o debate não fique por aqui e espero, também, que brevemente sejam dadas as necessárias explicações ao País.
"Não à OTA
ResponderEliminarSondagem: maioria dos portugueses não quer novo aeroporto.
A esmagadora maioria dos portugueses não quer um novo aeroporto na OTA. É o resultado de uma sondagem SIC, Expresso e Rádio renascença terminada esta semana.
No estudo da Eurosondagem constata-se que 51 por cento dos inquiridos nem sequer quer um novo aeroporto.
Apenas 39 por cento dos portugueses questionados defende que a obra deve mesmo ser feita.
O maior problema para o Governo é que das pessoas que são a favor do novo aeroporto, só 17 por cento é que defende a OTA.
Três quartos dos inquiridos defende que se estudem outras hipóteses para além da OTA."
Estudo de Opinião efectuado pela Eurosondagem, S.A. para o Expresso, SIC e Rádio Renascença, de 28 de Março a 2 de Abril de 2007 (1022 entrevistas).
Haja esperança! Se este assunto não morrer na opinião pública pode ser que a decisão do Governo de construir a OTA, mal fundamentada e ainda pior explicada, sofra uma inflexão, para bem de todos nós e de Portugal. Caso contrário há que torrá-los em lume brando, até que as evidências permitam desmontar este hino ao autismo e à arrogância política.
Caro Pedro:
"irresponsável e leviano" são adjectivos no mínimo inapropriados para caracterizar a postura dos autores deste Blog que, em meu entender, quanto muito, sofrem do “síndrome” de excesso de diplomacia no tratamento de determinados comentários.
O NAL poderá não ser uma obra muito complexa, ao nível da engenharia, mas é seguramente uma obra excessivamente cara, atentas as finalidades que prossegue versus as várias alternativas que existem.
Quem, via de regra, se tem mantido inflexível na defesa da OTA, sem admitir outras soluções, são os técnicos remunerados pelo Governo. Os técnicos e especialistas independentes, incluindo diversos professores catedráticos do IST, defendem soluções alternativas ou o aprofundamento da questão através de novos estudos. Alguns, aliás, têm trabalhado graciosamente nestas novas abordagens.
Quanto a mim a opção pela manutenção do aeroporto da Portela + 1 (no Montijo, em Alcochete ou em Alverca) seria aquela que melhor conciliaria todas as variáveis em jogo, a saber:
- Sinergias logísticas e mobilidade, nacional e transnacional – nas suas diferentes vertentes: voos regulares (internacionais, europeus e domésticos), low-cost, cargas, interface ou hub Aeroporto-Porto Marítimo-Ferrovia (actual e TGV), proximidade a Lisboa, etc.;
- Racionalidade económica, considerando os investimentos já efectuados e a efectuar nas diferentes infra-estruturas de transportes, incluindo no aeroporto da Portela;
- Menor impacte ambiental, atendendo a que o novo aeroporto aproveitaria parte de uma infra-estrutura preexistente, num território muito favorável em termos orográficos., Possibilidade de requalificação urbanística das áreas adjacentes ao aeroporto da Portela, a pretexto do seu redimensionamento;
- Atracção e competitividade turística, em especial que concerne aos eventos ou estadas de curta duração;
- Segurança nas manobras de descolagem e aterragem, devido às excelentes condições meteorológicas e topográficas.
Para não me alongar muito, fico-me por aqui. Já defendi este ponto de vista em comentários anteriores.
Por último, mas não menos importante, fazer uma Marina no Mar da Palha (Parque das Nações, Lisboa) também não é especialmente complexo, em termos de engenharia, mas foi construída uma em 1998, teve que ser refeita e ainda hoje não funciona. Mistérios...
A Bélgica e a Holanda, tal como a Suiça e a Áustria, tratando-se de “países pobres”, organizaram conjuntamente o Europeu de Futebol construindo ou remodelando 6 estádios de futebol (ou talvez 8?!). Portugal, “nação poderosa entre os mais ricos”, fê-lo sozinho e, pasmem-se os pobretes vizinhos europeus, não se contentou com nada menos do que 10 estádios, alguns dos quais, agora, parecem ser um palco muito visitado por moscas e aves canoras. Também na altura, o partido do Governo – comandado pelo timoneiro Eng.º António Guterres – invocou o interesse e brio nacionais associados a impactes económicos infungíveis e não acessíveis ao comum dos mortais. Os lusitanos – ao contrário dos belgas, holandeses, suíços e austríacos – têm sempre esta capacidade de ver mais longe, tão longe que não conseguimos discernir aquilo que se encontra mesmo por baixo do nosso nariz. Não por inépcia ou falta de acuidade visual, mas porque fomos talhados para voos mais altos, tal como a OTA.
Numa coisa o Pedro tem razão, o PSD também tem responsabilidade nestas opções – OTA e TGV –, se não por acção pelo menos por omissão. Mas um Partido, ao contrário do Benfica (“E pluribus unum”) e da vocação do casamento (dois corpos num só espírito), não é um organismo unitário composto por um conjunto amorfo de “sócios”, mas sim uma realidade plural que deve assentar no primado agostiniano “unidade na diversidade”.
Porém, nem a OTA nem o TGV se reduzem a uma perspectiva partidária, felizmente. São antes dois empreendimentos que invocam o sentido nacional e a participação cívica.
Uma boa e Santa Páscoa para todos os bloggers e comentadores.
Caro LMSP
ResponderEliminarSim, hoje em dia há soluções de engenharia para tudo ou quase tudo. Para as engenharias tudo se faz, é tudo muito simples...
Tem toda a razão, é preciso fazer contas, mas neste caso sem engenharias. A questão está em contabilizar as opções, seja de um ponto de vista económico-financeiro, seja de um ponto de vista do seu impacto na economia do País.
O aeroporto da Ota é uma daquelas coisas da governação PS que eu não consigo entender. Iniciei recentemente um blog sobre transportes em geral e os dois primeiros posts são efectivamente sobre a Ota onde explico de forma condensada os grandes problemas de que a Ota enferma. Não tem pontas por onde pegar, efectivamente.
ResponderEliminarSaudações.