quarta-feira, 2 de maio de 2007

Eleições em França: recta final (e Madeira também)

Estamos a 4 dias da 2ª volta das eleições presidenciais em França.
Hoje, o “infalível” barómetro do F. Times aponta para o seguinte resultado:

Sarkozy 53% --- Segolene 47%

É curioso notar que esta diferença já foi mais ampla e mais curta.
Mais ampla, logo no dia a seguir à 1ª volta, quando se cifrava em 8 pontos (54-46)
Mais curta há dois dias, estava em 5 pontos (52,5-47,5).
Hoje terá lugar o grande debate televisivo entre os dois candidatos, que tudo ou nada pode decidir – se for favorável a Sarkozy a questão pode parecer arrumada, se for favorável a Segolene, tudo pode ficar em aberto.
Esse debate deverá ser visto por cerca de 20 milhões de franceses, reveste-se de grande importância.
Segolene lá tem continuado com a sua campanha de conquista de votos ao centro, usando até ao limite esse grande trunfo que é o seu belo sorriso e a sua inquestionável elegância feminina.
Sarkozy parecia ter perdido terreno na semana passada, esta parece estar a correr-lhe um pouco melhor.
O debate de ideias tem sido pobre, como era de esperar. Os dois candidatos têm procurado sobretudo conquistar os 5,8 milhões de votos deixados sem testamento pelo 3º classificado da 1ª volta, o centrista Bayrou.
Segolene bem tentou conquistar o coração de Bayrou, mas este parece não se ter deixado seduzir pelos encantos da formosa candidata...
Sarkozy também tem procurado pescar nas águas de Bayrou, seu semi-aliado político, mas igualmente com pouco/nenhum sucesso.
Já Le Pen pediu ontem aos seus apoiantes que se abstivessem nesta votação. O homem é mesmo cioso dos seus votos, não os quer endossar a mais ninguém.
Aguardemos pelo resultado do debate desta noite, para podermos emitir amanhã um prognóstico mais fácil...ou mais difícil.
Quase em nota de pé de página, recordo que no próximo Domingo também haverá eleições para o Parlamento da Madeira.
Aí, a campanha eleitoral tem sido bastante mais animada, com piropos para todos os gostos...
Interessante a ausência do 1º Ministro, também Secretário Geral do PS, de qualquer acção de campanha. Será porque está convencido de que não vale a pena, preferindo não arriscar o seu capital político?

10 comentários:

  1. Um país latino nunca elegerá uma mulher. As mulheres nunca votarão nela.

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  2. Viva,

    Talvez nem Sócrates nem Marques Mendes querem associar-se ao elevado debate de ideias na Madeira. Não apareceu o secretário geral do PS mas o do PSD também não apareceu. Um talvez porque sabe que o ambiente está hostil, o outro porque as propostas que tem para o país são capazes de não se encaixarem com a política regional.

    Abraço,

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  3. Caro Ricardo,

    Acha que o PSD/Madeira tem mesmo necessidade do apoio do Dr. Marques Mendes?
    Considera então equiparáveis as duas situações?
    Cordiais saudações.

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  4. "Segolene lá tem continuado com a sua campanha de conquista de votos ao centro, usando até ao limite esse grande trunfo que é o seu belo sorriso e a sua inquestionável elegância feminina."-Tavares Moreira dixit

    "Um país latino nunca elegerá uma mulher. As mulheres nunca votarão nela."-Tonibler dixit

    E se apesar de não ter o melhor desempenho, o que me dizem se a Senhora ganhar?!

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  5. Just,

    Ser francês é sinónimo de não ser muito evoluído mas, bolas, a senhora é fraquíssima. Estou a ver o debate e é impressionante a velocidade a que ela debita asneira.

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  6. Tavares Moreira,

    Compreendo a lógica do que escreveu. Mas espero que compreenda que a presença dum secretário geral não se faz apenas para ganhar eleições. Faz-se para demonstrar apoio.

    Arrisco-me a dizer, com segurança, que o PSD/M encabeçado por Alberto João Jardim não partilha a ideologia, o estilo e a forma de encarar a sociedade com o PSD nacional. Arrisco ainda mais ao dizer que numa época em que Marques Mendes fala de redução do saldo primário orçamental e separação entre política e comunicação social seria algo estranho participar na campanha eleitoral. Ainda mais quando a Lei das Finanças Regionais, por mais injusta que possa ser, em sete anos, é uma fracção, por exemplo, da dívida indirecta da região (que já ultrapassa, segundo o Tribunal de Contas, em análise às empresas públicas da região, 1700 milhões de euros), isto sem contabilizar a dívida directa.

    Retribuo as cordiais saudações,

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  7. Caro Ricardo,

    Vamos por partes, se não se importa.
    Para já, registo que o meu Amigo reconhece uma grande diferença na motivação da presença dos dois dirigentes políticos dos principais partidos, PS e PSD, na campanha da Madeira.
    Esse era um ponto importante: sendo muito distintas as motivações, parece fazer poco sentido equiparar as ausências.
    Depois, refere que "Numa época em que M.Mendes fala de redução do saldo primário orçamental e de separação entre política e comunicação social".
    Quanto a este ponto, se bem entendo, M.Mendes não pode defender a redução do saldo primário, mas precisamente o contrário, o seu aumento. Pode defender a redução do défice mas isso é diferente do que aqui diz.
    Quanto à separação entre política e comunicação social, em que estamos de acordo, parece-me que o que es está a passar no Continente dará pouco conforto aos que criticam o Governo Regional.
    Por último, não entendi bem o comentário quanto à Lei das Finanças Regionais.
    Parece-me haver uma certa confusão entre dívida pública indirecta e a própria Lei.

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  8. Caro Tavares Moreira,

    Vamos então por partes.

    1. É verdade que as motivações das ausências são diferentes e apenas realcei que ambos não vão estar presentes. É comparável num aspecto, ou seja, nem um nem outro querem estar - ou as estruturas locais não o querem - relacionados com esta campanha. Os motivos, esses, se variam em gravidade, ficam para análise política de cada um;

    2. É evidente que me referia à redução do défice orçamental via a redução do défice primário, que não inclui, como ambos sabemos, os juros da dívida;

    3. "Quanto à separação entre política e comunicação social, em que estamos de acordo, parece-me que o que se está a passar no Continente dará pouco conforto aos que criticam o Governo Regional." ou então, também dá, "Quanto à separação entre política e comunicação social, em que estamos de acordo, parece-me que o que se está a passar na região dará pouco conforto aos que criticam o Governo Nacional.";

    4. Este ponto, a questão financeira da região, é o mais complexo. É evidente que a LFR afecta a região, isso é óbvio. O que quis sublinhar é que o problema financeiro da região não se resume à LFR e que provavelmente nem é esse o seu principal problema. Não tenho dados sobre a dívida (a directa e indirecta) para além daqueles que são veiculados pela CS nem dados sobre o défice anual (directo e indirecto). O exemplo que dei, o da dívida pública indirecta, não é inocente. Com 35 empresas públicas analisadas 8 estão "tecnicamente falidas" e só 6 têm resultados operacionais positivos (há algumas empresas públicas que não devem, pela sua natureza dar lucro, mas desta lista, no meu entendimento, são poucas as que estão nessa situação). Entre as empresas públicas, estão incluídas as Sociedades de Desenvolvimento, que não fazem absolutamente nada que não pudesse ser feito directamente pelo Governo Regional, e que representam uma percentagem considerável da dívida regional. O problema financeiro regional, e isso é que é importante, não se resolve simplesmente com uma mudança na LFR, mas com uma mudança num modelo de desenvolvimento que já está esgotado há muito, que gera investimento público de qualidade duvidosa e uma dívida indirecta (que só não é directa porque as SD substituem funções do GR) preocupante.

    Cumprimentos,

    P.S. Para maior transparência desta discussão onde posso obter dados do défice orçamental e dívida pública directa da região?

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  9. Caro Ricardo,

    Essa das estruturas locais/regionais não "os quererem lá" é mesmo uma delícia, na parte que diz respeito ao PS!
    O meu Amigo é mesmo adepto de um novo tipo de neo-realismo político que, em termos simples se pode definir pela máxima "mais vale dois pássaros na mão do que um a voar"!
    Com franqueza, meu Caro!
    Quanto à questão mais séria do controlo político da comunicação social, a dificuldade reside no facto de já todos sabermos há muito tempo que a questão se colocava em relação à RAM.
    Agora também estamos a ver que o Continente segue esse exemplo, pelo que vai ficar tudo na mesma, meu Caro.
    Finalmente quanto às dívidas das empresas públicas regionais, tambem entendo que o problema deve ser suscitado e analisado - tal como no caso do Continente, onde, só no caso de uma empresa,a Refer, a dívida é mais de 2 vezes o montante total da dívida das empresas da RAM.
    E a Refer não tem por onde pagar...
    Julgo que a informação que pretende sobre as contas regionais e dívida pública regional pode ser obtida na Direcção Geral do Orçamento.
    Pelo menos, a Lei de Enquadramento Orçamental dispõe que os Governos Regionais prestem essa informação à DGO.
    Cordialmente.

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  10. Caro Tavares Moreira,

    Aconselhava uma leitura atenta ao que escrevi. Eu não dei uma razão para a ausência de nenhum dos líderes no último comentário, nem de um partido nem do outro, só disse o que é senso comum. Disse, e repito, válido para o PS e para o PSD, ou nem um nem outro querem estar ou as estruturas locais não querem que esteja. As razões, meu caro, deve conhecer melhor que eu.

    Cumprimentos,

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