Em 1851, um médico norte-americano, do Estado do Louisiana, cunhou um novo termo para explicar a tendência para fugir dos escravos negros. Para Samuel Cartwright, essa tendência era considerada como uma doença psiquiátrica e, como tal, passível de ser tratada. Propôs vários tratamentos, tais como, flagelação e amputação dos dedos grandes dos pés.
“Drapetomania”, expressão “médica” de um puro racismo.
Recordei-me desta palavra quando hoje li a seguinte notícia: “Mil e cem escravos libertados no Brasil na maior operação de sempre”.
Existe, hoje, no país irmão, a chamada “escravatura da dívida”, obrigando muitos seres humanos a trabalhar na produção do etanol, o tal combustível que, a par dos óleos vegetais, constituem uma fonte de riqueza e alternativa aos de origem fóssil. Um sistema de deplorável e inqualificável escravatura que ofende a dignidade humana, ao ponto do “ciclo de vida” destes “trabalhadores” conseguir ser inferior ao verificado até 1850! A própria OIT admite que o número de escravos possa chegar aos 85.000.
O fenómeno não é exclusivo do Brasil, veja-se o que aconteceu, e está a acontecer, na China e, até, na civilizada Europa, onde alguns trabalhadores são, também, vítimas de várias formas de escravatura.
Qual é a aspiração máxima de um escravo? Fugir, naturalmente! Mas a forma como as coisas decorrem, dá-nos a impressão de que estamos perante uma forma moderna de drapetomania, “sancionada” e alimentada por grandes interesses, obviamente económicos! Não lhes cortam o dedo grande, nem os chicoteiam, mas obrigam-nos a fazer dividas numa espiral em crescendo, impedindo a sua fuga.
No caso vertente, os “combustíveis ecológicos” estão a contribuir para a sua génese. Poderemos um dia classificá-los como “combustíveis da escravatura”? Porque não?!
A Lei Áurea, de 1888, promulgada pela Princesa Isabel, ainda não conseguiu abolir a escravatura de facto.
Será que na cimeira União Europeia-Brasil realizada, ontem, em Lisboa, para relançar as conversações sobre o comércio mundial, foi focado este problema?
Presumo que não!
Mas que os escravos existem, existem...
“Drapetomania”, expressão “médica” de um puro racismo.
Recordei-me desta palavra quando hoje li a seguinte notícia: “Mil e cem escravos libertados no Brasil na maior operação de sempre”.
Existe, hoje, no país irmão, a chamada “escravatura da dívida”, obrigando muitos seres humanos a trabalhar na produção do etanol, o tal combustível que, a par dos óleos vegetais, constituem uma fonte de riqueza e alternativa aos de origem fóssil. Um sistema de deplorável e inqualificável escravatura que ofende a dignidade humana, ao ponto do “ciclo de vida” destes “trabalhadores” conseguir ser inferior ao verificado até 1850! A própria OIT admite que o número de escravos possa chegar aos 85.000.
O fenómeno não é exclusivo do Brasil, veja-se o que aconteceu, e está a acontecer, na China e, até, na civilizada Europa, onde alguns trabalhadores são, também, vítimas de várias formas de escravatura.
Qual é a aspiração máxima de um escravo? Fugir, naturalmente! Mas a forma como as coisas decorrem, dá-nos a impressão de que estamos perante uma forma moderna de drapetomania, “sancionada” e alimentada por grandes interesses, obviamente económicos! Não lhes cortam o dedo grande, nem os chicoteiam, mas obrigam-nos a fazer dividas numa espiral em crescendo, impedindo a sua fuga.
No caso vertente, os “combustíveis ecológicos” estão a contribuir para a sua génese. Poderemos um dia classificá-los como “combustíveis da escravatura”? Porque não?!
A Lei Áurea, de 1888, promulgada pela Princesa Isabel, ainda não conseguiu abolir a escravatura de facto.
Será que na cimeira União Europeia-Brasil realizada, ontem, em Lisboa, para relançar as conversações sobre o comércio mundial, foi focado este problema?
Presumo que não!
Mas que os escravos existem, existem...
Drapetomania ... não conhecia, estamos sempre a aprender. Realmente o ser humano é mesmo uma besta.
ResponderEliminarEste post revela o mais negativo que o ser humano tem. Como pessoas suugam os seus pares, por dinheiro e poder, como privam uma vida da sua existência em troco de uns carros maiores, de mais umas propriedades.
Não estou muito bem disposto, pelo que peço desculpa, mas não acham curioso como o ser humano consporca com a sua essência peçonhenta conceitos bons? Combustivéis ecológicos, uma idéia fantástica, mas como aproveitam para explorar pessoas.
Despeço-me com outra mensagem que o ser humano complicou: "amai-vos uns aos outros, ..."
Realmente podem cortar os dedos, os pés mas o ser humano correrá sempre pela sua liberdade.