O 1º Ministro procedeu à primeira distribuição de computadores, programa em que estão incluídos professores do ensino básico e secundário.
Durante muitos anos, vi os professores como uma elite, com lugar destacado na sociedade. Davam-se ao respeito, eram respeitados e mereciam geralmente esse respeito.
Com o 25 de Abril, “proletarizaram-se”, muitos profissionalizaram-se nos sindicatos e estes envolveram-se em manifestações de protesto, gerais ou corporativas, desenvolveram greves, e nessas acções cometeram os mesmos excessos que classes profissionais menos preparadas.
Os professores deixaram de ser elite e passaram a ser iguais. E a terem, obviamente, um tratamento igual, por parte dos pais, camaradas e "tu-cá-tu-lá" em tantas manifestações, e também dos alunos, que os ouvem e vêem aos gritos na televisão como quaisquer outras massas trabalhadoras.
Agora, são tratados como indigentes e passaram a ser objecto de caridade do Governo, que lhes faculta computadores, a desconto e a prestações, e abatimento na assinatura da internet.
Outrora uma elite, agora às migalhas do Governo.
Desculpem-me os verdadeiros professores, mas esta é uma forma de lhes prestar a minha solidariedade por tudo o que vêm sofrendo com o actual estado do nosso ensino. E que nem quinhentos mil nem dez milhões de computadores resolverão.
Durante muitos anos, vi os professores como uma elite, com lugar destacado na sociedade. Davam-se ao respeito, eram respeitados e mereciam geralmente esse respeito.
Com o 25 de Abril, “proletarizaram-se”, muitos profissionalizaram-se nos sindicatos e estes envolveram-se em manifestações de protesto, gerais ou corporativas, desenvolveram greves, e nessas acções cometeram os mesmos excessos que classes profissionais menos preparadas.
Os professores deixaram de ser elite e passaram a ser iguais. E a terem, obviamente, um tratamento igual, por parte dos pais, camaradas e "tu-cá-tu-lá" em tantas manifestações, e também dos alunos, que os ouvem e vêem aos gritos na televisão como quaisquer outras massas trabalhadoras.
Agora, são tratados como indigentes e passaram a ser objecto de caridade do Governo, que lhes faculta computadores, a desconto e a prestações, e abatimento na assinatura da internet.
Outrora uma elite, agora às migalhas do Governo.
Desculpem-me os verdadeiros professores, mas esta é uma forma de lhes prestar a minha solidariedade por tudo o que vêm sofrendo com o actual estado do nosso ensino. E que nem quinhentos mil nem dez milhões de computadores resolverão.
Não vem o meu comentário ao encontro do tema conputadores versus professores, ou vice versa, mas sim a propósito de computadores, versus suplemento alimentar aos alunos desfoverecidos. Na mesma época em que os professores eram hamados de Senhor professor e tanto os alunos como os seus encaregados de educação se lhe dirigiam, quer na escola, quer na via pblica, descobrindo-se e efectuando uma singela vénia. Nessa época, o estado subsidiava as escolas, que forneciam áqueles cuja família não lhes conseguia provir o alimento necessário para que o seu desenvolvimento intelectual decorresse em condições menos precárias, leite e pão com manteiga. Era pouco, é verdade, mas seria menos se não existísse. Mas, pasme-se, mesmo com esse déficite alimentar, as crianças conseguiam aprender a ler, escrever e até contar, aqueles cujos pais, ou outros familiares, ou por vezes algum benemérito, conseguiam provir a verba necessária para que continuassem os estudos, houve até quem conseguisse uma formação superior, tendo alguns chegado a ser nomeados para altos cargos, em empresas e até na Administração Pública. Eu sei, eu sei, haverá quem possa julgar que estou a delirar, mas acreditem, É MESMO VERDADE!!!!
ResponderEliminarBom, voltando ao início, o meu comentário tem a ver com o recente corte desse suplemento, o que me faz chegar a duas conclusões, ou já não existem crianças cujos pais já não lutam com dificuldades financeiras, possibilitando-lhes uma alimentação adequada ao seu estágio de desenvolvimento. Ou o nosso magnânimo governo, talvez utilizando a verba do suplemento, decidiu que a salvação para o insucesso escolar vai ser eliminado entregando uns portáteis, simpáticamente colocados dentro das respectivas malinhas, talvez para os dissimular aos olhares dos críticos.
Caro Bartolomeu:
ResponderEliminarPois tem toda a razão. E quando o acessório, por ser mais espectacular, se sobrepõe ao essencial, que é mais discreto, acontece o que o meu amigo refere.
Acho que o amigo Pinho Cardão está a dizer que o Ministério da Educação devia disponibilizar computadores portáteis para uso individual aos professores em vez de fazer de mediador entre professores e operadoras de tráfego de internet móvel. Certo?
ResponderEliminarCaro Arnaldo Madureira:
ResponderEliminarDistribuir portáteis é uma coisa e essa até a poderia admitir,em princípio, dependendo das circunstâncias e do enquadramento.
Mas o que o governo está a fazer,e nomeadamente quanto ao aspecto que aborda, eu, se fosse professor, consideraria humilhante.
Já reparou que o governo não está a fazer nada? As operadoras é que vendem computadores portáteis - e vão ver que são chaços! - aos professores a crédito: entrada inicial 150 €; pagamento do restante, comprando uma ligação à internet móvel da operadora, fidelizando-se durante 3 anos e, provavelmente, mantendo a ligação após esse período. As operadoras vendem portáteis aparentemente baratos, como também vendem telemóveis aparentemente baratos. Angariar e fidelizar clintes rende mais do que vender telemóveis ou portáteis.
ResponderEliminarCamarada Madureira,
ResponderEliminarO governo não faz nada? Sabe quanto é que custaria à PT fazer 18 eventos com 18 ministros, com as televisões todas nos locais? Para aí metade do que seria com 18 actores dos Morangos, mas já é qualquer coisa.
Caro Arnaldo Madureira:
ResponderEliminarNem me tinha lembrado que poderiam ser "chaços"!
Mas essa de igualar na distribuição professores e candidatos do programa Novas Oportunidades tem que se lhe diga!...(e igualar professores e alunos carenciados, também...)
A degradação do estatuto dos professores decorre mais da orientação das políticas educativas e menos das acções públicas porventura excessivas de alguns docentes. O mesmo se passa com outras profissões como por exemplo: o estatuto dos médicos não é afectado pela acção reivindicativa de alguns, pelas greves,… ou pelo surgimento de casos isolados de fenómenos perversos. O fenómeno é bem mais complexo!...
ResponderEliminarNo entanto, concordo com Pinho Cardão quando reconhece que estas acções do governo, no tempo e no modo como são tornadas públicas, não contribuem para a melhoria da imagem social do professor, bem pelo contrário.
LOL :)))
ResponderEliminarDesculpem-me os ilustres comentadores e o Dr. PC mas, esta história dos computadores dá-me vontade de rir. É que toda a história é uma palhaçada tão grande, mas tão grande que não tem ponta por onde se lhe pegue.
Eu nem me vou dar ao trabalho de comentar uma situação que considero absolutamente rídicula mas, vou-vos deixar somente uma dica; em 2002 participei num seminário em Copenhaga, sobre as TIC na Educação, onde os maiores problemas apontados pela delegação portuguesa, secundados por outras delegações também, não era ter o equipamento mas mantê-lo. Em 2003 promovemos uma Conferência internacional sobre literacia digital, onde os principais problemas apontados, outra vez, pela grande delegação portuguesa não era a aquisição de equipamento mas, a sua manutenção. Finalmente, em 2005, promovemos outro seminário internacional sobre as TIC na educação e mais uma vez o problema não era a aquisição do equipamento mas a sua manutenção.
Agora, vêm estes patarecos "dar" computadores, obviamente, que só me posso rir.
No "A Educação do Meu Umbigo" (in www.educar.wordpress.com) Pedro Guinote lamentou a impossibilidade de comentar este post do Pinho Cardão pelo facto de limitarmos os comentários a quem se registe.
ResponderEliminarPela pertinência e importância do tema entendo que os leitores deste blog não devem ficar privados deste comentário, que reporduzo aqui com a devida vénia ao seu autor:
"Através de uma indicação da Amélia Pais fui ler este post de Pinho Cardão no Quarta República, com o qual concordo no geral, discordando em alguns detalhes, como o processo que levou à proletarização dos docentes.
Gostaria de comentar por lá o texto, mas o mau hábito de fecharem os comentários a quem não está registado no Blogger já começa a ser irritante, porque essa é uma segurança ilusória, pois é possível criar uma conta fictícia e disparatar na mesma, enquanto os utilizadores registados em outros serviços que alogam blogues ficam de fora.
De qualquer modo, mais do que o texto de Pinho Cardão, por estimável e estimulante que seja para a discussão, eu gostava mesmo era de saber o que realmente pensa David Justino - praticamente ausente de postagens do blogue de que foi co-fundador - da política desenvolvida por Maria de Lurdes Rodrigues. Porque actualmente o PSD não tem uma voz para a área da Educação e, pelas funções desempenhadas, DJustino ainda é uma referência para essa área da governação.
Se concorda globalmente com o que foi feito - e nesse caso percebemos que o Bloco Central tem uma única política, apenas com matizes diferentes - se discorda de alguns pontos essenciais - seria interessante saber quais - ou se discorda globalmente das políticas seguidas - e então era bom sabermos que alternativas proporia.
Quando escrevia para a revistas pontos nos 11, David Justino refugiou-se muito num discurso generalista e deu a sensação de, no essencial, estar de acordo com a política ministerial. Ou então não se percebia exactamente no que discordava.
Agora, até para esclarecimento público, seria utilíssimo perceber-se se caso José Barroso não tivesse ido à sua vida tudo ou parte disto seria diferente.
Eu pelo menos, como defensor de algumas medidas de Justino durante a sua curta estadia no ME, gostaria de saber se estava engando ou não".
O problema não é a aquisição de equipamento informático, mas a manutenção? Bem, então deve estar mal distribuído, porque a minha escola secundária de ermesinde tem pouquíssimos equipamentos informáticos. Portanto, calculo que deve haver uma escola qualquer que tenha equipamentos em excesso.
ResponderEliminarTalvez devido ao título, os comentários desviaram-se bastante para os computadores.
ResponderEliminarEu enfatizaria a proletariação dos professores, que Pedro Guinote, aliás, notou, situação que agora até descamba na "esmola" de uma assinatura internet, igualando professores a cidadãos em busca de uma nova oportunidade na vida!...
Tem razão. Merece uma palavra sobre o tema que apresentou. Julgo, sem menosprezar o papel que o Ministério da Educação teve nessa proletarização, que os maiores culpados foram os sindicatos. Não sustentaram os benefícios (defesa do excesso de oferta de professores; falta de transparência no horário de trabalho; fantuchada na avaliação) que foram conseguindo - foi a Manuela Teixeira que conseguiu; convenhamos que era dificílimo sustentá-los - e o status implodiu. Agora, com um governo que aproveita a maré para ir no sentido contrário, sem limites, o que é que se poderá fazer?
ResponderEliminarSão os professores com carreira e ordenados congelados há dois anos que pagam todos esses "presentes".
ResponderEliminarO Arnaldo Madureira quer encontrar culpados. Olhe, sindicatos temos os que merecemos e a corporação é o que é. Não me sinto parte nem duns nem doutra.
A manutenção é problema - durante o 1º período e parte do 2º os computadores da Biblioteca estiveram sem funcionar por falta de nem sei o quê.Como irá ser depois se nem esta meia dúzia se aguenta operacional?
Alunos mal alimentados, claro que há muitos. Serão cada vez mais. E não falo de obesidade, é mesmo falta de comida. Mas vão ter cartões finérrimos (que pagaram - 15 euros obrigatórios para se matricularem na minha escola)com chips (?) para carregarem dinheiro que não têm.
Caro Arnaldo Madureira,
ResponderEliminarA sua escola secundária de Ermesinde pode ter poucos equipamentos informáticos mas, se estiverem a funcionar já é menos mau.
De que é que lhe serve ter uma série de computadores, todos XPTO, se é para ficarem todos arrumadinhos e embalados dentro caixa se depois a escola não tem pontos de rede, não tem servidores e não tem um tipo para fazer a gestão daquilo tudo? Colocar computadores numa escola não é a mesma coisa que comprar um computador lá para casa e se em casa pode ser criada uma rede doméstica gerida por um amador, numa escola já não é bem assim. Caso contrário vai acontecer aquilo que a Setora, muito bem, disse, isto é, tem computadores que não se conseguem manter operacionais.
A questão, há muito tempo que deixou de ser o ter ou não ter computadores porque, melhor ou pior, praticamente todas as escolas os vão tendo. A questão é, o que é que vão fazer com eles quando os tiverem e como é que vão mantê-los a funcionar.
É claro que tudo isto é muito engraçado mas, há também questões prévias que têm de ser resolvidas antes de ter computadores até porque os "putos" não comem fios eléctricos, nem cabos de fibra óptica.
Oh Anthrax não menospreze a fome dos "putos". São capazes de tudo. Comem teclas, bolas de ratos, ratos inteiros e leitores de DVD inteiros, colam ratos (às mesas) e teclas, desaparecem projectores e os portáteis (aqueles que foram entregues às escolas no ano passado).
ResponderEliminarMagnífico humor, caro A. Madureira!...
ResponderEliminarA proletarização dos professores - ou, melhor dizendo, plebeização - não se deve só a eles próprios. Vem incluída numa estratégia de refeudalização da sociedade na qual a alta aristocracia será constituída pelos políticos e empresários e a pequena nobreza pelos gestores.
ResponderEliminarTodos os outros estão destinados à servidão.
Sendo previsível que a maior resistência a esta evolução venha das classes médias cultas ou tecnicamente preparadas, compreende-se que os governos procurem proletarizar não só os professores, mas também os médicos, os juristas, etc.
Vai ser por aqui que se vão desenrolar os próximos episódios da guerra entre a oligarquia e a sociedade.
José Luiz Sarmento
http://legoergosum.blogspot.com