quarta-feira, 22 de agosto de 2007

Os Planos Quinquenais!...

Ontem li uma notícia espantosa no Diário de Notícias, página 14 ao fundo, lado esquerdo, edição de 21 de Agosto. Rezava assim:
“Equipa de Morgado diz ter conseguido uma eficácia de 54% nas suas acusações. Em sete meses de trabalho, a equipa coordenada por MJM trabalhou em 15 processos…dos quais resultaram oito acusações…destacando-se dois inquéritos que tinham sido arquivados pelo DIAP do Porto…” E a seguir:
“No último balanço, feito em 26 de Julho, Morgado realçou a eficácia de 54% de acusações proferidas pela sua equipa, quando antes era apenas de 12,5%....”.
Pensava eu ingenuamente que eficácia, em justiça, era qualidade, prudência, equilíbrio, bom senso. Engano meu. Pelo menos para tal equipa do Ministério Público, o conceito de eficácia traduz-se simplesmente em deduzir o maior número possível de acusações.
Similarmente, para os Juízes, tal ideia de eficácia só se poderá traduzir no maior número de condenações, preferencialmente a pena maior, e desejavelmente a 25 anos de cadeia!...
A propósito, lembrei-me dos Planos Quinquenais da ex-União Soviética. Se o objectivo era um milhão de toneladas de pregos, saía um milhão de toneladas. Se os pregos entortavam ou partiam à primeira martelada, e se tornavam inúteis, nada de preocupante. O Director e o Chefe do Partido na fábrica já tinham sido condecorados e já eram heróis do trabalho!...
A ver vamos!...

9 comentários:

  1. Só num país de parolos é que a qualidade do ministério público é aferida à peça e medida por uma espécie de "acusómetro".

    Pelos vistos o importante e o objectivo principal é acusar, e acusar seja de que maneira for. Os juízes depois que se amanhem.

    Cada vez tenho menos dúvidas que pior que o atraso económico de um país é o seu atraso cultural, ou será que estão ambos umbilicalmente associados?
    .
    Regionalização

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  2. Realmente!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

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  3. Caro Pinho Cardão,

    Desculpe a mensagem não ter a ver com o assunto do seu post; É só para informar que aqui o cmonteiro acabou de ganhar mais um almoço com direito a sobremesa e
    tudo. Por favor informe o Dr. Tavares Moreira

    Ver

    aqui
    por favor

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  4. Caro CMonteiro:
    E já vai em dois!...

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  5. Pinho Cardão,

    Esta auto-proclamação de eficiência, faz-me lembrar, no plano desportivo/futebol, aquelas equipas que no final do jogo tiveram mais de 60% de posse de bola e perderam por 2 ou 3 a zero.
    Peço que informe C. Monteiro que, caso o BCE venha a subir os juros, como se vai readmitindo, terei muito gosto em "co-sponsorizar", com Tonibler e Marquês da Praia (Bruno Simão), salvo eroo, um excelente repasto na Churrasqueira do Campo Grande - para ser o mais próximo da Alvalade XXI.

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  6. É um excelente local inserido numa paisagem única. Boa escolha!

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  7. Não percebi.

    Não percebi qual é a relação entre a eficácia e a percentagem de 54% de acusações. Mas, se for aquilo que estou a pensar é um bocado imbecil porque o que interessa é ganhar condenações e não ser eficaz a processar 54% de acusações, o que me leva a concluir que o MP não é eficaz a processar 46% de acusações.

    Em termos lógicos a sequência devia ser construída da seguinte forma; O MP processa eficazmente 100% das acusações, X% tem fundamento para avançar para tribunal e Y% corresponde à tx de sucesso em conseguir condenações. Sendo que para cada fase há um período de tempo pré-determinado.

    Não sei se é isso que fazem ou não, mas não é, certamente, o que está na citação do DN.

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  8. Já que é possível, na opinião desta equipa do MP, aferir desta maneira o trabalho produzido, então, é-me também legítimo concluir que houve um desperdício de tempo na ordem dos 46%, e, assim sendo, o vencimento da referida equipa deveria espelhar apenas o trabalho produzido.

    Tenham santa paciência!...Mas que está tudo ao contrário, lá isso tá!

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  9. Anónimo17:16

    Subscrevo os cometários de Antonio Almeida Felizes e de Invisivel.
    O post do Pinho Cardão chamando a atenção para a notícia confirma a tese que defendo há muito: o MP só tem receio de que o acusem de não acusar.
    A Justiça, essa, que a façam os juizes...

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