Estive hoje a folhear fotografias de antigos cinemas de Lisboa, ainda a preto e branco. Foi giro lembrar tempos antigos de quando era criança e da minha juventude em que a ida a um cinema tinha quase contornos de uma "viagem" que se iria fazer, em que os preparativos decorriam durante alguns dias, ou até semanas, até que chegava o dia da festa.
Mas também foi giro pensar no passado e fazer um balanço – não passou assim tanto tempo, até parece que foi ontem – sobre tanta coisa que mudou na nossa vida e nas nossas vidas.
Mas também foi giro pensar no passado e fazer um balanço – não passou assim tanto tempo, até parece que foi ontem – sobre tanta coisa que mudou na nossa vida e nas nossas vidas.
Lembro-me perfeitamente do Cinema Monumental – estou a vê-lo como se fosse hoje – imponente, em plena Praça do Saldanha, uma das maiores salas de cinema de Lisboa e ainda assim, ao tempo, um espaço considerado mais moderno, algo arrojado, quando comparado com a "concorrência".
Hoje, temos no mesmo local um grande edifício de escritórios com fachada envidraçada ou espelhada, não sei bem, em que o preço m2 era, até há bem pouco tempo, proibitivo; um centro comercial onde não faltam os "comes e bebes"; várias caves de estacionamento para descanso dos muitos automobilistas, a pagar é claro porque nada é grátis; e um cinema composto por várias salas de cinema com filmes e horários para todos os gostos. Tudo para dar resposta às exigências dos novos tempos! Do antigamente ficou o nome: Edifício Monumental.
Mudou tanta coisa e tudo aconteceu tão depressa!
Grandiosa reflexão cara Margarida.
ResponderEliminarTambem me recordo desse "ritual" querefere, apreparação para a ida à matine, ao sabado de tarde, assistir aos filmes hilariantes de cantinflas, nas suas multi-faces, sempre revestido de um humor singelo e humano, ou Joselito, a criança-cantor, ou Abot & Costel, ou Pamplinas, ou Charlot, ou... ou uma cowboyada de fazer dar pulos na cadeira... :):):)
Foram tempos inesquecíveis, em que os espaços existiam para que todos deles usufruíssem, a maioria deles, gratuitamente (tempos ditatoriais). Hoje paga-se tudo a preço de luxo, sem que o serviço chegue a atinjir o razoável (tempos democráticos).
Mas tem os melhores hamburguers de Lisboa!
ResponderEliminarA sério, Caro Tonibler!? Vejo, então, que é também um especialista de hamburguers.
ResponderEliminarQuer desvendar o segredo e dizer-nos qual é o restaurante? Prometo que vou experimentar e que depois lhe faço um relato completo...
À saída do cinema do centro comercial do Monumental. No prato, com molho Roquefort. Nos dias de semana, convém chegar antes das 13.
ResponderEliminarMargarida, que saudades!!!
ResponderEliminarAté o Duque de Saldanha era imponente...agora está tão pequenino!
Foi das maiores enormidades que se fizeram em Lisboa, um edifício desta arquitectura...não era do Cristino da Silva?
E que "excitação" ver a Silvie ao vivo...do que nos foi lembrar!
Caro Bartolomeu
ResponderEliminarE quem não se lembra do Louis de Funès? Era um mestre do humor, verdadeiramente fabuloso...
Interessante o contraste que aponta entre os "tempos ditatoriais" e os "tempos democráticos"!
Clara
E temos que nos dar por satisfeitos por o Duque de Saldanha ter resistido aos arranjos urbanísticos dos tempos modernos!
Fiz uma pesquisa para descobrir o nome do arquitecto, mas em vão. É que não me lembro...