Acompanhem-me neste difícil e elaborado silogismo:
Premissa maior: O défice é o resultado da soma algébrica das receitas com as despesas.
Premissa menor: Segundo o Governo, a despesa tem vindo a baixar em 2007; segundo as estsatísticas, as receitas têm vindo a subir.
Conclusão lógica: A melhoria do défice consistirá no resultado combinado da soma do aumento da receita com a diminuição da despesa.
Se não é assim, a lógica é uma batata, ou as premissas estão erradas.
Testemos a robustez do raciocínio
Segundo a Síntese da Execução Orçamental, referente a Agosto, o défice do Sub-Sector Estado(não inclui a Segurança Social, Fundos Autónomos e Autarquias) diminuiu, em relação ao período homólogo de 2006, em 1, 5 milhões de euros. No mesmo período, as receitas totais aumentaram 2,2 milhões de euros (e as receitas fiscais 1,7 milhões de euros).
Ora acontece que a diminuição do défice(1, 5 milhões de euros) foi menor do que o aumento das receitas (2,2 milhões de euros). E esse menos foram 700 mil euros. Para onde é que eles foram?
Claro, clarinho, que foram suportar o aumento das despesas. De facto, estas aumentaram 707 mil euros!...
Conclusão real: o governo não fala verdade: a despesa pública tem vindo a aumentar.
Premissa maior: O défice é o resultado da soma algébrica das receitas com as despesas.
Premissa menor: Segundo o Governo, a despesa tem vindo a baixar em 2007; segundo as estsatísticas, as receitas têm vindo a subir.
Conclusão lógica: A melhoria do défice consistirá no resultado combinado da soma do aumento da receita com a diminuição da despesa.
Se não é assim, a lógica é uma batata, ou as premissas estão erradas.
Testemos a robustez do raciocínio
Segundo a Síntese da Execução Orçamental, referente a Agosto, o défice do Sub-Sector Estado(não inclui a Segurança Social, Fundos Autónomos e Autarquias) diminuiu, em relação ao período homólogo de 2006, em 1, 5 milhões de euros. No mesmo período, as receitas totais aumentaram 2,2 milhões de euros (e as receitas fiscais 1,7 milhões de euros).
Ora acontece que a diminuição do défice(1, 5 milhões de euros) foi menor do que o aumento das receitas (2,2 milhões de euros). E esse menos foram 700 mil euros. Para onde é que eles foram?
Claro, clarinho, que foram suportar o aumento das despesas. De facto, estas aumentaram 707 mil euros!...
Conclusão real: o governo não fala verdade: a despesa pública tem vindo a aumentar.
O Governo pode saber muito de propaganda, mas não sabe nada de lógica e de filosofia e muito menos sabe da nobre arte de fazer contas.
E nós a pagarmos essa ignorância, através de mais e mais impostos. Agora, mais 8%!...
E nós a pagarmos essa ignorância, através de mais e mais impostos. Agora, mais 8%!...
Nota: Onde se lê milhão de euros, deve ler-se mil mihões. E onde se lê 707.000 euros deve ler-se 707 milhões de euros.
Linear, meu caro Pinho Cardão.
ResponderEliminarCaro Pinho Cardão,
ResponderEliminarQuanto ao raciocínio, nada a dizer, o défice efectivamente melhorou mas a despesa pública aumentou 2,5% com a seguinte agravante contida no relatório:
"A redução do crescimento da despesa face ao observado nos meses anteriores reflecte um conjunto de factores de natureza pontual. Destaca-se, em particular, o facto de os juros e outros encargos registarem no período até Agosto uma variação acumulada em termos homólogos aproximadamente nula, quando, para o conjunto do ano de 2007, se projecta um crescimento de cerca de 8%."
Agora uma correção. Quando o meu amigo, por lapso, fala nos valores em milhões, deve ser lido em milhares de milhão. Assim p.e. quando diz "em 1, 5 milhões de euros" deve ler-se 1,5 mil milhões de euros.
Cumprimentos,
Regionalização
O Meu comentário ao seu post, caro Dr. Pinho Cardão, tem suporte na notícia dada pela Drª Suzana no post anterior. Suspeito que a Drª Suzana , possui bons dotes de vidência tendo antecipado no post anterior a solução para o enigma que aqui nos lança.
ResponderEliminarSuspeito que este governo vai ficar conhecido na história pelo governo da incoerência e se ainda se cognominassem os "estadistas", Socrates receberia com certeza o cognome de "O Inominável".
Ok, eu vou-vos ser muito honesto.
ResponderEliminarJá estou farto de ouvir falar no défice e começo, sinceramente, a achar que os governantes nos tomam por patetas.
É claro que o seu raciocínio está correcto, Dr. PC, e é claro que a despesa não diminuiu "um boi".
Como se isso não bastasse, as receitas só aumentaram porque os impostos, sobre tudo e todos, aumentaram também. Agora, a riqueza - que era o que devia ter aumentado - essa não aumentou, nem vai ser possível de aumentar enquanto o Estado continuar a estrangular a economia sob pretexto de "reduzir o défice".
Por isso, estou farto do défice e da "cumbersinha" à volta do mesmo. Mas atenção, nunca se esqueçam quem foi que iniciou este alarmismo à volta desta questão e quem é que transformou uma crise financeira numa crise económica.
Bem, se "só" subiu 2.5%, então subiu aproximadamente a inflacção. Que sendo péssimo, não é tão péssimo como poderia ser. Esperem pelo fim do ano que, mesmo assim, esses números me parecem "demasiado bons" para quem não fez nada por isso.
ResponderEliminarCamarada Anthrax,
Os impostos não subiram, o que subiu foi o meu trabalho e, com a mesma percentagem a ser-me roubada, dá uma receita maior.
Caro Tonibler,
ResponderEliminarfiquei com uma dúvida, quando estas contas são apresentadas já não são corrigidas da variável inflacção?
Já agora e só quanto à resposta dada ao Anthrax deve-se precisar que "de facto" os impostos subiram. Desde o IVA de 17% a 21%, aos valores médios de IRC e IRS, bem como a redução drástica nos beneficios e deduções fiscais das familias (o que por si só implica um aumento camuflado de impostos, dependendo do ponto de vista)! Isto já sem falar na introdução dos PC's e PEC's e novas taxas para respirar, etc, sendo os dois primeiros uma maravilhosa inovação dos artistas do PSD e da Manuela Ferreira Leite!
Camarada Tóni,
ResponderEliminarEntão o meu amigo tem 2 problemas, porque subiu o seu trabalho e subiram os impostos, o que na realidade significa que ou não saiu do mesmo lugar, ou ficou a perder. Isto, porque a ganhar não ficou de certeza a não ser que seja uma multinacional e usufrua de algum beneficio fiscal que os demais mortais não beneficiam, ou então se recorrer à utilização de mão-de-obra escrava, infantil ou não qualificada. Como os dois primeiros aspectos da 2ª hipótese são crime, presumo que seja a segunda.
Caso seja uma PME, normal e igual às outras, você só está a trabalhar para pagar aos Bancos, ao Estado e aos demais fornecedores e só no final da lista é que vai aparecer o amigo Tóni.
É "muita bom" ser empresário em Portugal! Olhe, eu tenho montes de ideias que gostaria de implementar e que tenho a certeza que seriam bem sucedidas (sou um lírico, tenho aquele espírito de que devemos contribuir para a comunidade e ajudá-la a desenvolver-se. Sou um tonto portanto), no entanto - e como as coisas estão - não vou sequer pensar em implementar alguma.
Recuso-me a sustentar um Estado malfeitor, gatuno, que age de má fé e que não respeita, nem zela pela segurança e bem-estar dos seus cidadãos. Recuso-me a pactuar com um Estado que pratica terrorismo institucional, que persegue e intimida os seus cidadãos.
Nós somos a economia e enquanto esses dirigentezecos de trazer por casa não meterem isso na cabeça, bem podem fazer o pino, as coisas não vão melhorar.
Camarada Anthrax,
ResponderEliminarUma coisa é o governo subir impostos, outra coisa é eu pagá-los. Se eu trabalhar o mesmo e me subirem os impostos, se puder pago, senão não pago. Se subir os impostos à gasolina, se puder pago, se não puder vou a pé(e não pago).
No nível em que estamos nós, a única maneira de subir a receita é que trabalhemos mais. Se subirem os impostos, ninguém os paga. Ou se pagar de um lado, não paga do outro.
Há uma coisa terrível nos impostos, é que primeiro o estado tira aquilo que quer do meu suor e, só depois, é que eu vou perceber o que sobrou para eu comer. Aquilo que os políticos que nós elegemos não conseguem interiorizar (não lhes chamemos dirigentes porque ninguém manda em mim...tirando a patroa, mas isso...) é este carácter imoral do imposto e que, só por isso, deveria ser evitado ao máximo.
Caro António Almeida Felizes:
ResponderEliminarPois tem toda a razão. E onde se lê 707 mil euros, deve ler-se 707 milhões de euros. Muito obrigado pela sua atenção!...
Caro Tonibler:
Diz que "se trabalhar o mesmo e me subirem os impostos, se puder pago, senão não pago".
Poderá ser. Mas o que acontece é que os impostos efectivamente arrecadados subiram 8%. Gemendo mais ou menos, as pessoas acabam por pagar!...E é aqui também está a iniquidade, pois a relação de forças impõe o pagamento.
Caro Pinho Cardão,
ResponderEliminarNão há mais nada a dizer: você já disse tudo. Com limpeza cristalina. Só o Governo teima em não ver a verdade. E em não a contar aos portugueses.
Pinho Cardão, quando é que o meu Amigo ataca o tema Conta Geral do Estado 2006, que lhe deve dar pano para mangas em matéria de desorçamentações?
ResponderEliminarO Relatório do T. Contas foi já divulgado, parece revelar atrocidades sem limite na matéria - verdadeiro regresso aos bons velhos tempos da parte final da última década - mas até agora e salvo um artigo de jornal meio envergonhado ainda não vi nada comentado...Muito menos da parte de quem o devia fazer, por dever de ofício...
Convém não esquecer, em aditamento ao seu magnífico POST, que estas contas mensais da DGO são na base da contabilidade pública, beneficiando em pleno das desorçamentações...
Ah, isso deve ser certinho, caro T. Moreira. Por isso o número não é "tão péssimo" como deveria ser.
ResponderEliminarCamarada Tóni,
ResponderEliminarQuer quer lhe explique qual é a nossa diferença?
A diferença entre as nossas posições é que o amigo acha que para aumentar a "receita" tem de trabalhar mais, e eu - como não aspiro a ser o «Sisiphus» e muito menos o Atlas - não acho que sou eu que tenho de trabalhar mais. Acho que tem é de haver mais gente a trabalhar e a produzir riqueza. Porque eu, meu caro amigo, trabalho aquilo que me compete e que está estipulado em contrato. Esforços adicionais são remunerados adicionalmente. Não trabalho à borla, nem dou uma mãozinha só para fazer um favor porque acredito que isso cultiva e encoraja a prática da irresponsabilidade e o amadorismo. Eu não sou nem irresponsável, nem amador.
Lamentavelmente, é a tal história dos «peanuts» e dos «monkeys», aliada à parte do «quem não tem dinheiro, não tem vícios».
Tal como lhe disse, caro amigo, recuso-me a sustentar párias.
Caro Dr. PC!!!
«E é aqui também está a iniquidade, pois a relação de forças impõe o pagamento.»
Diz a nossa estimada "elfa", do Senhor dos Aneis, a Lady Galadriel que: «even the smallest person can change the course of the world».
Escrever cartas a insultá-los e a chamar-lhes estúpidos é muito engraçado. Depois ficamos a aguardar resposta. A última que escrevi à DGCI- em nome de uma pessoa que pediu a minha ajuda - contava com 4 páginas, na qual não só rebati ponto por ponto a notificação que fora enviada, como também lhes chamei desde estúpidos a imbecis e no fim ainda lhes pedi um emprego.
Não sei porquê, não responderam. Acho mal. Ao menos podiam responder a dizer que - de momento - não havia vagas (porque o estábulo estava cheio).
Vá lá, não disse palavrões, nem os mandei para nenhum sítio mais cabeludo. Estava bem disposto naquele dia.
Como eu costumo dizer nas minhas histórias sobre o "World of Warcraft": «Posso ser pequenino, mas não sou nenhum mariquinhas»! E acima de tudo, mas mesmo acima de tudo, nunca ofereço a outra face.
E Viva Nietzsche!
Camarada Anthrax,
ResponderEliminarQuando digo que o estado só tem mais receitas se trabalharmos mais e não aumentanto os impostos, não estou a defender nada. Estou apenas a constatar. Porque na realidade, eu estou-me nas tintas se o estado ganha mais ou ganha menos. Aquilo que me interessa (e deveria interessar a todo o político deste país) é o que ganha o país e não o estado. O estado, se não estiver a fazer ganhar o país, bem pode ir às urtigas.
Infelizmente neste país de 10 mios de potenciais servidores da causa pública, pensa-se que fazer ganhar o estado é equivalente a fazer ganhar o país. Por isso, hoje a nomeação de uma porcaria de um director-geral, cuja importância para o estado será muita mas, para o país, é inferior à do 2º treinador-adjunto do Sport Lisboa e Benfica, é a notícia de abertura de todos os noticiários. Infelizmente para todos nós, fazer ganhar o estado é contrário aos interesses do país.
Há que reproduzir o que o caro tonibler diz:
ResponderEliminar"(...)Por isso, hoje a nomeação de uma porcaria de um director-geral, cuja importância para o estado será muita mas, para o país, é inferior à do 2º treinador-adjunto do Sport Lisboa e Benfica, é a notícia de abertura de todos os noticiários. Infelizmente para todos nós, fazer ganhar o estado é contrário aos interesses do país (...)".
e sobre isto apraz-me dizer o seguinte:
Considerando que a função da maioria dos directores gerais é -assinar por cima o que toda uma panóplia de funcionárioas abaixo dele produz-, a imagem que o tonibler aqui nos deixa (2º treinador adjunto), parece-me até bem pródiga; No entanto, duvido que alguém desse uma imagem mais real.Permita-me que lhe deia os meus sinceros parabéns!