Aqui há uns vinte e tal anos, ao fim da tarde, e quando podia, ia buscar os meus filhos ao colégio. O carro da empresa a que tinha direito, como administrador, era muito grande e muito velho, que a empresa estava mal, os tempos tinham que ser de austeridade e havia que dar o exemplo. Carros novos só foram comprados no segundo ano de resultados positivos.
Lá meti os dois miúdos no carro e rumámos a casa. Esgotado o relato das aventuras do dia, a conversa deve ter naturalmente esmorecido, até chegarmos à garagem. Arrumado o carro, a ordem normal: vá, meninos, vamos lá sair!... Em vez da algazarra da saída, só ouvi silêncio, estranhei e olhei para trás. Não estavam lá!...
Nervoso, chamei por eles, saí do carro, abri a porta traseira e comecei a ver se não estariam deitados no chão. Nada!...Até com a mão procurei debaixo dos bancos!... Sem pinga de sangue, pensava como podia ter perdido os miúdos no percurso. Continuei a procurar em vão. As mochilas estavam lá, mas como poderiam eles ter saído do carro? Em grande tensão, olhava à volta, a ver se não estariam já na garagem. Pareceu-me, então, ter ouvido um riso abafado.De dentro do carro, não podia ser. Então, de onde? Mas seguiu-se o silêncio mais absoluto.
Chamei novamente por eles, esperançado em vê-los na garagem. Lembrei-me que, na entrada, tinha parado um momento, enquanto outro carro fazia uma manobra. Podiam aí ter saído, sem eu dar conta... E quando, em grande nervosismo e até desespero, e sem saber o que fazer, ia fechar o carro, pois aí já nada mais havia a verificar, nem a vasculhar, ouvi umas risadas nítidas. Eram eles!... Debrucei-me novamente sobre os bancos. Mas onde estavam, que não os via?
De repente, vejo uma cabeça a espreitar ao nível do banco traseiro, vinda de trás, em grande risota e dizendo olá pai, em ar de enorme divertimento!...
Tendo descoberto um buraco no tecido do encosto do banco traseiro, normalmente tapado pelo descanso do braço, infiltraram-se por ele até ao porta-bagagens, com o efeito já relatado.
Um deles até se feriu na manobra e deixou um pouco de sangue no porta-bagagens e porventura no carro. E cabelos, deveria ser um manancial!...
O que, agora, seria um festival para cães pisteiros e farejadores de ADN. Eu seria certamente arguído, com provas abundantes e evidentes, de maltratar os filhos, transportando-os, como mercadoria, no porta-bagagens!...As provas eram explícitas e a conclusão imediata e fácil!...
Lá meti os dois miúdos no carro e rumámos a casa. Esgotado o relato das aventuras do dia, a conversa deve ter naturalmente esmorecido, até chegarmos à garagem. Arrumado o carro, a ordem normal: vá, meninos, vamos lá sair!... Em vez da algazarra da saída, só ouvi silêncio, estranhei e olhei para trás. Não estavam lá!...
Nervoso, chamei por eles, saí do carro, abri a porta traseira e comecei a ver se não estariam deitados no chão. Nada!...Até com a mão procurei debaixo dos bancos!... Sem pinga de sangue, pensava como podia ter perdido os miúdos no percurso. Continuei a procurar em vão. As mochilas estavam lá, mas como poderiam eles ter saído do carro? Em grande tensão, olhava à volta, a ver se não estariam já na garagem. Pareceu-me, então, ter ouvido um riso abafado.De dentro do carro, não podia ser. Então, de onde? Mas seguiu-se o silêncio mais absoluto.
Chamei novamente por eles, esperançado em vê-los na garagem. Lembrei-me que, na entrada, tinha parado um momento, enquanto outro carro fazia uma manobra. Podiam aí ter saído, sem eu dar conta... E quando, em grande nervosismo e até desespero, e sem saber o que fazer, ia fechar o carro, pois aí já nada mais havia a verificar, nem a vasculhar, ouvi umas risadas nítidas. Eram eles!... Debrucei-me novamente sobre os bancos. Mas onde estavam, que não os via?
De repente, vejo uma cabeça a espreitar ao nível do banco traseiro, vinda de trás, em grande risota e dizendo olá pai, em ar de enorme divertimento!...
Tendo descoberto um buraco no tecido do encosto do banco traseiro, normalmente tapado pelo descanso do braço, infiltraram-se por ele até ao porta-bagagens, com o efeito já relatado.
Um deles até se feriu na manobra e deixou um pouco de sangue no porta-bagagens e porventura no carro. E cabelos, deveria ser um manancial!...
O que, agora, seria um festival para cães pisteiros e farejadores de ADN. Eu seria certamente arguído, com provas abundantes e evidentes, de maltratar os filhos, transportando-os, como mercadoria, no porta-bagagens!...As provas eram explícitas e a conclusão imediata e fácil!...
ahahahah
ResponderEliminarMuito bom caro Dr. Pinho Cardão, muito bom.
Mas olhe, não sei se pode cantar vitória com tanta ligeireza, não vão eles (os seus filhos) pregar-lhe uma partida, só para acabar a brincadeira em grande estilo.
Se fosse o meu amigo, andava sempre prevenido com um osso no bolso do casaco, para no caso de chegar ao carro e ter por lá um rafeiro a farejar, poder assim despista-lo.
Hoje em dia nunca se sabe, ha que andar prevenido.
Mas retiram-se duas optimas conclusões da sua história, a primeira é que os rapazes não se haviam perdido, a segunda é que a empresa começou a recuperar económicamente, sem dúvida graças à boa gestão do meu amigo.
Deus queira que nunca dê com os agentes da PJ de Portimão...senão vai dentro sem apelo nem agravo.
ResponderEliminarSe conseguisse meter nessa história que o comendador Berardo ia para a assembleia geral do BCP quando levou uma lamparina do Scolari, tínhamos caso.
ResponderEliminarAgora, sangue, crianças, cães, ínfaticídios? Está um bocado visto, não?...
Boa!!! Grande Visão ... pelos visto temos o caso resolvido !!!
ResponderEliminarÉ só os Mccan, mostrarem que no diaro da Kate, na pagina 25, linha 3, ela diz que :
"Hoje deixei cair a aliança de casamento, que vejam lá, estava no porta bagagens, visto que caiu por um buraco que o carro tinha nos estofos."
e pronto, com esta evidencia estão explicados os vestigios de DNA.
Só falta um promenor de somenos:
-Como é que o raio da menina sabia qual era o carro, que os pais iriam alugar passados 25 dias, para se esconder lá dentro ???
Realmente as crianças são incriveis...